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Escrever sobre a Mulher continua a fazer sentido

“Portanto, saibamos caminhar e …caminhemos!”

Escrever sobre a Mulher continua a fazer sentido

Voz às Escolas

2023-03-16 às 06h00

Ana Maria Silva Ana Maria Silva

Durante o mês de fevereiro, nas instalações da Escola Secundária Martins Sarmento (ESMS), multiplicaram-se as atividades em torno do namoro e dos problemas que, muitas vezes, atingem este tempo de formação de relações extrafamiliares e que é fundamental para os jovens ganharem autonomia e definirem a sua identidade.
A violência no namoro foi um dos assuntos debatidos por um número significativo de alunos, com a ajuda de profissionais de diversas áreas do saber. A Arte também ajudou no debate e os alunos envolveram-se na elaboração de cartazes que estiveram expostos nas instalações da PSP de Guimarães, juntamente com os trabalhos de outras escolas. Pretendia-se sensibilizar a população para esta temática que, infelizmente, atinge os nossos jovens e que conduz ao desenvolvimento de relações menos saudáveis.
A violência no namoro é, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um "comportamento dentro de uma relação íntima que causa dano físico, sexual ou psicológico, incluindo atos de agressão física, coerção sexual, abuso psicológico e comportamentos controladores". É nosso dever tudo fazer para ajudar os jovens a estarem preparados para, no momento certo, saberem como agir e saírem de uma relação tóxica que os poderá impedir de viverem felizes.
Já no mês de março, a reflexão é em torno das mulheres e da sua luta para viverem livres, sem constrangimentos, sem terem de ser mais, sem terem de provar todos os dias mais, só pelo facto de serem mulheres. Sem terem de estar à mercê de um mundo que elogia as mulheres, mas que continua a dar primazia aos homens.
E, foi com alguma tristeza, que constatei que o dia 8 de março, Dia da Mulher, não foi tão celebrado como o dia 14 de fevereiro, Dia dos Namorados. Terá sido por indiferença, ou por pensarem que afinal já não há diferenças neste mundo em que diariamente somos bombardeados por mensagens de igualdade de género?
Será que as mulheres já deixaram de ser escravas neste século XXI? Nós sabemos que elas continuam a ser vítimas de violência, monstro com muitas caras que vão desde o espancamento, à violação e, em muitas partes do mundo, à escravatura... A educação também continua a ser um direito não adquirido para muitos milhões de raparigas.
Inúmeras organizações trabalham em prol da libertação da mulher como única solução para que todos possamos viver num planeta mais sadio e mais fraterno. A Escola também tem de ser esse lugar onde ajudamos os nossos jovens a crescer com os olhos atentos a estas realidades que impedem a humanidade de atingir o bem-estar desejado, a paz e a segurança necessárias ao desenvolvimento pleno de cada ser humano, seja ele homem ou mulher.
A igualdade, ou melhor, a justiça entre géneros, é uma realidade que tem de ser alcançada, seja em que país for, sob pena de o futuro da humanidade continuar a depender das mãos daqueles que fazem as leis, mas que não as fazem cumprir.
E as mulheres são mães. E ser mãe é ensinar a partilhar e a respeitar; é ajudar a crescer no amor e na solidariedade; é ensinar a ver o que está certo e o que está errado; é saber dizer não, que há regras; é saber mostrar que há deveres e há direitos; é saber exercer a autoridade. Ser Mulher e ser Mãe! Dois papéis essenciais e tantas vezes desconsiderados! Ao longo dos séculos, as mulheres foram conquistando o direito à instrução, o direito ao voto, o direito a trabalhar. Mas as mulheres ainda continuam a ser discriminadas e a ser vítimas de violência, que muitas vezes começa no namoro.
Que bom seria que nenhuma mulher sentisse algum tipo de discriminação ou violência pelo simples facto de ser mulher: um lugar que não ocupa, uma desconfiança, uma dúvida, um gozo e até um elogio misturado com paternalismo.
Mais um mandato para a Escola e para todos quanto nela trabalham. Ensinar os nossos alunos que homens e mulheres são pessoas. E que nenhuma mulher deve pagar um preço pelo facto de ter nascido mulher.

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