Hoje, ao entrar na Escola, um grupo de alunos, dinamizador do “Programa Tolerância Zero” implementado na Escola Sede do Agrupamento, aproximou-se, entregou-me um rolinho de papel e pediu-me para ler o que nele estava escrito -“A gratidão é a memória do coração”.
Agradeci, enfatizando o meu “Obrigada!”, entrei no gabinete da Direção do Agrupamento e dei por mim a pensar na coincidência do gesto dos alunos com os momentos conturbados que a Escola atravessa.
A Escola tem sido palco, nos últimos anos, de uma revolução ao nível das práticas pedagógicas, adequando-as às necessidades e expectativas dos alunos, apostando na diversificação e na inovação, no desenvolvimento de competências científicas, tecnológicas e de formação pessoal e social, para o sucesso das quais é inquestionável o papel dos profissionais de educação, já que, sem eles, sem a sua dedicação e elevado profissionalismo, a escola estaria “morta”.
Mas a Escola está a viver dias muito difíceis, uma situação que não é de hoje, que se arrasta há muitos anos, mas em que circunstâncias que não pretendo, neste momento, escalpelizar, acabaram por provocar um despertar semelhante a uma erupção vulcânica, que acontece quando a pressão e o calor geram o acumulo que precisa de ser, de qualquer modo, expelido, para a superfície.
É verdade que, nos últimos tempos, muita tinta tem corrido em defesa dos profissionais de educação, esperando-se que não se trate, apenas, de aproveitar o momento para ficar bem na fotografia, como diz o povo, mas de uma consciencialização, embora tardia, de que os profissionais de educação são a base de qualquer sociedade, sem os quais nos afundaremos, ainda mais, criando condições para a proliferação de atos que atentam contra os mais elementares direitos de qualquer Ser Humano.
É verdade que vivemos muito de impulsos, genuínos ou instrumentalizados, mas esperemos que a instabilidade provocada, e que a todos afeta, resulte num verdadeiro diálogo de concertação, há muito aguardado, sobre os problemas de base da Escola Púbica, dignificando-a e criando condições para que cumpra a sua missão.
Mas a resolução dos problemas estruturais que se colocam à Escola não passa, apenas, não tenhamos dúvidas, pelo Ministério que a tutela, porque o cerne da questão obriga a uma análise macroeconómica nacional, com coragem, e vontade, de priorizar, de valorizar os sectores que sustentam uma sociedade que, há décadas, se apresenta como democrática.
A Educação requer um outro olhar, porque não é mais possível continuar a mudar a Escola, a assegurar a sua sobrevivência, continuando a contribuir para o equilíbrio da sociedade, evitando a sua rutura, sem os profissionais de educação.
E os profissionais de educação estão desmotivados, cansados de verem adiada a Escola em que, ainda, acreditam.
Que o ano de 2023 seja um marco na história da Escola.
“MUITO OBRIGADA”, Colegas, neste que é o Dia Internacional do Obrigado.
“MUITO OBRIGADA” pelo privilégio de liderar profissionais com o vosso nível de desempenho.
Sinto um enorme orgulho em trabalhar convosco.