Integridade no Futebol: Um Compromisso com a Ética e a Verdade Desportiva
Ideias
2024-02-19 às 06h00
Há muito que se escreveu este texto e que agora se recupera pela sua pertinência e actualidade perante intervenções a que vamos assistindo no espaço público e que, em Braga e na “sua” avenida da liberdade, tudo se expõe e visibiliza.
A circunstância e o modo são sempre factores incontornáveis no tempo e na nossa formação e vivência. “sou eu e a minha circunstância” escreveu Ortega Y Gasset, numa síntese intemporal da nossa condição humana.
À Cidade, esta realidade não é externa nem indiferente, sendo a mesma reflexo daquilo que é inato e singular, mas também do que é o momento e a circunstância.
Seja como for, não há dúvida de que há pressupostos e elementos transversais e estruturantes na vida da Cidade. De tal forma e com tal intensidade, que são tidos como omnipresentes e constantemente reclamados e protagonizados.
O espaço público é um desses elementos transversais e estrututantes, arriscando-se mesmo a escrever que é elemento central e nuclear.
Traduzindo a realidade que é de todos e para todos, conformando-se para uns como o negativo que resulta de tudo o que sobra do indivíduo e suas formas de organização e associação privadas, para outros como positivo, de forma e autonomia próprias, singularidade e afirmação inevitáveis, por definição, o espaço público é tudo aquilo que diz respeito a todos enquanto comunidade e sociedade organizadas para permitir uma sã e qualificada coexistência relacionada de todos nós.
Assim sendo, o espaço público adquiriu e permanece tributário de uma dimensão material em conjugação com a sua dimensão simbólica e afectiva, dimensão representativa, colaborativa e celebrativa. Este espaço público não é feito só daquilo que vemos e tanto associamos – ruas, jardins, praças e outros – mas também das formas colaborativas que desenvolvemos para materializar projectos comuns, participativa (no sentido do modo como contribuimos e influenciamos a política desenvolvida para responder às nossas necessidades e vontades) e celebrativa. No fundo, o espaço público é tudo aquilo que se suporta na condição base do “nós” enquanto pessoa colectiva central na Cidade.
Medir a qualidade do espaço público revela-se, por coerência, vital para qualificar e entender a Cidade, sendo o reflexo e espelho das suas “coisas boas” e das suas fragilidades.
Encontrar uma matriz de avaliação deste espaço público talvez seja exercício recorrentemente incompleto e sempre insatisfeito, mas, seguramente, mesmo aquém do (globalmente) necessário, é preferível, muito preferível à sua ausência ou inexistência.
De uma forma sintetizada, acredita-se que esta matriz de avaliação se constrói a partir de seis dimensões (sem hierarquia de valor ou impacto): desenho, apropriação, celebração, comunicação, participação e associação.
Desenho no sentido físico do espaço, da sua definição e caracterização material e da sua tradução na geração de conforto e beleza.
Apropriação enquanto sinónimo de uso e entendimento da sua correcção e coerência, potenciando o seu significado de socialização e partilha.
Celebração como forma de agregação e identificação, que se limita e delimita na festa da conquista, no orgulho da pertença, na agregação para enfrentar a dificuldade.
Comunicação como forma de relação e entendimento reveladoras da prática da verdade, seja ela feita de fervor positivo ou crítica.
Participação como sinónimo de envolvimento e interesse na fixação do valor e importância da comunidade enquanto presença fundamental na vida de todos nós.
Associação feita sinal de compromisso e vontade de uma construção comum e colectiva de projectos que a todos dizem respeito, sabendo que todos deles usufruem e beneficiam.
Naturalmente que estas seis dimensões deverão ser objecto de desenvolvimento e detalhe, decomposição e encontro de tonalidades e matizes ajustadas à realidade física, geográfica e política de cada cidade e de cada um dos seus espaços…
A reflectir em próximo texto!
19 Janeiro 2025
19 Janeiro 2025
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