‘Spoofing’ e a Vulnerabilidade das Comunicações
Voz às Escolas
2023-04-03 às 06h00
No final de agosto de 2022, o Agrupamento de Escolas Alberto Sampaio apresentou uma candidatura, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, na dimensão da modernização da oferta dos estabelecimentos de ensino e da formação profissional, à criação de um Centro Tecnológico Especializado (CTE), a operacionalizar na Escola Secundária de Alberto Sampaio na área de especialização tecnológica de informática. A candidatura tinha, como principais objetivos, modernizar, reequipar e robustecer a infraestrutura tecnológica da escola e atualizar a sua oferta formativa de cursos profissionais, em linha com as transformações no tecido produtivo da região, na adaptação à indústria 4.0.
A 9 de dezembro, passados quase quatros meses de ansiedade, uma excelente notícia! A candidatura integrava, enquanto uma das felizes contempladas, a lista provisória da primeira fase, sendo considerados elegíveis quase todos os valores candidatados, num total, sem IVA, de quase um milhão de euros. Na passada quinta-feira, a confirmação final: o projeto está definitivamente aprovado, sendo o 17.º nacional com melhor pontuação geral (90,75 pontos, em 100 possíveis), em mais de trezentas candidaturas, sendo o 4.º melhor nacional na área de informática, nesta primeira fase, conseguindo uma pontuação de 95,71% nos critérios específicos.
O CTE AESAS irá permitir um investimento considerável em equipamentos, de forma a robustecer a infraestrutura existente, servindo a preparação de profissionais competentes, dotados para trabalhar com tecnologias de última geração, capazes de se integrarem num mercado de trabalho cada vez mais competitivo.
Com o projeto, pretendeu-se conjugar a experiência longeva da ESAS na área, os recursos humanos qualificados e as instalações de excelência já existentes, no serviço à comunidade local, incluindo as demais escolas da cidade, todas protocoladas na nossa candidatura.
Quando analisamos a natureza dos cursos abarcados pelo CTE de informática, no âmbito do aviso de abertura, apercebemo-nos de que os cursos profissionais nele definidos possuem quatro grandes centralidades: Programação e dados, Redes e gestão de redes, Manutenção e gestão de equipamentos informáticos e Informática de gestão e contabilidade, complementadas pelo curso de Sistemas de informação geográfica, que também com elas se cruza.
Assim, decidiu-se organizar o CTE AESAS em cinco valências, que se entrecruzam, e que servem as necessidades desses cursos: Unidade de Programação e Sistemas (UPS), Unidade de Redes (UR), Unidade de Hardware (UH), Laboratório de Simulação Empresarial (LSE) e Unidade de Tecnologias Emergentes (UTE).
Cada uma das Unidades, embora responda primordialmente à valência dos cursos de uma das áreas identificadas, servirá, também, os módulos dos demais cursos profissionais que abordem as dimensões que abrange (bem como todos os restantes cursos, docentes e alunos do AESAS).
Para a definição da estrutura do CTE, foram auscultados, em reuniões específicas com cada um, vários atores de relevo, na área ou no território, quer a nível nacional, quer internacional, tais como a Universidade do Minho e o Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), o International Iberian Nanotechnology Laboratory (INL), o IEEE Computa- tional Intelligence Society, Portugal Section, a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Cávado, a Câmara Municipal de Braga, a agência de investimento e incubadora INVEST Braga e empresas de relevo tais como a Primavera BSS, Farfetch, OMRON, Bosch Car Multimedia Portugal, S.A., Sage Portugal Software SA, Cisco Systems Portugal, Fortinet, Palo Alto Networks, Google, Microsoft, Blip, ESTIN, entre outras. Um dos parceiros chave, neste processo, foi o INL, parceiro sempre presente e fundamental na definição da estrutura tecnológica que suportará o centro, a quem estamos gratos pela excelsa colaboração e disponibilidade.
Assim, para gestão de todos os equipamentos e utilizadores, foi idealizada uma estrutura balanceada de servidores e storage, equipamento de proteção, ativos de rede (entre os já existentes e a adquirir no projeto), incluindo a renovação completa dos access points e computadores dos laboratórios afetos ao CTE.
A arquitetura definida pressupõe uma solução de virtualização, assente em três servidores e dois equipamentos de armazenamento de dados, incluindo também, todo o software para operar e gerir a infraestrutura. Inclui-se, na solução, todo o stack de rede, com switchs de acesso, core e datacenter, assim como toda a camada de software indispensável para os operar e gerir. Relativamente à segurança, está prevista a instalação de um sistema de firewall e de gestão e segurança dos postos de trabalho e servidores.
O recurso à virtualização já é uma prática habitual nos Cursos Profissionais do AESAS, desde há muito, pela sua versatilidade e otimização de recursos.
Pretende-se, ainda, que a estrutura sirva e aloje, exemplarmente, a dimensão digital de todo o Agrupamento. Embora, atualmente, seja fácil recorrer ao outsourcing e à alocação em clouds externas dos recursos, entendemos que só poderemos preparar devidamente técnicos, que no futuro trabalhem estruturas semelhantes, se, na sua formação, lidarem (bem como os respetivos formadores) com as mesmas. A gestão da estrutura prevista criará, também, o necessário contexto real e concreto (por exemplo, lidar com situações de manutenção, vulnerabilidades ou falha), fundamental na formação e preparação de quadros técnicos válidos.
Finalizada a fase de candidatura, outro desafio nos espera: executar a complexidade do projeto e do plano de investimento, quer a nível tecnológico, quer a nível financeiro. Apesar da incerteza, ainda existente, de como superiormente (e, em particular, com que ritmo e volume) serão disponibilizadas as verbas do projeto, acreditamos que o saberemos levar a bom porto, como é apanágio das Escolas do nosso Concelho. Não fora o incumprimento do referido nas reuniões de preparação da fase de candidatura que agora termina, convertendo em limite e em quota o que sempre foi referido como meta, mais escolas da Cidade teriam visto, merecidamente, as suas candidaturas aprovadas. Dado, para o Cávado e para a segunda fase, ainda estarem em abertas treze vagas para candidaturas (quatro para escolas públicas e nove para escolas privadas), é garantido que, para servir os jovens da cidade e da região, outros centros tecnológicos de excelência, nas áreas de informática, industrial e digital, irão conseguir surgir, juntando-se aos três já aprovados na CIM (dois de informática e um de energias renováveis). Esperemos somente que, centralmente, o bom senso impere e que adequada distribuição dos mesmos ao longo do território da nossa CIM ocorra, respeitando a respetiva integridade demográfica e educativa.
07 Outubro 2024
30 Setembro 2024
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