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Breves apontamentos em torno de uma escola em situação de emergência

A responsabilidade de todos

Breves apontamentos em torno de uma escola em situação de emergência

Ensino

2020-05-05 às 06h00

Amadeu Dinis Amadeu Dinis

Ainda temos na nossa memória do tempo de criança a súplica das nossas mães a S. Sebastião, em momentos de aflição, para que o mártir nos livrasse da “peste, da fome e da guerra”. Crescemos, somos homens, temos sido, direta ou indiretamente, confrontados à distância pelos horrores da guerra e da fome, nunca imaginando que teríamos que enfrentar e viver com uma peste pandémica. Esta situação que atravessamos era para todos nós inimaginável e do domínio da ficção. Mas tudo aconteceu rapidamente, cavalgando o tempo e o espaço. Vivemos momentos únicos nas nossas vidas, só conhecidos através dos manuais da Historia e da memória dos nossos avós a propósito da pneumónica de há um século atrás.

Na CIOR, como em qualquer outra escola, o sinal de alerta chegou ainda nos encontrávamos, com toda a nossa comunidade educativa, em fase de ajustamento e afinação relativamente aos princípios orientadores e objetivos dos Dec. Lei 54 e 55/2018, de 26 de julho – Educação Inclusiva e Autonomia e Flexibilidade Curricular – e da Portaria nº 235-A/2018, de 23 de agosto, no sentido de operacionalizar medidas, metodologias e estratégias de modo a garantir que todos os alunos adquiram os conhecimentos e desenvolvam as capacidades e atitudes de forma a alcançar as competências previstas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade. Um grande desafio com um dos maiores impactos, dos últimos anos, na dinâmica organizacional e pedagógica das Escolas.

De um momento para o outro, a Escola entrou em estado de emergência, em estado de sítio mobilizando tudo e todos para enfrentar esta crise, esta luta desigual, mobilizando todos os membros da comunidade escolar: Implementar um plano de contingência rigoroso; criar uma equipa de coordenação e gestão do estado de crise; agendar reuniões atrás de reuniões; constituir equipas de trabalho; interromper processos de mobilidade de alunos no espaço europeu; resgatar alunos em estágio no norte da Itália colocando-os e acompanhando-os em situação de quarentena e, por fim, encerrar o segundo período, no que se refere aos processos ensino à distância e de avaliação.

Em toda esta dinâmica, de natureza excecional, a Escola foi reconfigurada e reinventada. Cumprindo as orientações do Ministério da Educação e de organismos afins, fomos todos convocados para encontrar com celeridade respostas e soluções para enfrentar problemas e encontrar as condições de funcionamento da Escola. Neste contexto, com esforço acrescido, dedicação, zelo e elevado profissionalismo, professores, funcionários e demais membros da comunidade escolar e educativa manifestaram o verdadeiro sentido de pertença à Escola. Com recurso às plataformas digitais, a Escola reorganizou-se por completo e continua a funcionar em modo teletrabalho e de ensino à distância, dando sinal para a importância relativa da sociedade digital.

Através de um Plano de Ação elaborado e implementado, operacionalizamos atividades letivas não presenciais da Escola de modo a permitir o encerramento das atividades letivas e a manter os alunos ligados à Escola, até novas orientações. Assim, o referido Plano, entre outros aspetos, prevê: operacionalização das aprendizagens e avaliação envolvendo todas as estruturas de coordenação pedagógica; acompanhamento dos alunos assegurando a educação inclusiva; funcionamento da formação em contexto de trabalho; reformulação das provas de aptidão profissional; recuperação de módulos em atraso; adiamento de mobilidades no âmbito de Erasmus+; constituição de equipas de apoio para assegurar a monitorização e regulação do plano de ensino à distância; comunicação e informação, respostas a questões emergentes, serviços administrativos e logística.

E tudo isto tem sido feito, com trabalho acrescido e numa luta contra pandemia e contra o tempo. A Escola, todas as Escolas têm feito um trabalho exemplar em tudo que está ao seu alcance. No caso da CIOR, tão pouco tivemos tempo para refletir sobre a importância da atribuição, muito em breve, do Selo de conformidade EQAVET – Quadro de Referência Europeu de Garantia da Qualidade para o Ensino e a Formação Profissionais – de acordo com o relatório preliminar elaborado por uma equipa de peritos independentes e já enviado ANQEP-Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional.

Tem sido um verdadeiro sufoco. No momento em que registo estes apontamentos, 15 de abril, a CIOR está a desmontar, numa “operação relâmpago”, 3 salas de informática para emprestar os computadores a 70 alunos carenciados, com as respetivas pen wireless USB para acesso à internet sem fios, em casa. Agora e mais do que nunca a Escola deve, para além de tudo e como sempre, reforçar a sua consciência e responsabilidade social.

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