Uma primeira vez... no andebol feminino
Ideias
2022-05-07 às 06h00
e...voltamos a ver, de novo, o sorriso das pessoas, dos nossos amigos, dos nossos familiares, da criança que é agora adolescente, do conhecido que passava na rua e que, atualmente, usa bigode para surpresa de quem o conhecia sem o resguardo do lábio superior!
Os tempos mudaram, entretanto. Hoje, soa-nos a estranho entrar num estabelecimento sem máscara. Falta-nos algo que nos armadilhava e decorava o rosto. E que nos protegia. De qualquer circunstância...
A máscara caiu. Não sabemos até quando. Pode, até, ser temporário! Só a evolução da pandemia dirá, mas a sensação de liberdade que nos restituíram em abril último voltou a revolucionar, sem dúvida, os hábitos da nossa sociedade.
Há uma faixa etária que nos deverá merecer especial relevo: os pré-adolescentes, as crianças que hoje têm 14/15 anos e que, há dois anos, antes da pandemia, tinham 12/13 anos. Nessa altura, ainda não tinham idade para sair com amigos, mas agora já terão.
E o novo fenómeno a que se está a assistir tem de ser motivo de reflexão. Hoje, crianças com 14/15 anos não sabem como se comportar quando saem em grupo! A tendência é estarem lado a lado a trocar mensagens através do… telemóvel! O diálogo verbal escasseia e prevalece a tecnologia – que (tanto) os acompanhou durante os últimos dois anos.
Há dias, numa conversa de circunstância, uma professora confidenciava-me que muitos alunos passam os tempos de intervalo de cabeça baixa, reféns do ecrã e com o olhar pregado no retângulo móvel. Não estão habituados a falar olhos nos olhos. O recurso à via digital está tão automatizado que ir ao bolso buscar o telemóvel é um gesto tão rotineiro como piscar os olhos.
Percebe-se agora por que razão muitos professores incentivaram os pais a manter as viagens de finalistas que estavam programadas, justamente para se reabilitarem tradições de convivialidade, partilha de vivências e disseminarem-se atos de sociabilidade.
Este conceito aplica-se, também, a outras gerações. Faz parte da natureza humana e de processos de crescimento. O convencional é que uma criança corra, grite, experimente e faça do seu ambiente um parque de diversões. O normal é que uma criança, pelo menos nas idades prematuras, se mostre como ela é, e não como os adultos querem que ela seja.
De forma inconsciente, por vezes, não queremos crianças! Queremos robôs. A pressão da sociedade, a ambição desmedida de alcançar o melhor desempenho escolar, leva muitos pais a alhearem-se da realidade e a esquecerem-se de um dos compromissos mais importantes na educação de uma criança: proporcionar vivências!
Muitos pais desejam que os seus filhos se comportem como adultos, já na infância. Mas tudo tem o seu tempo e o seu enquadramento. Ser criança passa rápido, ser adulto é para a vida toda! Difícil é ser criança num mundo de pessoas cansadas, ocupadas, sem paciência e com pressa. Nunca esquecer: é na infância que se constrói um adulto saudável, educado, atencioso com os outros, com espírito solidário e amigo do seu amigo! E que missão difícil a nossa, de adultos, para os orientar...
Porque a sociedade transforma-nos. E estes dois últimos anos transformaram a sociedade. Houve muito tempo sem vida social. E, agora, as crianças, os jovens, os adultos precisam de sair. Com regra, claro! Sempre. E a primeira norma será convocar jantares através do telemóvel e, depois, abandoná-lo quando começar o convívio...
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