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Ideias
2022-06-18 às 06h00
A Oxfam Internacional é uma organização que atua em mais de 90 países na busca de soluções para o problema da pobreza, desigualdade e da injustiça, através de campanhas, programas de desenvolvimento e ações emergenciais. Ora, como sempre acontece a quando da realização do Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça, o mais recente em maio de 2022, a Oxfam elabora vários relatórios para serem discutidos naquelas reuniões mundiais. Neste texto, destacamos dois daqueles relatórios: “O Vírus da Desigualdade” e “Lucrar com a Dor”, que abordaremos em conjunto.
Desde logo, os relatórios apontam para que a nível mundial os ricos tornaram-se ainda mais ricos com a pandemia Covid-19 e agora também com o conflito Rússia-Ucrânia e a consequente escalada dos preços dos bens alimentares, matérias-primas e energia. Assim, a partir de 2020 passaram a existir mais 600 multimilionários, perfazendo no presente um total de 2700 multimilionários. Registe-se que, por exemplo, a riqueza dos multimilionários aumentou nos dois anos da pandemia Covid-19, mais do que acumulou nos 23 anos anteriores. Desta forma, a riqueza total dos multimilionários a nível mundial passou a equivaler a 13,9% do PIB mundial (riqueza produzida no mundo), cerca de três vezes face ao ano de 2000, ano com apenas 4,4% do PIB mundial.
Ainda, segundo os relatórios da Oxfam os mais ricos inseridos em áreas que apresentam uma elevada concentração de mercado, funcionando por monopólios, viram com a pandemia Covid-19, o conflito Rússia-Ucrânia e o acelerar dos preços mundiais aumentarem os seus proveitos acentuadamente com as privatizações, a criação de monopólios empresariais, bem como de legislação e direitos laborais deficitários, ao mesmo tempo que o dinheiro era armazenado em paraísos fiscais. Sublinhe-se, e citando a Oxfam “a fortuna dos multimilionários não aumentou porque passaram a trabalhar mais e com mais mérito. Os trabalhadores estão, sim, a trabalhar mais, por salários mais baixos e em piores condições. Os multimilionários manipularam o sistema com impunidade durante décadas e estão agora a colher os benefícios”. Mais, a Oxfam aponta que o aumento da desigualdade tem vindo a corroer a indispensável coesão económica e social das populações e, assim, obstaculizando um crescimento económico sustentado.
Quer dizer, para cada novo multimilionário surgido durante a pandemia Covid-19, um a cada 30 horas, quase um milhão de pessoas passaram a encontrar-se em risco de pobreza extrema! Por sua vez, a situação dom setor da saúde em si traduz também um outro fator de desigualdade. A esperança de vida à nascença é muito maior em países desenvolvidos (ricos) do que nos países em vias de desenvolvimento (pobres) e, observe-se que como consequência da pandemia Covid-19, faleceram quatro vezes mais pessoas neste último grupo de países.
Em conclusão, os relatórios da Oxfam discutidos na recente reunião do Fórum Económico Mundial: “O Vírus da Desigualdade” e “Lucrar com a Dor” apontam para a existência de uma realidade distorcida, com ricos cada vez mais ricos, mas, à custa do aumento da pobreza extrema. Desta forma, a Oxfam sugere por urgente que os governos corrijam àquele viés, adotando medidas de política, tais como:
(1) A criação de impostos de solidariedade temporários e transversais sobre os ganhos extraordinários que os multimilionários tem vindo a usufruir com a pandemia Covid-19, com o aumento dos preços e, agora, com a escalada dos preços resultante do conflito Rússia-Ucrânia, de modo a financiar o apoio a quem enfrenta o aumento dos custos dos alimentos e da energia;
(2) O combate firme contra a ação especulativa em vários setores;
(3) A introdução de impostos permanentes e progressivos sobre a riqueza, de forma a controlar não só a riqueza extrema e o poder mais ou menos monopolista dos multimilionários, como as emissões de carbono por eles lideradas.
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