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Braga - uma cidade mais verde

Voz às Escolas

2018-12-03 às 06h00

Maria da Graça Moura Maria da Graça Moura

Durante o mês de novembro as escolas do município de Braga, desafiadas pelo pelouro do ambiente, realizaram muitas e diferentes atividades de reflorestação dos espaços verdes da cidade e das áreas envolventes. Estas iniciativas inserem-se numa política de promoção, sensibilização e envolvimento ecopedagógico da comunidade escolar, no âmbito dos objetivos do programa eco-escolas, em prol do ambiente. Na Escola André Soares, construíram-se “granadas de sementes” constituídas por pequenas bolotas de carvalho, sobreiro ou azinheira, misturadas com argila, terra, água e nutrientes que, depois de moldadas e secas, foram lançadas nos terrenos afetados pelos incêndios.
Os JRA (Jovens Repórteres do Ambiente) André Soares destacaram-se com o 1º prémio nacional em Fotorreportagem sobre incêndios de Braga e 1º prémio de Artigo sobre a problemática do rio Este e das toalhitas descartáveis nos sistemas de esgotos. Estes trabalhos tiveram destaque em Viseu no Seminário dos JRA, e foram ainda  3º Prémio Internacional Dark Skies Rangers.
O objetivo desta e de outras iniciativas do género, nomeadamente a valorização da fauna e da flora do rio Este e a criação de um Centro Interpretativo de Educação Ambiental no Parque da Ponte, é criar um impacto ambiental positivo a médio e longo prazo. Estas ações, concertadas em parceria como o município e outras entidades, constituem um desafio de grande importância para o nosso futuro comum e exigem um compromisso de toda a sociedade na alteração de comportamentos que traduzam uma maior e melhor consciência ambiental. A floresta enquadra-se na cultura escolar de educar para a importância da biodiversidade, tendo em devida consideração o respeito à proteção e melhoria do ambiente e dos valores associados ao desenvolvimento sustentável.
A notícia de que o Monte do Picoto será transformado num grande parque urbano de floresta autóctone, mereceu da parte desta comunidade um carinho especial. As florestas autóctones, embora de crescimento mais lento, quando bem desenvolvidas, são normalmente mais resistentes e resilientes aos incêndios florestais.
As árvores autóctones são elementos essenciais da biodiversidade da paisagem e enriquecedoras do património ambiental da cidade de Braga. Para além de garantirem mais proteção, segurança e equilíbrio ecológico, têm o mérito de transformar um local, hoje muito despido e degradado, num espaço prazeroso de recreio e lazer com vista privilegiada para a cidade, de fácil acesso e muito próximo do centro urbano.
O Agrupamento de Escolas André Soares beneficiará muito com este parque florestal, a “dois passos” do Monte do Picoto, possibilita e facilita o envolvimento em projetos científicos das escolas do agrupamento. Descobrir a diversidade de vida da floreta autóctone, tão rica em formas, texturas, cores, sons, cheiros será, por certo, um valor acrescentado ao conhecimento, curiosidade e sensibilidade dos alunos e potenciará neles uma maior preocupação na proteção e valorização da floresta.
Acreditamos que a educação é a base para a transformação da sociedade e que é através do auto-conhecimento e do relacionamento com o mundo que nos rodeia que a criança se desenvolve de uma forma integral. Consciencializar os jovens para os desafios desta ambição passa por uma forte aposta em novas literacias ambientais que potenciem uma cidadania mais ativa, consciente e ambientalmente culta. É que, nunca será demais repetir, as crianças e os jovens de hoje são a esperança do amanhã.

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