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Curiosidades

António Braga: uma escolha amarrada ao passado

Ideias

2013-02-22 às 06h00

Borges de Pinho Borges de Pinho

Muitos são os políticos que vêm clamando e gritam contra as medidas de austeridade, designadamente contra os cortes nas pensões, vozeando e tomando posições que dizem ser em nome do povo e para sua defesa. Queremos acreditar na “verdade” e “sinceridade” de todo este vozear e do amontoado de vitupérios e críticas que hoje vêm lançando contra os actuais governantes, mas esquecendo-se de que a actual situação muito se deve à política e seus agentes. Aliás estamos convictos de que eles só pretendem defender e manter o seu “status”, pouco lhes interessando o povo.

Como se não tivessem responsabilidade em tudo o que vem acontecendo, a grande verdade, diga-se, é que o povo só lhes interessa e tem valor aquando de eleições e em ordem à manutenção ou mudança de cadeiras no poder, subsistência e importância dos partidos e seus figurões, subvenções do Estado, certas contrapartidas em dinheiro, etc., o que aliás tem vindo a acontecer desde Abril, depauperando os cofres públicos.

Na verdade esta “falaciosa”democracia vem acarretando um maior despesismo para o Estado e a tal ponto que já o equiparam aos dispêndios com as guerrras coloniais.

Aliás se bem atentarmos, para nos “exibirmos” como uns democratas “iguais” ou até melhores que em outras e velhas democracias, avançou-se com uma louca reestruturação do Estado e seus serviços com imitações e bacocas cópias do que havia lá fora e “semeou-se” o país de “cargos” e “funções” de uma utilidade duvidosa e de nulas rentabilidade e valência, dizendo-se que era para dar voz ao povo e fazê-lo interferir na governação, o que deu azo a um maior despesismo e a toda uma perigosa, maior e muito problemática “funcionalização” da política, que hoje intervém e quer meter o nariz em tudo.

São as Altas Autoridades, os Observatórios, o Provedor da Justiça, as Entidades Reguladoras, as Fundações, os Institutos, as Comissões Coordenadoras, etc., etc., tudo a desdobrar-se em gabinetes, acessores, técnicos, auditores, motoristas, colaboradores, carros de serviço, outros apoios logísticos, etc., mas onde os partidos vão “encaixando” seus quadros e militantes, cumprindo promessas e pagando favores.

Uma situação e um estado de coisas que de modo nenhum se deseja ver alterados, e daí todo um vociferar contra qualquer hipótese de alteração da Constituição e de uma reestruturação do Estado por se recear uma perda de direitos, uma limitação nas benesses e nos lugares de proa e uma diminuição de réditos já conseguidos ou a alcançar. Aliás é incontornável e compreensível que haja forças políticas que não aceitem a diminuição no número de deputados nem reformas de leis ou organismos que possam representar menos lugares, menos dinheiro e subvenções do Estado ou ter efeitos perversos na sua “carteira” profissional de político.

Muito se fala dos reformados e dos pensionistas, as grandes vítimas da situação, mas é de todo legítimo e natural interrogarmo-nos se será de manter e defender o actual sistema e esquema de solidaridade social ou se haverá que proceder a toda uma reestruturação com reflexos nos subsídios, subvenções, idade e pensões de reforma, etc. para a sobrevivência e estabilidade do próprio estado social.

Aliás as respostas a todas estas dúvidas e interrogações não podem nem devem ter apenas por base e sustentáculo ideais ou programas políticos ou de outro jaez, nem dúbios preconceitos, bacocas utopias e lunáticas posições, importando antes todo um enquadramento e visionamento das realidades do país, conjugando justiça, igualdade, viabilidade e sensatez num quadro de vida e esperança sociais. Mas sem “fotocopiar” sistemas ou esquemas de outros mundos e realidades, como bacocamente os portugueses costumam fazer.

Compreende-se cada vez mais a revolta dos que passaram uma vida a trabalhar a sério, a efectuar descontos e hoje vêm as suas reformas atingidas duramente, mas revolta ainda mais saber-se das reformas e pensões dos políticos, para quem o tempo de serviço é um bom e prolixo “parideiro” num casamento vantajoso tendo em equação tempo de acção e valor atingido, com a curiosidade de que essas reformas e subvenções se recebem tão só por se ter ocupado certos cargos políticos. Bem ou mal, note-se!...

Aliás não se comentando, anota-se que de acordo com o JN de 21.1.13 são muitos os políticos e ex-políticos com subvenções vitalícias como Assunção Esteves (7255 euros), Zita Seabra (3000 euros), Melchior Moreira (3700 euros), Armando Vara (2000 euros), Miguel Relvas (2800 euros), Cavaco (10000 euros), etc., mas importará não ignorar nem esquecer os muitos ex-deputados, ex-autarcas, ex-presidentes, directores e administradores de empresas, fundações, institutos públicos, serviços, etc., igualmente com pensões de reforma ou recebendo subvenções do Estado por alguma acção pública e a muito ou pouca intervenção política.

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