O que podem esperar os portugueses em 2023?
Escreve quem sabe
2021-02-02 às 06h00
Vivemos o rescaldo de uma das eleições presidenciais que mais polémica gerou no nosso país. Já é habitual termos candidatos que representam ideologias opostas, que causam sempre alguma controvérsia durante a campanha eleitoral e, infelizmente, como já seria de esperar, uma elevada abstenção por parte dos eleitores. Contudo, este ano, o facto de termos um candidato que assume premissas associadas a ideologias de extrema-direita, com tanto mediatismo, deveria alertar-nos para o rumo que o país está a tomar, bem como o facto dos resultados obtidos, por esse candidato, serem verdadeiramente inquietantes.
Igualmente impactante na sociedade é o facto de a abstenção rondar os 60%. Já pensou se amanhã nas notícias fossemos informados que todos os portugueses perderam o direito ao voto, estando o poder de eleger os governantes do país, reservado apenas a alguns políticos? Certamente seria revoltante e, nessa altura todos, se iriam querer pronunciar. É certo, que o facto de vivermos num estado de emergência, afastou muitos eleitores das urnas, contudo será essa justificação válida?
A verdade é que, mais do que nunca, foi dada a possibilidade do voto antecipado e para aqueles que não o solicitaram e foram votar no dia 24 de Janeiro, perceberam que foram tomadas medidas para que cada um pudesse exercer o seu direito em segurança. Todos os Jovens Cooperantes que se dirigiram às urnas partilharam uma opinião bastante positiva da experiência. Salvaguardando que somos de freguesias bastante distintas, damos como um excelente exemplo as medidas tomadas pela Junta de Freguesia de São Victor, que sendo a freguesia com maior população de Braga, conseguiu que todos os eleitores votassem em segurança.
Para quem conhecia a organização da freguesia em eleições anteriores, desta vez foi surpreendido pela reorganização da Escola Secundária Carlos Amarante, trocando as habituais salas pelo Pavilhão Desportivo e pela Sala do Aluno, e deixando de ter as pessoas a percorrerem os corredores entre os dois pisos habituais, optando por convidar os eleitores a circular sempre à mesma cota, num percurso amigável.
O facto de terem optado pelo piso térreo facilitou não só o cumprimento dos circuitos de segurança, como também a deslocação de pessoas com mobilidade reduzida, evitando assim as habituais escadas, que nem todos percorriam com a mesma facilidade. O gel-álcool existia em todas as secções de voto, para que o eleitor pudesse desinfetar as mãos antes e depois de votar. E, em S. Victor, para os eleitores que se esqueciam da esferográfica, podiam usar uma esferográfica do lote das desinfetadas e quando o eleitor regressava da cabine de voto, colocava a caneta numa caixa, para se proceder à desinfeção da mesma. Na Assembleia de voto da Freguesia de S. Victor, o tempo médio de espera para votar rondava os 20-25 minutos, o que prova a celeridade de todo o processo.
Deste modo, por todas estas razões, lamentamos uma taxa de abstenção tão alta, reconhecendo, ainda assim, que a pandemia terá certamente afastado os eleitores mais receosos das urnas. A verdade é que Portugal vive, neste momento, o seu décimo estado de emergência. O que significa que voltamos a atravessar um período de provações, agravado pelo tempo.
Hoje, mais do que nunca, devemos pensar no aumento do desemprego que esta pandemia está a gerar, sendo cada vez mais as famílias que precisam de apoio e que não podem ficar obliviadas por quem se foca no combate direto aos casos de contágio. Combater a pandemia é também prestar apoio a quem mais precisa, pensando não apenas nas pessoas com testes positivos, mas também nos desempregados e nas pessoas isoladas. Combater a pandemia é pensar nas pessoas na sua forma anímica, havendo que apostar na disseminação de conteúdos ligados à parte social, como a cultura e o património.
Talvez se possa aproveitar este tempo em que nos vemos obrigados a parar para pensarmos em projetos futuros. É urgente proteger o património do nosso País, mas também da nossa cidade.
Feliz ou infelizmente, são inúmeros os edifícios com interesse histórico e arquitetónico na nossa cidade e o futuro de cada um pode ser discutido nos tempos que correm.
Esquecer a preservação e proteção destes locais, juntamente com a crise económica em que estamos a entrar, é fragiliza-los. Deixar edifícios devolutos, numa sociedade em crise e numa cidade com menor capacidade de vigilância, pois todas as nossas forças estão direcionadas para combater a pandemia, é deixá-los à mercê de quem os quiser vandalizar ou até invadir. Por isso, podemos exercer uma influência positiva, mantendo as visitas guiadas aos monumentos/locais, difundindo esse património via redes sociais. Assim, mostramos a dignificamos os Monumentos, partilhamos conteúdos sociais e culturais com os interessados e ocupamos, salutarmente, o tempo e a mente, potenciando maior conhecimento.
Reconhecemos que a prioridade será sempre a vida humana, o proteger da população. Contudo é importante estar conscientes que combater a pandemia vai muito além disso, e que existem muitos outros fatores secundários que sofrem com a pandemia e que necessitam da atenção.
Durante os próximos tempos, caro leitor, fique por casa, é tudo o que lhe podemos pedir.
27 Janeiro 2023
23 Janeiro 2023
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