‘Spoofing’ e a Vulnerabilidade das Comunicações
Voz à Saúde
2020-12-07 às 06h00
OOrçamento de Estado (OE) foi aprovado à tangente, apenas pelo Grupo Parlamentar do PS, com abstenções e votos contra de todos os outros Grupos Parlamentares e Deputados não inscritos. O desgaste do governo é grande e notório. Há roturas evidentes. Governo enfraquecido. Estará aí, uma crise política? Eleições legislativas, antecipadas? O Dr. António Costa anda à procura dessa possibilidaade. A ver, vamos.
Neste “Ano Internacional do Enfermeiro”, o Governo e Grupo Parlamentar do PS, poderiam ter tratado melhor os Enfermeiros, introduzindo no OE iniciativas e valores de compensação a estes Profissionais, mais que não fosse, para compensar a destruição da Carreira de Enfermagem, que em 2009 fizeram, ao que tudo indica, com a conivência do Sindicato SEP. Um erro craço, e que não souberam ou não quiseram corrigir em 2019, nem mesmo agora em 2020, com uma revisão da Carreira.
Num ano atípico devido à “Pandemia”, às graves lacunas e carências do SNS, a todo o desgaste, cansaço, exigência e sustentação do SNS, os Enfermeiros mereciam ser melhor tratados. Os Enfermeiros andam há muito tempo a reivindicar a valorização da sua Carreira. Estes Profissionais sempre deram o seu melhor e nunca falharam, com os Cidadãos, com a nação e com o Poder Político, em qualquer momento da história do nosso País.
Mas a crítica não é só para este Governo do PS e Grupo Parlamentar. É uma crítica severa à hipocrisia, à insensibilidade, à ignorância e ao cinismo para todos os Partidos e Srs. Deputados da extrema direita à extrema esquerda, porque apesar de conhecedores das agressões e desvalorização que este e outros Governos Socialistas têm feito aos Enfermeiros, os Senhores Deputados nada fizeram para alterar este tipo de coisas! Nem o subsídio de risco, nem a valorização categorial ou remuneratória. Nem uma alteração tiveram Vossas excelências a coragem de introduzir no OE 2021. Falta-lhes coragem. Falta-lhes essência! Falta-lhes conhecimento real do terreno.
A queda da máscara hoje é ainda maior, porque ao longo de anos e anos, orçamentos atrás de orçamentos, sempre aprovaram autênticas fortunas para a Banca falida, para a TAP, inúmeras PPP’s, autenticas survedouras de fortunas. Chegou a hora dos Enfermeiros, mas nada lhes tocou! Tenham vergonha do vosso desempenho descriminatório. Julgo até que será ignorância por desconhecerem o trabalho dos Enfermeiros.
Mas a máscara caiu não só ao poder político, mas também aos Sindicatos de Enfermagem. E hoje devem estar felizes aqueles Sindicatos que boicotaram a união de Todos os Enfermeiros, que se puseram ao lado dos seus partidos, centrais sindicais e partidos de esquerda e da geringonça, contribuindo para a destruição da Carreira de Enfermagem e a continuação da não valorização, nem nenhum acréscimo inscrito nos vários Orçamentos de Estado, incluindo o de 2021. Mas infelizmente, quem perdeu, foram Todos os Enfermeiros! O nivelamento foi por baixo. Os restantes Sindicatos, acontonaram-se nos seus escondidos gabinetes e não tiveram agenda política nem reivindicativa, para expor as dificuldades que verdadeiramente se estão a viver na Classe de Enfermagem. Reduziram-se a comunicados e directos sem interesse à verdadeira causa da Classe.
Mas a máscara volta a cair, mais uma vez ao Governo, nesta Pandemia e com a vinda das possíveis vacinas Covid-19, ao “deixar lançar” a primeira proposta de que os idosos, com mais e 75 anos, não estariam incluídos na vacinação. Deixou que este estrondoso ruído tomasse conta da espuma dos dias. Táctica política? Talvez, para esconder as dificuldades do Orçamento. Depois de forma remendada, afirma a Srª. Ministra Mariana Vieira da Silva, que afinal a proposta dos grupos de vacinação ainda não estava fechada! Mas Sua Excelência o Presidente da República lá mandou o recado ao Governo, dizendo que o grupo dos Idosos não poderia ficar excluído e que se assim fosse, era uma ideia tonta. Com este recado explicito do Sr. Presidente da República e de várias Instituições e Individualidades ao criticarem a possível proposta do Governo, provocam mais um remendo à “coisa”, ficando mais uma desautorização à Srª. Ministra da Saúde, Doutora Marta Temido.
Estas desautorizações, avanços e recuos já são inúmeros e vão-se sucedendo. Só demonstra a falta de preparação da titular da pasta da Saúde, para tão importante Ministério e desafio. A arrogância e o ouvir muitas vezes o hino da CGTP, retira-lhe capacidade e maleabilidade para a gestão, negociação e possibilidade de escutar outras opiniões sábias e válidas, para depois tomar decisões acertadas.
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