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Ideias
2011-12-14 às 06h00
Terminou este fim-de-semana a cimeira COP17 da Convenção das Nações Unidas contra as alterações climáticas. Esta era apontada como a cimeira do clima do Universo, dos pesadelos climáticos que se arrastam interminavelmente e terminou, após grandes persistências, devido à falta de entendimento, em clima de optimismo, com o prolongamento de Quioto para além de 2012.
A cimeira iniciou-se a 28 de Novembro e realizou-se em Durban, África do Sul, teve uma duração mais longa do que o previsto devido à dificuldade e chegar a um consenso entre os 195 países participantes, para tentar chegar a acordo sobre um calendário para um novo tratado, sucessor do Protocolo de Quioto, no sentido de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, o grande problema do nosso Planeta, no que concerne às nefastas alterações climáticas.
Um dos grandes motivos de desacordo foi a posição dos EUA, determinado a acabar com a distinção entre os países desenvolvidos e não desenvolvidos, que para se poderem desenvolver mais, têm uma grande margem de emissões, como é o caso da China.
Mesmo ao cair do pano, os 195 países com datas completamente incongruentes concordaram em iniciar as negociações de um novo acordo que os coloque sob o mesmo regime legal e reforce o seu compromisso de controlo da emissão dos gases de estufa, compromisso que deverá entrar em vigor, o mais tardar, até 2020 e, repare-se a hipocrisia, seria assinado somente em 2015.
A cimeira foi considerada um passo para um tratado global, mas continuamos num caminho para um aumento de temperatura de 4 ºC em relação à era pré-industrial e, portanto, acima de um aumento de 2 ºC que é considerado como o limite acima do qual as alterações climáticas serão catastróficas.
Foi um entendimento “significativo” segundo o secretário-geral das Nações Unidas, BanKi-Moon, um “enorme sucesso” para os britânicos e “um passo para a frente” segundo Assunção Cristas, ministra do Ambiente. No entanto, os ambientalistas falam em “fracasso” e “falta de ambição”.
Que dirão agora, quando, poucas horas volvidas, um balde de água fria caiu do Canadá que anunciou, na madrugada de terça-feira que abandona o Protocolo de Quioto, porque não vão conseguir cumprir, repare-se, as metas a assinarem-se em 2015 e a implementar em 2020!
O Ministro do Ambiente canadiano justifica a decisão com o facto do Canadá se arriscar a pagar multas milionárias por não vir a cumprir as metas estabelecidas nesse protocolo. Deu como exemplo que, para cumprir as metas, teria de retirar todos os automóveis das estradas do Canadá, por 12 meses! Assim, invocaram o direito legal de se retirar, uma vez que, dizem, o protocolo de Quioto não funciona.
Qual será então o futuro? Para que servem os compromissos assumidos na cimeira se, de um dia para outro, os países podem abandonar o protocolo de Quioto para não terem de ser responsabilizados pelo falhanço no compromisso assumido? No fundo a cimeira de Durban foi uma desilusão. Por este caminho, as alterações climáticas apresentam-se como um problema irreversível.
Por este andar, como tenho vindo a dizer, mesmo com a apetecível criação do Mercado do Carbono, nem assim, houve consciência daquilo que se anda a destruir. Parece-me que, quando a houver, já vai ser demasiado tarde!
É pena não deixarmos o Planeta tão bem, ou melhor, do que estava quando fomos gerados!
25 Fevereiro 2021
25 Fevereiro 2021
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