Poder de Compra e Bem-Estar das Famílias Portuguesas mantém-se abaixo da média europeia!
Voz às Escolas
2021-01-14 às 06h00
Poder partilhar o que pensamos, mensalmente, num espaço dedicado a dar voz às escolas é, sem dúvida, um privilégio, sobretudo porque podemos fazê-lo em liberdade.
Mas, como em tudo na vida, os privilégios acrescem a nossa margem de responsabilidade, razão pela qual devemos aproveitar para difundir mensagens que possam, de alguma forma, contribuir para alertar para situações que hipotecam o papel das escolas e, por arrastamento, da sociedade, em geral.
E, assim, em setembro, ao regressarmos à escola, após seis meses de isolamento, entendi que deveria partilhar uma mensagem que convidasse a uma reflexão consciente sobre o papel de cada um na prevenção do agravamento de um problema que, sem uma ação conjunta, nunca poderia ser solucionado.
A Escola reinventou-se, enfrentou uma panóplia de desafios e assumiu a sua quota parte de responsabilidades, embora consciente de que qualquer investimento seria em vão se a sociedade, a começar pelas famílias, não assumisse a parte que lhe cabia na mitigação da evolução do problema que enfrentávamos.
Mas eis que, após três meses de lutas diárias para criar condições de trabalho que permitissem, para além da recuperação, o desenvolvimento das aprendizagens dos alunos, parámos para festejar uma das épocas festivas mais marcantes do calendário, o Natal, e, ao regressarmos, volvidos quinze dias, voltámos ao início.
A cada dia que passa a situação agrava-se, agravando-se as condições em que trabalhamos, nas escolas, e agravando-se as condições que nos permitem viver, livremente, em sociedade, com todas as repercussões daí decorrentes, o que parece não ser alarmante para todos aqueles que, numa atitude de comprovada falta de consciência cívica, entendem tratar-se de uma situação normal, inflacionada por alarmismos desnecessários.
E se, pelas evidências, os desaires económicos não causam grande mossa para tanta gente, gostava que analisassem o problema por um outro prisma, o das implicações na formação do futuro de um país, futuro esse que está a ser severamente comprometido pela inconsciência de todos quantos acreditam que estamos a inflacionar um problema igual a tantos outros.
Chego a questionar se, tais entendidos, já se sentaram com os filhos para avaliarem os estragos provocados pelos meses em que estiveram privados do acesso à escola, sendo que escola é sinónimo de alunos em interação direta, presencial, com os profissionais de educação que os acompanham.
Será que andam tão distraídos que ainda não tomaram consciência do retrocesso, ao nível das competências de relacionamento interpessoal, de desenvolvimento pessoal e autonomia…dos filhos, convictos de que a destreza no domínio das novas tecnologias é suficiente para que, um dia, possam fazer a diferença na sociedade em que vivemos?
Será que não se aperceberam, ainda, que se as escolas fecharem, novamente, como está a ser equacionado, dificilmente poderemos recuperar as aprendizagens não realizadas pelos alunos, quando nos encontramos, ainda, a tentar repor o que não foi conseguido nos últimos meses do ano letivo transato?
Continuo sem conseguir entender o sentido de comportamentos que interferem com os mais elementares direitos de cada um de nós e, simultaneamente, continuo a não ser capaz de conter a revolta crescente, provocada pela inação de quem podia tomar medidas que, de forma clara e inequívoca, impedissem a proliferação de atitudes no mínimo inadmissíveis em pleno século XXI.
Avanços e recuos, proibições e incumprimentos, sem qualquer consequência prática, terão repercussões, como se constata, a todos os níveis, colocando em risco, por tempo indeterminado, todas as conquistas, todos os desafios que enfrentámos e vencemos.
Não deveria ser assim, mas é a dura realidade, razão pela qual chega de retóricas, sob pena do descrédito criar raízes.
Com a sessão iniciada poderá fazer download do jornal e poderá escolher a frequência com que recebe a nossa newsletter.
Escolha as categorias que farão parte da sua página inicial.
Continuará a ver as manchetes com maior destaque.
Faça login para uma melhor experiência no site Correio do Minho. O Correio do Minho tem mais a oferecer quando efectuar o login da sua conta.
Se ainda não é um utilizador do Correio do Minho:
RegistoRegiste-se gratuitamente no "Correio Do Minho online" para poder desfrutar de todas as potencialidades do site!
Se já é um utilizador do Correio do Minho:
LoginSe esqueceu da palavra-passe de acesso, introduza o endereço de e-mail que escolheu no registo e clique em "Recuperar".
Receberá uma mensagem de e-mail com as instruções para criar uma nova palavra-passe. Poderá alterá-la posteriormente na sua área de utilizador.
Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos.
Deixa o teu comentário