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Ideias
2010-12-08 às 06h00
Está a decorrer, desde 29 de Novembro, prolongando-se até dia 10 de Dezembro, a 16.ª Conferência das Nações Unidas sobre as alterações climáticas.
No centro do debate está, mais uma vez, o aquecimento global e a diminuição das emissões de gases com efeitos de estufa. Para o efeito, debate-se também o financiamento dos países mais ricos às nações em desenvolvimento, para que estas se adaptem e abrandem os efeitos das alterações climáticas.
Depois da enorme mobilização, até mesmo mediática, em torno da Cimeira de Copenhaga, em 2009, e do seu subsequente fracasso, não há grandes expectativas para este encontro de Cancún.
Aliás, este desânimo nota-se até na presença dos chefes de Estado, dos 120 presentes em Copenhaga, apenas 30 estão em Cancún. Antes do início da cimeira já se ouvia, da parte de Lula da Silva, que esta cimeira “não vai dar em nada. Nenhum grande dirigente vai lá estar (…) por isso não haverá qualquer progresso.”
Em plena cimeira já há quem fale da próxima, que se realizará de 28 de Novembro a 9 de Dezembro de 2011, na África do Sul, mais uma prova de que já ninguém está a pensar no sucesso da cimeira de Cancún.
A grande preocupação é que o Protocolo de Quioto expira em 2012 e ainda não há substituto à vista, nem se vislumbra a possibilidade de surgir um novo contrato até lá. A esperança era que, nesta cimeira, se chegue a um acordo sobre o prolongamento das actuais regras, ou seja, um segundo período do Protocolo de Quioto. No entanto, já no decorrer da cimeira, os países em desenvolvimento acusaram o Japão de bloquear as negociações sobre as alterações climáticas, uma vez que se recusou a qualquer prolongamento ao Protocolo de Quioto além de 2012. Isto, se a segunda fase não incluir os Estados Unidos e a China.
Mas também há boas notícias: a desflorestação da Amazónia, no Brasil, caiu quase 14% em 2010, em relação a 2009. A área devastada é agora menor desde 1988, ano em que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais brasileiro começou a medir estes dados.
No caso de Portugal, já nesta segunda semana de cimeira, se soube ter caído de 12.º para 14.º lugar, em termos de desempenho climático, mas passou da classificação de “Moderado”, para “Bom”, classificação apenas atribuída a 11 países.
É ainda esperado que se alcancem pelo menos dois acordos globais: a criação de um fundo de financiamento para atender a emergências relativas às mudanças climáticas e outro para conservação de áreas florestais, cuja destruição representa 20% das emissões de dióxido de carbono.
Já noutras crónicas referi que, apesar de achar que deve haver um equilíbrio, é, de facto, lamentável que os decisores políticos internacionais e os grandes empresários mundiais se preocupem exclusivamente com as grandes margens lucrativas, menosprezando as questões climáticas e ambientais, persistindo na degradação do meio ambiente. Nem com a constituição do Mercado de Carbono se conseguiu reverter a situação e, esta cimeira, mais uma vez se anuncia como fracasso.
Dever-se-á, acima de tudo, evitar o colapso das negociações climáticas e até, que se façam progressos em algumas áreas, caso contrário, a confiança nas Nações Unidas, que começa a esmorecer, será posta em causa.
Depois da mobilização em torno de Copenhaga, pode dizer-se que Cancún estava condenada antes mesmo de começar.
25 Fevereiro 2021
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