Braga 25: o que fica depois da festa?
Escreve quem sabe
2010-06-12 às 06h00
O comércio é, porventura, para o melhor e para o pior, a mais desenvolvida forma de comunicação humana e social. “O dinheiro move o mundo” é um aforismo conhecido de todos. Ao longo da história da humanidade, dos fenícios aos cartagineses; da China de Marco Polo à Índia de Vasco da Gama; da CEE de Jean Monnet ao Espaço Económico Europeu, o comércio foi, é, a imensa motivação que comanda a maior parte da actuação das pessoas, das cidades, das nações e das regiões. Com a globalização, a premência do comércio aumentou.
O que antes era escondido pelas fronteiras nacionais, hoje por força da criação de mercados globais, do euro e da Internet encontra-se exposto. Foquemo-nos um pouco nesta nova realidade que é o comércio electrónico em geral e, em particular, no que representa para cada um de nós, quando depois de uma noite de sono, de regresso ao quotidiano, ligar o computador e ir ver o correio pessoal.
Invariavelmente, se não tivermos instalado um software eficaz antispam, encontram-se lá arrumadinhas entre 4 a 5 dezenas de mensagens de correio electrónico, prontas a serem lidas. Do total, apenas cerca de 10% ou menos correspondem a correio desejado, esperado, de pessoas e instituições que me conhecem e que conheço.
O resto deixa-me por vezes estupefacto e até um pouco preocupado. Estupefacto perante a variedade e diversidade de produtos e serviços que o mercado cria e disponibiliza ao cidadão. Preocupado porque muitos desses bens e serviços que me propõem adquirir, encontram-se numa área que ultrapassa o tradicional comércio com existência física, palpável.
Assim, uma boa parte desses e.mails recebidos diariamente são de empresas que propõem a aquisição a preços interessantíssimos de mediamentos tipo “Viagra”, “Cialis” e outros do género, o que me coloca perante a inelutável questão de saber se tais mensagens são enviadas por pessoas caridosas e genuinamente preocupadas com a minha performance sexual ou se todos os demais seres humanos com computador ligado à Internet recebem mensagens semelhantes. Quando tiver uma resposta conclusiva para esta questão ficarei muito mais descansado (ou não).
Uma boa meia dúzia de mails diz respeito a propostas comerciais para adquirir réplicas de relógios de marca, de marroquinaria de luxo ou roupa de marcas prestigiadas. Aqui a questão que colocam é saber porque é que se paga tanto dinheiro por um original de um relógio suíço de marca, quando por menos de 1/10 do preço se pode adquirir uma réplica perfeita, segundo afirmam.
Outros sítios de Internet informam-me também que existe uma enorme profusão de Irinas, Valentinas entre outras “inas”, todas elas jovens nativas de países do leste europeu, e que aparentemente, o seu maior desejo é abandonar as suas gélidas paragens e rumarem para regiões mais quentes onde gente generosa lhes pague as contas.
Também são frequentes os anúncios supostamente enviados por grandes empresas petrolíferas ou do sector financeiro que procuram colaboradores para cargos de grande responsabilidade e aos quais oferecem salários principescos. Pena é que tais anúncios nunca refiram o nome das supostas grandes empresas e por vezes estejam cheios de erros, o que comprova a sua real necessidade de gente competente.
Outros ainda desafiam-me para casinos na Internet, nos quais, se me decidir a jogar e quiser apostar uma pequena quantia, me oferecem como bónus cinco ou dez vezes mais.
Ultimamente têm aparecido alguns mails oferecendo vales no valor de centenas de euros e que para os receber basta responder a 2 ou 3 perguntas simples. A questão muitas vezes até é colocada como um teste ao QI. A muitas destas propostas em geral, e a estas em particular, penso que a maior prova de inteligência que se pode dar é não responder a nada.
Ah. Já me esquecia. Também há os que oferecem doutoramentos, mestrados e toda a espécie de títulos académicos, sem queimar pestanas a ler livros e a investigar em bibliotecas. Com um simples click e um pequeno pagamento aí está o título académico pronto a ser encaixilhado e colocado em lugar de destaque lá em casa. Pena é que ninguém conheça as reputadas instituições que os emitem.
Caso não pretenda receber ente “junkmail” e outras mensagens publicitárias, por exemplo de para o seu telemóvel pode proceder à sua inscrição na “lista nacional de não recepção de comunicações publicitarias” no sítio de Internet da Direcção-Geral do Consumidor (www.consumidor.pt)
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