António Braga: uma escolha amarrada ao passado
Ideias
2020-10-02 às 06h00
“O relativismo moral e a instrumentalização da lei mandam. E são a mesma semente do pântano, estejamos a falar de obscuro secretário de Estado ou de um primeiro-ministro inebriado pelas suas paixões clubísticas. São todo fermento da mesma casta de poder e de impunidade” (C.M.15.9.20, Eduardo Dâmaso).
É evidente que nos estamos a referir aos problemas da amizade e dos negócios da empresa familiar de Eduardo Pinheiro, o número dois de Matos Fernandes, e seu amigo desde antes de ser levado para o governo, sendo de referir que “a firma da família de governante fatura 2 milhões com o Estado”, “tendo a Território XXI sido criada uma semana depois de o ministro do Ambiente ter tomado posse” e desde então teria tido negócios com entidades desse Ministério. Anotando-se tão só que M. Fernandes tomou posse de ministro do Ambiente a 26.11.2015, exara-se que E. Pinheiro, ex-autarca de Matosinhos, a 26.10 2019 passou a integrar tal equipa governamental como secretário de estado da Mobilidade. Claro que os dois governantes, e velhos amigos, afirmam estar tudo correto, legal e não ter havido nem benefícios nem pedidos mútuos, mas a verdade é que houve, e não poucos, negócios de tal empresa com o Estado.
É certo que houve a lei das incompatibilidades e impedimentos dos políticos, uma lei “amanhada” e “cozinhada” no Parlamento pelo já conhecido e falado “Lacãozinho”e outros, mas João Paulo Batalha, presidente da Transparência e Integridade refere expressamente que “«há um conflito de interesses gritante» nos negócios da empresa com o Estado, porque atua na área do Ambiente” (id.), não obstante todas as alterações e habilidades havidas na estrutura da empresa onde “funcionam” a Vilma e a Lucília, a esposa e sogra do dito secretário de Estado. E evidentemente um chocante caso de “hipocrisia” política, no mínimo!...
Mas se isto é tudo uma questão de «fermento da mesma casta de poder e de impunidade», o mais grave é que tal fermento vem “levedando” e “alimentando” todas as demais “castas” políticas, socialistas e outras, que se vêm “embrulhando” nas governação e poder com a mais natural das usualidades e vulgaridades, de todo “encostadas” a partidos que o Estado vem acolhendo e “cevando” em nome da democracia e da liberdade. E é impressionante o à vontade, e a agilidade, com que se “modelam”, se “temperam” e se “desculpam” certas situações, e com a própria simpatia clubística a fazer esquecer cargos e responsabilidades públicas e governamentais, dando azo a comentários. Os Medinas, Costas e outros políticos em comissões de honra, cargos diretivos, jantares, camarotes e festins de clubes de futebol e em “correrias” de tempo para presenças em camarotes e jogos, etc., não deixam de impressionar e de fazer mossa na credibilidade, na posição e no próprio funcionamento público de certas instituições, mormente quando o “avalizado” futebol, pelo que consta e é público, nem sequer merecerá o aval prestado por tais figuras políticas e públicas devido às muitas tropelias que lhe apontam e estão associadas a dívidas, falcatruas, negócios e mais manigâncias relacionadas com a Banca, com reflexos negativos em termos processuais, criminais e débitos ao Estado, que começa a ver esvair-se o seu papel de “pessoa de bem”, de defensor dos seus contribuintes e de não “dar abébias” às malandragens.
Mas Costa é o Costa, o das vacas a voar, com “poder” e muitos “conhecimentos” nos media, que nos aparece quase sempre com ar sorridente e aspeto de “vendedor” na feira de Espinho, apesar das suas conhecidas qualidades, habilidades e jeitos negociais. Apenas precisa de saber aguentar as perguntas, não perder nunca as estribeiras (o que agora vem acontecendo com frequência), e ter tento na língua, mormente se os microfones ainda estão ligados, tanto mais que o mundo de hoje é cada vez mais das “castas” e “costas”. As primeiras, que aliás também abundam no PS, dão por vezes bons resultados, mormente na feitura de “lotes” e “misturas”, e algumas bem fiáveis como as “açoreanas” pois “pegam” e se “enxertam” em tudo o que possa dar “uva”, de modo nenhum se podendo esquecer as Ana Gomes, o Assis, o Nuno das Infraestruturas, e todos os que não alinham com o Marcelo, como a transmontana que renega o pai. E quanto a “costas”, temos de nos lembrar que no governo, além do nosso primeiro, ainda há outro António Costa, o assessor e ideólogo principal, que também é Silva, além do João “Teimoso” Costa, o secretário do Tiaguinho, e ainda o “despedido” Costa do BP, que deve saber muitas coisas sobre dinheiros e a banca.
Enfim!... São muitos “costas” nesta “casta” socialista em que a deputada Hortense lá conseguiu o arquivamento de um processo de falsificação de documentos oficiais, pagando 1.000 euros e o pai outro tanto, referente a um caso de 2011 e à gerência de uma sociedade de hotelaria com o seu progenitor, com a Ana Gomes a candidatar-se a PR contra a vontade do Costa mas com o apoio de muitos, como o Assis e muitos outros, adivinhando-se que o Nuno Santos, e mais alguns com “borbulhas” de esquerda, se apressem a ir beberricar com malta da pesada, nuns “vodkas” e “libações” mais “calorosas”. É tudo uma questão de “casta” e mais nada.
11 Dezembro 2024
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