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Aqueles que connosco caminham

Voz às Escolas

2024-07-22 às 06h00

João Andrade João Andrade

Há uma semana foram publicadas as listas definitivas do Concursos Interno e Externo de 2024/2025. Essa colocação de um número extraordinário de docentes nos quadros das escolas, decidida pelo Governo anterior, configura uma revolução nos quadros das escolas. Quer porque aumentou significativamente o número de docentes do quadro de cada agrupamento, quer porque implicou que um número significativo de docentes, de outros agrupamentos ou de quadros de zona pedagógica, onde se encontravam – em alguns casos, há mais de uma década – tivessem obrigatoriamente de concorrer ou a retornar aos agrupamentos de origem.
No caso do Agrupamento de Escolas Alberto Sampaio, a movimentação de docentes, entre entradas e saída, superou a centena e meia, tendo 72 novos ingressado nos quadros do agrupamento, diminuindo o número de vagas a ser colocada nas sequentes Mobilidade Interna e Contratação Inicial, destinadas a suprir as necessidades temporárias.

O desafio que se nos coloca, bem como aos demais agrupamentos de escolas, é o da manutenção da identidade e do caminho que lhes vinham garantindo o sucesso educativo.
Este desafio será permanentemente agravado por outra realidade, também decidida pelo Governo anterior, a qual, se o objetivo for a qualidade e continuidade do sucesso pedagógico, constitui um erro significativo e, na nossa opinião, inútil: o facto de, a partir do corrente ano, o concurso interno se tornar anual. Se, por um lado, o aumento significativo dos docentes do quadro conferirá uma maior estabilidade e continuidade pedagógica, essa positividade será negativamente contrabalançada pela instabilidade anual dos restantes docentes. Essa instabilidade será crítica particularmente no 1.º ciclo, onde os agrupamentos habitualmente necessitam de um número de docentes muito superior aos do quadro.

Um outro erro, no nosso entender, que poderá acontecer já por iniciativa do atual Governo, será a colocação da Mobilidade por Doença (MPD) após a solicitação da Mobilidade Interna. Sendo os agrupamentos de escolas obrigados a solicitar na Mobilidade Interna todas as suas necessidades, se ainda não estiverem colocados os docentes em MPD, que cobrem parte dessas necessidades, ocorrerá um desperdício significativo de docentes, que será de 10% nos agrupamentos com maior procura por docentes em MPD. Embora essa não seja a realidade generalizada, estimamos que o desperdício nacional de docentes, a acontecer esta realidade, possa superar os 3% do número total nacional de docentes, número insustentável numa altura em que o atual Governo escolheu como prioridade – muito louvavelmente – combater a ausência de docentes, tendo, inclusive, selecionado como sua primeira medida educativa de impacto o Plano +Aulas, + Sucesso. Tendo os últimos anos do nosso Agrupamento sido de particular sucesso em várias dimensões (crescemos, nos anos transatos, ao maior agrupamento de escolas do Concelho), verificamos a satisfação e o sucesso de muitos que nos procuram, traduzido também, apesar de todas as limitações que lhes assinalamos, por, nas últimas publicações dos principais rankings de escolas (Jornal Público, Expresso/ /SIC Notícias e Renascença), termos acedido à primeira posição, no ensino secundário, das escolas públicas com mais de 50 exames. Também no terceiro ciclo, além de ambas as nossas escolas que o operacionalizam ficarem em posições no primeiro terço, ficaram significativamente muito próximas, o que denota uma atuação educativa e de públicos comuns. Sendo sempre positivo estar nas posições cimeiras dos rankings, isso não invalida que excelentes escolas, com excelentes docentes e lideranças estejam nos mesmos em posições muitos inferiores, porque, infelizmente, os rankings publicados não traduzem a qualidade do trabalho em realidades heterógenas, quer seja no projeto, regras de funcionamento, diferenciação (e, infelizmente, seleção por algumas escolas) de público, dimensão, complexidade ou possibilidade de controlo.
O desfio será manter o sucesso que se constata e aprofundar a consecução do Projeto Educativo, ajustando, no percurso, algumas não conformidades que, infelizmente, numa organização com a dimensão do AESAS, continuam e continuarão a acontecer.

Como somos uma Unidade, o sucesso no caminho é propriedade de todos: alunos, pais, comunidade envolvente, não docentes e docentes. Aos docentes que nos deixam para agora irem aplicar o seu talento e entrega noutros agrupamentos, o nosso MUITO OBRIGADO! Mas existe outra categoria de docentes que já não trabalha connosco, apesar de serem, para sempre, parte intrínseca de nós (como todos os que por aqui passam): aqueles que, merecidamente, se aposentaram. De entre estes, não é possível não destacar aquela que foi a nossa companheira de direção por uma década, a Subdiretora - agora aposentada - Maria do Carmo Cunha. Ao fim de 42 anos de inestimável e dedicada entrega, nas mais variadas funções, primeiro na Escola Secundária de Alberto Sampaio e depois no Agrupamento de Escolas Alberto Sampaio, no primeiro dia de julho de 2024, um primeiro dia do resto da sua vida. Para além do cargo maior de Docente, na sua longa carreira foi escolhida pelos seus pares para assumir inúmeras funções, incluindo, logo no seu início, a de Presidente do Conselho Diretivo da ESAS. Excelsa carreira que concluiu como Subdiretora de um dos maiores agrupamentos de escolas nacionais por quase uma década. Desafio começado no turbilhão da pós-agregação, serenamente lidando com todas as vicissitudes do caminho posterior, incluindo uma pandemia glo- bal. Muitos anos de dedicação, compromisso e a assumir responsabilidades!
Em meu nome, da nossa equipa e de toda a nossa comunidade, um IMENSO OBRIGADO.

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