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Fibromialgia – quando a dor não dá tréguas

A responsabilidade de todos

Voz à Saúde

2019-06-11 às 06h00

Joana Afonso Joana Afonso

A Fibromialgia é uma doença crónica caracterizada por dores músculo-esqueléticas generalizadas e pela presença de pontos dolorosos em regiões específicas do corpo, consequentes ao aumento da sensibilidade a uma variedade enorme de estímulos como o esforço, stress, variações de temperatura (principalmente com o frio) ou mesmo face a ruídos. Estima-se que 2 a 8% da população adulta, em todo o mundo, seja afetada pela doença, sendo esta mais comum no sexo feminino e nas idades compreendidas entre os 30 e os 50 anos. No entanto, estes números poderão vir a aumentar, dado que, ainda são muitos os casos que permanecem por diagnosticar.
Apesar de ser uma doença crónica os sintomas variam em intensidade e podem chegar a desaparecer ou, pelo menos, atenuar temporariamente. Pode atingir uma gravidade considerável, tornando-se incapacitante e com impacto negativo na qualidade de vida destes doentes.
A causa exata da Fibromialgia permanece por esclarecer, sabendo-se que envolve o aumento da sensibilidade à dor causado por uma desregulação ao nível do sistema nervoso central e periférico. Os níveis de stress, a presença de doenças do sistema imunológico ou endócrino, um trauma físico como uma cirurgia ou um acidente, um trauma psicológico como situações de luto ou divórcio e a presença de infeções víricas ou bacterianas parecem contribuir para o desenvolvimento e/ou manutenção da doença.
Tal como descrito, os sintomas da doença passam pela dor ao nível dos músculos e articulações de forma generalizada, mal definida, muitas vezes a alternar entre diferentes partes do corpo (migratória) e variável em intensidade. Frequentemente é acompanhada de sensação de formigueiros, adormecimento, queimadura, tremor, sudação e rigidez das articulações e/ou dos músculos. Além destes, são frequentes outros sintomas como: alterações do padrão de sono; fadiga e cansaço matinal; cansaço intenso e sensação de esgotamento, com baixa tolerância à realização de exercício físico; diminuição da concentração, prejuízo da memória e distração fácil; intolerância ao frio e/ou ao calor; dores de cabeça; humor depressivo; queixas de dores de estômago ou intestino irritável.
O diagnóstico da Fibromialgia é clínico, ou seja, depende da realização de um exame físico cuidado e da colheita de toda a história clínica por parte do respetivo médico. Não existem alterações significativas ao nível dos resultados das análises laboratoriais ou dos exames de imagem. Desta forma, em caso de dúvida não hesite em procurar o seu Médico de Família, pois ele saberá como o orientar.
A doença não tem cura e, até à data, não existe nenhum medicamento específico para o tratamento da Fibromialgia. O desafio passa pelo controlo da dor, sendo importante que os doentes: atenuem os níveis de stress a que estão sujeitos; regularizem a sua higiene do sono; pratiquem regularmente exercício físico, sendo este um dos passos mais fundamentais dado que se a prática for regular conseguirá reduzir a intensidade da dor e da fadiga, bem como da tensão muscular e dos níveis de ansiedade, facilitando o sono, a coordenação motora, a perda de peso e, consequentemente a melhoria da qualidade de vida (estão recomendados exercícios como hidroginástica em piscina de água aquecida, a ginástica aeróbica, o ioga e pilates); a toma de fármacos que incluem analgésicos, relaxantes musculares ou mesmo antidepressivos.
Apesar da Fibromialgia não condicionar a esperança média de vida dos doentes, nem exigir qualquer intervenção cirúrgica tem um forte impacto na sua qualidade de vida, pelo que, o seu controlo e o apoio em contexto familiar, social e profissional se revelam cruciais na gestão da doença.
Lembre-se, cuide de Si! Cuide da Sua saúde!

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