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As olimpíadas de Céline

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As olimpíadas de Céline

Ideias

2024-07-29 às 06h00

Carlos Pires Carlos Pires

“À grande e á francesa”, assim iniciam os Jogos Olímpicos, o maior evento desportivo à escala global, que se realiza a cada quatro anos, e para o qual os atletas, das várias modalidades desportivas, preparam-se arduamente. Os melhores competirão entre si, na busca por uma medalha, seja ela o ouro, prata ou bronze. E tantos nomes fizeram história – veja-se o exemplo de Nadia Comaneci e Simone Biles (ginástica), Carl Lewis (atletismo) ou Michael Phelps (natação) – sendo certo que todos, todos os atletas selecionados trabalham arduamente para brilharem no grande palco desportivo.

Jogos sem politiquices, não são Jogos. Infelizmente. E Paris 2024 não tem sido exceção – veja-se a decisão dúbia do Comité Olímpico: em solidariedade com o povo ucraniano, baniu a participação de atletas russos e bielorrussos (pelo menos no que concerne à corrida por uma medalha, já que não estão impedidos de participar com o “status” de neutralidade”), mas permitiu que Israel participasse sem condicionantes, não obstante a condenação internacional do genocídio contra o povo palestiniano. E as questões da segurança e terrorismo: o atentado à linha ferroviária de alta velocidade ocorrido horas antes da abertura oficial, e que condicionou a mobilidade das pessoas em território francês, afigura-se como mau pronuncio. Esperemos que os piores receios não se confirmem e que o espírito de fraternidade e solidariedade inerente às olimpíadas possa manter-se.

À margem destes temas, a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos 2024 ocorrida na 6ª-f passada rompeu com os figurinos tradicionais e desenrolou-se no centro de Paris. O evento contou com performances grandiosas, participação de artistas (Lady Gaga) e atletas icónicos, e consistiu numa ode à diversidade. Mas, sem margem para dúvidas, o momento mais marcante ocorreu logo após a chama olímpica ter sido acesa, com o aparecimento no primeiro piso da Torre Eiffel da cantora Céline Dion a cantar a canção eternizada pela voz de Edith Piaf, "Hymne à L'amour" - um poderoso hino ao amor eterno e incondicional, que resiste a todas as adversidades. Céline atuou sob uma chuva de aplausos e estava visivelmente emocionada. Afinal, fora a primeira vez que cantara em público desde que foi diagnosticada com uma doença neurológica rara, em 2022, e que parecia comprometer irremediavelmente a sua carreira. Céline, em Paris, foi testemunho da capacidade de transformar dor em arte e inspiração.

A jornada de um atleta olímpico é uma narrativa de superação, disciplina e dedicação incomparável. Anos de treinos intensos para momentos que, muitas vezes, duram apenas alguns minutos ou até segundos. Cada passo, cada salto e cada braçada são o culminar de um processo árduo, marcado por sacrifícios e desafios constantes. A superação pessoal e a resiliência são elementos centrais dessa jornada, tanto quanto a própria competição.
Mas a superação não é um conceito exclusivo do mundo desportivo. Ela manifesta-se em diversas áreas da vida, incluindo a música. Céline Dion, uma artista cuja carreira e vida têm sido uma verdadeira lição de resiliência e determinação, face aos inúmeros desafios ao longo de sua vida pessoal e profissional, incluindo a saúde, reaparece em Paris, reerguida e disposta a continuar a inspirar as pessoas, com a sua música e com o seu exemplo.
Céline Dion, assim como os atletas olímpicos, demonstram que a superação é uma jornada contínua; não é apenas sobre alcançar o topo, mas sobre a forma como enfrentamos as quedas e nos levantamos novamente. Lembram-nos que a verdadeira essência da superação reside na paixão, na persistência e na capacidade de sonhar, mesmo diante das adversidades.

A vida é, em muitos aspetos, como uma grande arena olímpica, onde todos nós enfrentamos os nossos próprios desafios e lutas. A inspiração que tiramos de atletas e artistas, como Céline Dion, é um lembrete poderoso de que, com determinação e coragem, podemos ultrapassar os momentos mais difíceis e alcançar nossos próprios "ouros"; seja no desporto, na música ou em qualquer outra área das nossas vidas, a superação é um testemunho da força do espírito humano e uma celebração da resiliência que existe em cada um de nós. E esta é a essência dos Jogos Olímpicos como uma celebração global da unidade e do espírito humano.

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