‘Spoofing’ e a Vulnerabilidade das Comunicações
Voz à Saúde
2023-11-04 às 06h00
As Ordens Profissionais são “Associações Públicas Profissionais” que na sua organização e estrutura associativa regulam e representam as respectivas profissões, num quadro de normas técnicas próprias enquadradas em princípios e regras deontológicas específicas e rigorosas, associado a um regime disciplinar autónomo.
A Ordem dos Enfermeiros, uma das maiores em Portugal, tem registado e representa mais de 84.000 Enfermeiros.
O Governo do Dr. António Costa, na actual legislatura de maioria absoluta, e num enviesamento de leituras e a “coberto” da UE, decidiu intervir no estatuto das Ordens Profissionais, querendo limitar a sua independência, gestão e procedimentos próprios. Como a Ordem dos Enfermeiros, pela voz da sua Bastonária, Enfª. Ana Rita Cavaco, se tornou incômoda aos interesses instalados e à realidade que se vive na Saúde, também não fugiu a esta intervenção/”restruturação” administrativa/legislativa, fazendo no entanto sentir, ao Sr. Presidente da República, a existência de “erros graves” numa nova Lei feita pelo Governo.
O mandato (2º. Mandato) da Enfª. Ana Rita Cavaco, enquanto Bastonária, está a chegar ao fim. O Seu legado é imenso. A sua intervenção, presença, perseverança e pertinácia deixaram marca. Jamais o tempo apagará a Sua dádiva e luta pela dignidade no tratamento e na oportunidade da Enfermagem Portuguesa. Obrigado Srª. Bastonária, Enfª. Ana Rita Cavaco.
Nos dias 13 a 15 de Novembro decorrerá o acto eleitoral e vai ser eleito novo Bastonário e novos Corpos Sociais da Ordem dos Enfermeiros. Lembrar que, por irregularidades de processo e prazo de entrega, comunicado pela Comissão Eleitoral, só uma lista vai a votos, a todos os órgãos a nível nacional e nas diferentes secções regionais e Açores. Na Madeira concorrem duas listas aos Orgãos Regionais. Por isso, me dirijo a Si, Sr. Candidato a Bastonário Enf. Luís Filipe Barreira.
Nestes últimos 8 anos, como nunca o tinham feito, os Enfermeiros ganharam alma, ganharam voz, ganharam visibilidade e assumiram essa responsabilidade, também com o seu contributo. Certo é que a perseguição e o insulto nunca tiveram o pendor agressivo que os Governos Socialistas dirigiram aos Enfermeiros, como agora. A luta foi grande e continuará. Apesar desta triste realidade, alguns ainda andam perdidos no tempo e no espaço, à procura de um norte no seu permanente desnorte, manifestando-se em artigos de opinião ou redes sociais, com cheiro a bafio, entranhados em sindicatos ao serviço de outros mandarins, que não Enfermeiros, daí o desconforto, as atitudes de traição e o silêncio ensurdecedor que produzem. O SNS vive momentos difíceis, fruto de um desinvestimento, de uma gestão descuidada e incapaz, da secundarização que os últimos três Ministros da Saúde lhe atribuíram. Sem Enfermeiros não há SNS, nem nenhum outro Serviço e/ou Sistema de Saúde. Mas também não será, nunca, por falta de contributos, responsabilidade e parceria destes Profissionais, que o SNS morrerá, porque os Enfermeiros já muito deram e continuarão a dar à Saúde, ao País e ao SNS, para o salvar.
Assim, Sr. Candidato a Bastonário, Enf. Luís Filipe Barreira, me dirijo para dizer que, os Enfermeiros esperam muito de Si. Esperam a mesma dedicação, a mesma representação, a mesma coragem e frontalidade, a mesma clarividência sobre os problemas, contributos e soluções para o Sistema de Saúde, a mesma colaboração institucional com quem a quiser aceitar. Sei que está perfeitamente preparado e à altura do desafio institucional da Ordem dos Enfermeiros e da representação de cada Enfermeiro, por mais anônimo que ele seja. Os Enfermeiros por Si representados, saberão respeitar as Instituições, o Poder Político investido, os Tribunais e a mais alta Figura da Magistratura de Portugal. Sabemos também, que não tolerará a subalternidade que alguns querem atribuir e impor, a falta de voz, a perseguição visível ou mais encapotada, a desvalorização social, a dedicação e a dignidade do nosso trabalho. Jamais nos deixaremos iludir com “contos de sereias” ou gestos de afectos ou selfies, porque esses são oportunistas, populistas, falsos e efêmeros.
O desafio tem uma dimensão magnânima, mas pelo conhecimento que tem da Enfermagem e dos diferentes serviços – público, privado e social – pela forma ponderada e de bom senso que coloca nas decisões, pelo trabalho que já desenvolveu na própria Ordem, pela Equipa que constituiu, sei que está à altura do desafio. E os Enfermeiros também estão e saberão dizê-lo! Certo e inequívoco é que o pensamento, as propostas e o pragmatismo da Ordem dos Enfermeiros, não devem ser ignorados nem desperdiçados, pelo Governo, pelo Estado ou Privados e Social, sob pretexto de um qualquer pensamento ideológico, estados d’alma ou preconceitos, porque com isso, perdemos todos, principalmente o Cidadão doente.
É minha convicção que após o dia 15 de Novembro, todos os Enfermeiros se sintam dignificados e respeitados pela escolha da maioria dos seus Pares e prossigam com honra e dedicação, o grande desígnio que a nossa profissão tem: Cuidar de Pessoas, Famílias e Comunidades, estar ao Serviço da Vida, serem leais com os Cidadãos, com as Instituições e com o País, exigindo respeito, igualdade do tratamento e reconhecimento pelo nosso imenso contributo e cuidados de saúde, que nos momentos de limitações, de doença e de fragilidade, prestamos e primamos pela presença, a quem dela precisa, porque os Enfermeiros, efectivamente, “nunca deixam ninguém sozinho”.
01 Outubro 2024
17 Setembro 2024
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