Os bobos
Escreve quem sabe
2020-04-15 às 06h00
“Uma das surpresas trazidas por Rui Viera Nery no seu livro Para uma História do Fado é a suspeita sobre os consabidos Fados Menor, Corrido e Mouraria não serem os iniciais, deixando-nos à espera de comprovações, a retirar da análise de pautas coetâneas das primeiras manifestações do que viria a ser este gênero poético-musical. (GOUVEIA, Daniel, Ao Fado Tudo se Canta, D.G. Edições, pág.22,2010)
Segundo Goethe (Johann Wolfgang von Goethe, 1749-1832), os seus contemporâneos sabiam apreciar a beleza dos assuntos ingénuos, motivo pelo qual se gerou um interesse pela investigação dos cantos populares em contrapartida ao interesse científico.
Desde o meu ponto de vista, o segredo do Fado é verificar a sua metamorfose e evolução musical, já que este é o fator que verdadeiramente cria uma linguagem musical nacional. Tenho sempre defendido a música do Fado, uma música que foi nascendo durante décadas por diferentes influências sociais, políticas, culturais, literárias, etc. O Fado está em permanente evolução tanto no campo musical e literário, como no interpretativo e artístico. Todas estas circunstâncias e factos históricos tem outorgado ao Fado um estatuto especial, sendo considerado por muitos como a Canção Nacional, e a nível mundial como arte da nacionalidade portuguesa. Se perguntarmos a qualquer cidadão do mundo, de onde poderá ter surgido o Fado, provavelmente todos responderão "Portugal".
Todos estamos de acordo que é muito complicado ter uma resposta certa e coerente na questão da "Origem do Fado", como diz Daniel Gouveia," O Terreno das Origens do Fado mostra-se movediço, conjetural, especulativo, nenhuma arte é pura" e também manifesta "Convém sublimar o Fado não
nasceu foi nascendo". Tudo é aceitável, como o que diz Luísa Guerra "Se o povo português é o único que canta Fado, é porque também foi protagonista de uma experiência particular".
Parece-me importante ter conhecimento das diversas fontes de informação sobre o Origem do Fado, não obstante, devemos aceitar os diferentes critérios da genesis do mesmo. As fontes mais relevantes são: a origem Lusitana/Celta, origem Árabe, origem Trovadoresca, origem dos Marinheiros, origem Africana, origem Brasileira, e finalmente a origem proveniente de diversos povos e aldeias de Portugal. Todo este conjunto de hipóteses e possíveis influências foi-se unindo e mutando, transformando Lisboa no berço do Fado.
Foi a partir do ano de 1930 que o Fado Canção começou a sua grande evolução em Lisboa. Durante este Século XIX, no ano de 1852 foi publicado o Cancioneiro de Álbum de Músicas Nacionais Portuguesa de João António Ribas, com 12 temas musicais. O autor, músico de origem espanhola radicado no Porto, foi diretor do Teatro Nacional de S. João, além de ser uma importante figura no seu tempo. Finalmente, gostaria de fazer referencia a outra importante obra de para a história do fado publicada em 1898, o Cancioneiro de Músicas Populares de César das Neves.
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