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Assim vai a política em Portugal

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2018-01-11 às 06h00

Borges de Pinho Borges de Pinho

Eo burro sou eu!?.... Esta frase de Scolari há anos proferida nunca se nos apresentou tão apropriada e oportuna como neste momento de conjecturas político-jurídicas em que se discute o fim, em Outubro do corrente ano, do mandato da Joana Marques Vidal como PGR. E assumimos tal frase em toda a sua extensão, compreensão e profundo sentido usando-a e fazendo-a nossa face a tudo o que entretanto vem decorrendo, e se cozinhando. Aliás, com os olhos postos no que é expectável vir a ocorrer na área da Justiça nos próximos tempos. Uns tempos que reclamam sérias considerações, oportunos juízos e sensatez mas que também permitem suspeitosas fabulações e as evocação e antevisão de consequentes e perversos pré-juízos e prejuízos. Com estes a embrulharem-se e a casarem-se no plano da separação de poderes, judicial e político-governamental, mas afectando a verdade, a confiança e a moral de um povo nas suas instituições, por não ser possível ignorar certos processos e figuras, nas suas irregularidades e crimes.
Processos como Marquês, Monte Branco, Furacão, Vistos Gold, Bes e outros, iniciados, desenvolvidos, ultimados ou quase durante o reinado da Joana, que, não olhando a nomes, cargos, cores políticas, influências ou interesses, possibilitou e deu força ao M.P. para trabalhar e exercer sem limitações, e de acordo com a lei, a sua função de investigar e perseguir criminalmente quem não soube respeitar a lei e o povo, violou deveres de seus cargos e esqueceu suas responsabilidades. Um M.P. que vem sendo atacado, ameaçado e até insultado por Sócrates e seus lacaios e causando amargos de boca a muita gente, a ponto de Rui Rio, um mero candidato a presidente do PSD, se permitir censurar e criticar. Quiçá já reservando, em posição de poder, o lugar de PGR para alguém de suas escola e amizade, mais versátil, influenciável, manipulável e conivente, talvez de Alguidar de Baixo ou Gamela de Cima!...
Aliás, lendo-se ou ouvindo-se os media, percebe-se haver já quem queira aproveitar o caso da IURD e adopções havidas para atacar o M.P. e a Joana, que, embora coordenadora dos tribunais de menores de Lisboa, à data das adopções ilegais, não podia avocar processos, nem tinha poderes hierárquicos, como sublinha Ventinhas, do SMMP, lembrando ainda que a um coordenador não era exigível que conheça todos os processos, tanto mais que não tem poder para os avocar (...) nem sequer pode dar ordens aos magistrados, tendo o seu trabalho confinado com funções de coordenação, de fazer a ponte com várias entidades, de verificar o número de pendências (C.M. 8.1.18). Conhecendo-a nós desde então, e apreciando suas inteligência, independência, rigor pela lei, sensabilidade, sensatez, competência e de todo repudiando as canalhices de que alguns se servem e lançam a mão, sublinhamos o facto de ter sido a própria PGR a ordenar uma investi- gação sobre a acção do MP em tal matéria logo que tais casos vieram a público.
Ainda sobre a manutenção ou a substituição da Joana como PGR, têm-se vindo a multiplicar, servindo esconsos interesses, perversas intenções e incontornáveis cores, os usuais comentários e palpites de politólogos, comentadores, constitucionalistas e de outros sábios sobre a possibilidade legal da Joana vir a cumprir um novo mandato, comentários e opiniões que tão só nos suscitam sorrisos, evocando-se a figura de Cunha Rodrigues e a real ausência de um qualquer óbice, constitucional ou outro, à sua continuidade.
Aliás, tão só nos chegou aos ouvidos ser seu desejo não continuar e sair, descansando depois do trabalho duro, isento, independente e excelente realizado, e reconhecido por todo o país porque não eivado nem malhado pela política. Se a Francisca tem outro pensar e defende um empurrão, tal compreende-se devido à sua volátil transfiguração e posição germinados no Governo, sem se minimizar nem ignorar suas raízes e incontornáveis ligações a Angola, e a pendência do caso Manuel Vicente. Aliás... nunca ninguém sabe o que vai no agir, na cabeça e sentir íntimo de uma mulher!...
Mas se a Joana não continuar, não faltarão figuras úteis ao Governo para tal cargo, mesmo entendendo-se não dar nova vida aos P. Monteiros e Nascimentos, de má memória e nefasta interferência na acção do M.P.. Na área da magis- tratura, diga-se, poderá sempre lançar mão da Morgado (ficaria inchada!...), da Cândida, dos Rangel, Caramelo, Pinto, Antero e de alguns outros conhecidos becados, sendo que, entre advogados e juristas, não faltarão P. de Carvalhos, Araújos, Delilles, Correias, Nabais, Arrobas e togados das lojas jurídicas e maçónicas, hoje embrulhados e mamando em muitos processos de figurões da área político-governamental e suas congéneres. Aliás, não se discutindo, analisando ou dissecando aqui e agora suas artes em isenção, independência, compromissos, cor política, compadrios, carácter, senso, flexibilidade e maleabilidade de posicionamento, crê-se que qual- quer um daria conta do recado e satisfaria os intentos do Governo e interesses político-partidários subjacentes à decisão dos processsos, mormente no do M. Vicente.
E então o burro sou eu ! ...? Deixem-me rir !...

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