Correio do Minho

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Decisões erroneas de um governo surdo

‘Spoofing’ e a Vulnerabilidade das Comunicações

Voz à Saúde

2020-10-24 às 06h00

Humberto Domingues Humberto Domingues

O Governo volta a teimar e decidir de forma errónea, ao propor-se atribuir aos Profissionais de Saúde os subsídios, para quem trabalhar na linha da frente da Covid-19. Que grande confusão! Que critérios serão usados? Será de forma aleatória ao sabor de cada ARS? Serão só os Hospitalares? E os Cuidados Primários?
Esta medida avulsa, errónea, desadequada e injusta, demonstra a incapacidade de efectivamente resolver os problemas de fundo, que compensem todos os Profissionais, na valorização das suas carreiras de modo a que as torne atractivas, compensadoras e justas.
Os Enfermeiros não querem “subsídios sazonais”, intermitentes e eleitoralistas. Os Enfermeiros querem ver a sua Profissão considerada “Profissão de Risco”, de desgaste rápido, remunerada como tal, asseguradas as progressões em tempo útil e com a dignidade que a profissão exige e merece. E se deve conter a variável de risco e profissão de desgaste rápido, deve inevitavelmente conter, a variável de antecipação da reforma – Idade da reforma. É uma questão de justiça!
O Governo com a opção dos subsídios, cria cisões no seio dos Profissionais de Saúde, dividindo e desmotivando Equipas. É uma medida política, eleitoralista e populista. E é claramente demonstrativa da incompetência e do desconhecimento, que reina no Ministério da Saúde, relativamente ao que se passa no terreno. Este Governo e este Primeiro-Ministro são fantasiosos, ilusionistas, desconhecedores da realidade e por isso, incompetentes para reformar e restruturar o quer que seja. E nem no Orçamento de Estado/2021 contempla verbas para a valorização da Carreira de Enfermagem.
A implementação da APP Stayaway Covid, na forma proposta/tentada de obrigatoriedade de instalação, é mais uma manobra de diversão, para desviar atenções, possibilitar discussões fúteis, ocas e estéreis. Com isso não se discutem com rigor, e o Povo não se apercebe das fragilidades, do Orçamento de Estado, a falta de investimento na Saúde e as dificuldades de se construir um documento sério, sólido e estruturante para o País e para real apoio das classes trabalhadoras mais desfavorecidas, onde obrigatoriamente se incluem os Enfermeiros. Fala-se de tantos milhões para tudo e para todos, que depois não se traduz, de forma estruturada em riqueza nacional. É só subsídios… e cada vez mais pobres! E já agora, o Governo já pagou os subsídios prometidos e aprovados, referentes à 1ª vaga Covid?
A realidade da espuma dos dias, colocou facilmente muito dinheiro numa banca sorvedora de riquezas, numa TAP que desbarata fortunas, em contraponto as Famílias com falta de recursos, a passarem fome e a recorrerem em grande escala à “Cáritas”, ao “Banco Alimentar” e à “AMI”, etc. Infelizmente é sempre esta a realidade das governações Socialistas, de nivelamento por baixo, que nos empobrecem e deixam consequências de dívidas astronómicas para muitos anos vindouros.
Nesta realidade, deste nosso presente, onde a desorganização na Saúde e as políticas assumidas por este Ministério são desastrosas, os Enfermeiros continuam a ter razões de muita queixa, pelo estado calamitoso em que se encontram os serviços, com falta de recursos humanos e materiais, que se refletem em piores cuidados de saúde que se prestam às populações e a falta de reconhecimento do imprescindível trabalho de Enfermagem, na Carreira profissional desta Classe.
A gestão do dia-a-dia, relativa ao COVID-19 e a outras patologias, é desastrosa. E os números não mentem, apesar da tentativa de os “dourar” e tornar mais suaves.
Temos hoje, de forma transversal, na Administração Pública e nas forças de segurança:
Polícias que se suicidam;
Enfermeiros que entram em depressão, suicidam-se e 20.000 emigram;
Médicos que abandonam o SNS, desmotivados e desiludidos;
Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica desmotivados e com a Carreira bloqueada e estagnada.
Professores esgotados e em depressão;
Urge pensar que serviços, nomeadamente na Saúde, quer o Governo e por consequência o Estado oferecer à População. De que forma se priorizam as respostas e as intervenções nas doenças oncológicas e seus tratamentos, na diabetes, nas cardiovasculares, nas cirurgias e também, claro, na Covid-19?
Com que saúde mental queremos os Profissionais de Saúde a cuidar dos Cidadãos? Estes Profissionais estão esgotados, em depressão e em burnout. A pressão é imensa, os recursos são escassos. Algo tem que mudar. E não é a falta de voluntarismo e de altruísmo destes Profissionais, entre eles, os Enfermeiros. É a gestão e a intervenção das “políticas de saúde” e os seus decisores, que têm que mudar!

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