Expropriaram parte do meu terreno. E agora?
Ideias Políticas
2023-02-28 às 06h00
No passado dia 14 de Fevereiro, os estudantes da Escola Secundária de Amares organizaram uma acção de luta à porta da sua escola, apelando para a solução da gritante falta de condições que se encontra sem fim à vista há décadas.
Através da sua Associação de Estudantes, a massa estudantil pode fazer ouvir o seu descontentamento: a falta de condições nas salas, a humidade perene no ginásio, risco de queda permanente da estrutura dos edifícios bem como as oscilações de temperatura nos interiores face à falta de isolamento térmico do edifício.
O caminho aberto pelo estudantes, de naquele dia fecharem a sua própria escola e dizerem “não!” há falta de condições para estudar, viu nos professores e no pessoal não-docente uma força solidária. A panóplia de problemas e atrasos que a ES de Amares vive no presente momento – cujas condições estruturais são as mesmas desde a fundação da escola em 1985 – diz respeito não só à aprendizagem dos jovens mas como também aos postos de trabalho de dezenas de professores e funcionários que viram nas preocupações dos estudantes o reflexo das suas reivindicações.
Passadas décadas da conclusão de que a manutenção do amianto nas escolas apresentava um risco de saúde pública grave para a comunidade estudantil, a ES de Amares apenas conclui a sua devida remoção uma semana antes do momento de luta de dia 14.
Os 400 estudantes que ali se reuniram apontam o dedo à falta de acção por parte do Estado, que já havia sinalizado a escola para realização de obras. De Norte a Sul do país várias escolas continuam com condições deploráveis, sem terem sofrido as obras de manutenção que necessitam colocando em perigo todo o processo de aprendizagem dos alunos, bem como a saúde e bem-estar de toda a comunidade escolar.
A JCP rejeita que se ergam cada vez mais barreiras ao ensino - e a luta dos estudantes comprova a necessidade urgente de garantir uma Escola Democrática e de Qualidade. São assim também rejeitadas tentativas de atribuir às entidades municipais o encargo de financiar as escolas, retirando essa responsabilidade ao Ministério da Educação, alteração que só irá aprofundar o fundo já existente entre escolas de diferentes municípios consoante a sua proximidade aos grandes centros urbanos.
Cabe ao Estado, segundo a Constituição da República Portuguesa assegurar que a Escola Pública contribua para a ”superação de desigualdades económicas, sociais e culturais, habilitar os cidadãos a participar democraticamente numa sociedade “ (Art. 74º, CRP).
É com a luta organizada e consequente que os estudantes rejeitam os ataques ao modelo de Ensino que Abril ergueu em Portugal e só por este caminho será possível defender os valores da democracia e construir a Escola Pública que ficou por cumprir.
30 Maio 2023
30 Maio 2023
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