O último fim de semana foi um fim de semana agridoce. Infelizmente caímos nos penaltis para a França e não pudemos contar com as mãos quentes do Diogo Costa para continuarmos no Euro. É assim - umas vezes ganhamos, outras vezes perdemos. A culpa não é de Diogo Costa que não defendeu, nem é do João Félix que atirou ao poste - ganhamos e perdemos juntos.
Porém nem tudo foi mau neste fim de semana - a França foi a votos para a segunda volta das Eleições Legislativas antecipadas. Ainda não sabendo bem quem será o/a próximo/a Primeiro/a Ministra - uma coisa é certa - sabemos quem não ganhou e isso dá um alívio momentâneo à Europa que vê o populismo ficar à margem. Em França, a União fez a força e os moderados, os que ainda confiam no modelo político moderado decidiram dar uma nova oportunidade à democracia.
Mas a grande notícia foram mesmo as Eleições para a Secção de Braga do Partido Socialista. Pela primeira vez em mais de uma década o PS conseguiu encontrar um caminho comum. Pela primeira vez em tantos anos o PS abdicou das linhas vermelhas, ou quase todas, e decidiu construir. O PS Braga está agora mais ágil, fruto das gorduras cortadas para o caminho comum e é o momento de abrir o GPS e definir como destino final - Praça do Município.
Daqui a sensivelmente 14 meses teremos Eleições Autárquicas no país todo e é o momento de retirar Braga do marasmo onde esta se acomodou nos últimos 12. Quase todas as dinâmicas da vida dos bracarenses se degradam dia após dia - é o trânsito que se espalha a toda a cidade, é a habitação que escasseia e está cada vez mais cara, é o meio ambiente cada vez mais em risco, é a expectativa de planeamento familiar cada vez mais em risco, é tanta coisa que está pior e todos assobiam para o lado.
Na Praça do Município, a azáfama é tanta que há quem já ache que estamos em 2025. O empenho nas dinâmicas eleitoralistas já confunde as funções de vereador ou administrador de empresas municipais. Já nem se sabe quem é quem. Já há tanta cabeça em 2025 que até já se esqueceram de governar. No fundo, estamos entregues à vontade de uma coligação esgotada e que já pouco tem para acrescentar à cidade e nem mesmo a entrada de um novo parceiro de coligação trará frescura.
A oportunidade é então clara para todos nós - o caminho daqui à Câmara Municipal de Braga é curto e breve e o PS saberá muito bem encontrar esse rumo. Aliás, não só sabe, como tem a obrigação de conquistar esse caminho e tem a obrigação de vencer a Câmara Municipal de Braga em 2025. Este caminho que se iniciou no último sábado mobilizou o PS e ou seus autarcas, mobilizou os seus militantes e as suas estruturas, mas sobretudo mobilizou na cidade a expectativa de o PS ser a única e verdadeira alternativa à Coligação Juntos Por Braga.
O PS terá então o caminho bem orientado - todos unidos, sem linhas vermelhas, contando o percurso e experiência dos rostos da oposição que tanto fizeram nos últimos anos, mas com uma nova geração de dirigentes, empenhados no futuro na cidade. Todos são poucos para esta tarefa que vai para além das paredes da sede. São precisos muitos mais do que aqueles que fazem parte das listas, são precisos muitos mais do que todos os militantes do nosso Partido. A dimensão nacional do PS Braga é hoje reconhecida e um farol na conquista da câmara. Mas é importante encarar, como diria o Fernando Teixeira de Andrade que “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” Sem dogmas e sem as certezas de que sabemos tudo, estaremos com humildade a puxar a carruagem da esperança bracarense para o futuro da cidade.