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Efeito Rangel

O fim da alternância

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Efeito Rangel

Ideias Políticas

2021-11-02 às 06h00

João Freitas Alcaide João Freitas Alcaide

Proposta de Orçamento do Estado para 2022 foi chumbada. E, consequentemente, a Geringonça acabou.
Na passada quarta-feira, na Assembleia da República, o PCP – que tem arcado substancialmente com os custos negativos do suporte desta “solução” governativa –, o PEV e o BE – que já havia votado contra o Orçamento do Estado 2021 –, juntando-se aos votos desfavoráveis do PSD, CDS, IL e Chega, reprovaram o OE 2022 – o primeiro chumbo de um Orçamento em Democracia –, colocando um ponto final na Geringonça.
Na verdade, julgo que, em certo sentido, o fim da Geringonça era a “crónica de uma morte anunciada”. No rescaldo das Eleições Legislativas 2015, PS, PCP e BE “encavalitaram-se” numa Geringonça, apenas e só por razões de sobrevivência política, por motivos de natureza “contra” e fundados num “programa” nada mobilizador, reformista e de desenvolvimento do País: A sobrevivência política de António Costa e, em deter- minada medida, da própria Esquerda no seu conjunto; Contra Pedro Passos Coelho, a Coligação PàF, e o PSD e o CDS; E alicerçados num programa que se limitava, única e exclusivamente, a reverter, reverter e reverter. E, efetivamente, assim passou o País os últimos anos, amarrado a esta “solução” governativa oportunista, contranatural e limitada. “Solução” que, nas últimas semanas, viu virem à tona as suas incoerências e contradições insanáveis, conduzindo à “escangalhação” da Geringonça.

Ora, aqui chegados, há uma questão que se impõe necessariamente: Nesta circunstância fundamental para o País, em que condição e posição se devia encontrar e apresentar o PSD?
A este propósito, não tenho nenhuma dúvida. O PSD, presidido há aproximadamente quatro anos por Rui Rio, e após um percurso de forte oposição ao PS e à Gerigonça, devia estar profundamente unido; devia ser capaz de agregar o espaço político “não socialista”; devia ser visto aos olhos dos Portugueses como uma alternativa firme, competente e credível a este Governo; devia afirmar claramente a sua vocação maioritária; e devia preparar-se e querer vencer as próximas Eleições Legislativas, com o desígnio de realizar um projeto de transformação do País. A realidade é que, por opção e responsabilidade próprias de Rui Rio, esse não foi o caminho trilhado pelo PSD, nada disso aconteceu e essa não é a situação em que o Partido se encontra. Infelizmente, para o PSD e Portugal.

Com efeito, o PSD, com Rui Rio, tem sido um Partido marcado pela divisão interna – uma divisão instigada pelo próprio Presidente do PSD, seguindo uma espécie de tese “dividir para reinar” –; tem sido um Partido “enquistado” na figura de Rui Rio e no grupo de pessoas que o rodeiam; por força da incapacidade de agregação do PSD de Rui Rio, surgiram e cresceram novas forças partidárias à Direita; o Partido tem protagonizado uma oposição frouxa, errática e ineficaz ao PS e à Geringonça; e tem-se colocado, incompreensível e repetidamente, num patamar de subalternização em relação ao PS e ao Governo, esperando que o poder “lhe caia no colo”.
Pois bem, neste quadro, Paulo Rangel assoma, notoriamente, como uma “lufada de ar fresco”, uma oportunidade e uma esperança. Para o PSD e Portugal. Aliás, a este respeito, Paulo Rangel, em poucas semanas, conseguiu ser bastante claro nos seus intentos. Para coordenar o seu programa eleitoral, chamou duas personalidades de extraordinária qualidade, Miguel Poiares Maduro e Fernando Alexandre. No que diz respeito a alianças com o Chega, recusa-as categoricamente. E perguntado relativamente a um Bloco Central, rejeita-o, preferindo reiterar e privilegiar um PSD com vocação maioritária.
Um PSD como Partido de esperança. Com um grande projeto político para o País. Com início num “Efeito Rangel”.

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