‘Prontidão 2030’ vs. uma ‘potência Disney’
Escreve quem sabe
2025-02-15 às 06h00
A propósito do “Dia Mundial do Cancro”, que se assinala a 4 de Fevereiro, sendo uma doença que assusta e afecta muitas pessoas, com taxas de mortalidade ainda altas em alguns géneros de cancro, mas felizmente com sucesso e esperança de vida aumentada em muitos mais, temos exemplos tocantes de Pessoas que “tiveram, viveram e sobreviveram à doença”, numa “viagem” dolorosa, de muitas lágrimas, sofrimento, angústias e tristeza, mas onde a força de viver, o encarar e o assumir positivamente a doença, trouxe, com toda a certeza, ganhos e grandes vitórias.
A crónica de hoje, tem um “quê de especial”, por ser enquadrada nesta data e ser dirigida a uma figura pública, que venceu o cancro e partilhou essa dolorosa experiência de vida, com uma serenidade e coragem tocante.
Ana Rita Cavaco escrevo para Ti e hoje trato-te assim, mas nunca o fiz desta forma, apesar de várias vezes insistires, para não te tratar por Bastonária, mas sim por Ana Rita.
Conhecemo-nos, pessoalmente, pela primeira vez, quando cruzamos no Congresso do PSD em Espinho. Apresentei-me e tu escutaste-me como se me conhecesses há muito tempo. Deste-me toda a atenção, apesar de ter concorrido, numa lista opositora à tua, no teu primeiro mandato. O Tempo foi passando, fomo-nos cruzando nas lutas e manifestações dos Enfermeiros, onde sempre estiveste, apoiaste e lideraste. Tiraste tantas selfies, deste tantos beijinhos e recebeste tantos abraços. Envolveste os “Teus Enfermeiros”. Tal como a mim, já de cabelos grisalhos e perda de algum, como a tantos Enfermeiros, trataste sempre pelo nome e na maioria das vezes precedido por “meu Querido”.
Foste polémica, estremeceste “alicerces de tantos edifícios” que se julgavam intocáveis. Desacomodaste os acomodados da Enfermagem. Criaste inimigos, suscitaste invejas, suscitaste confrontos ideológicos, políticos e estados de alma. Provaste que os mais fracos investidos em lugares de poder e de governo, perseguissem os Enfermeiros criando falsos “atoleiros” em torno da Ordem dos Enfermeiros, demonizando, insultando, desvalo- rizando e perseguindo-os, tentando lançar esta instituição no lamaçal. Trouxeste a Enfermagem para a agenda do dia. Houve também momentos menos bons e difíceis para a Classe. Mas muitas das “primeiras páginas” dos jornais, eram precisas que acontecessem. Possibilitaste, com certeza, com o contributo de tantos outros Enfermeiros, que a nossa Sociedade fosse melhor tratada, mais respeitada e até elegesse a palavra “ENFERMEIRO”, como palavra do ano.
Tiveste uma Equipa de Enfermeiros e Colegas fantásticos que souberam criar a diferença e que o olhar para a doença, para os lares, Centros-de-Dia/ERPI, fosse também um foco, na demonstração da carência de cuidados de saúde, por enfermeiros, adequados e humanizados, onde os seus Utentes eram maltratados, descuidados e amontoados em divisões sem condições e dignidade à vida humana.
E… mais uma vez, no “Dia Mundial do Cancro”, partilhaste um pequeno vídeo, de uma mensagem avassaladora, fabulosa, da tua vivência com o “Cancro da Mama”. Um vídeo pequeno no tempo -poucos segundos- mas de uma grandeza e magnanimidade e generosidade, num exemplo, que ficamos quase sem palavras… Quanta coragem expressa em poucos segundos de um filme, “num caminho”, por certo, longo e doloroso. Emo- cionado, agradeço esta partilha de coragem, de exemplo de vida, de abnegação e que vale a pena lutar. Foste/és uma heroína.
Escreveste ao Primeiro-Ministro alertando para a necessidade de baixar no limite inferior de rastreio para o cancro da mama. Deste o teu exemplo. O Primeiro-Ministro ouviu-te, atendeu o teu pedido e alerta e determinou essa mudança. Passou a ser dos 45 aos 74 anos de idade.
Muitos de nós sabem, porque “sentiram na pele”, ou porque tratam destes doentes, como é longo o trajecto num calvário que deixa muitas marcas, coloca muitas perguntas e dúvidas, questionando a Deus e ao Divino, resumindo-se “porquê a mim? Porquê comigo? Porquê eu?”
Um caminho de pedras, de várias fases e etapas, de exames, de cirurgias, de recuperação e momentos também traumáticos advindos da agressividade da quimioterapia, radioterapia, causando fadiga, disfagia, alterações das características da pele, astenia, etc. Quis o destino que fosses um exemplo da intervenção do saber dos Homens e da Ciência, da força na fé inabalável do Divino e do espírito de luta pela vida, da alegria de viver e da não acomo- dação.
Obrigado Ana Rita Cavaco, por este fabuloso exemplo de abnegação, no assinalar desta data – Dia Mundial do Cancro. Consigamos todos nós receber esta mensagem positiva e de lutar como lutaste! Obrigado!
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