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A Guerra Cognitiva

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A Guerra Cognitiva

Ideias

2023-01-27 às 06h00

J.A. Oliveira Rocha J.A. Oliveira Rocha

Em 2020, foi publicado um artigo – The Cognitive Warfare Concept, da autoria de François de Cluset, patrocinado pela OTAN.
Segundo François de Cluset, mais importante do que dominar a terra, o mar, o ar e o espaço, é dominar o pensamento dos adversários. Não se trata de ações contra o que pensamos, mas contra a maneira de pensar, ou a maneira como processamos a informação e a transformamos em conhecimento. Por outra palavras, a guerra cognitiva não é apenas mais uma outra expressão ou outro nome para a guerra da informação; é uma guerra contra o nosso processador individual ou mesmo o cérebro.
Numa guerra, a vitória a prazo depende fundamentalmente da capacidade de influenciar, afetar, alterar, ou ter impacto sobre o domínio cognitivo. A OTAN pretende desenvolver um controlo total sobre amplos setores popolacionais, tanto inimigos como aliados. Este processo de manipulação do cérebro humano e de massas procura induzir comportamentos sociais amestrados.
Na guerra entre a Ucrânia e a Rússia usa-se largamente este instrumento de manipulação das mentes humanas. Muito antes do começo da guerra, esta batalha já tinha começado. O Ocidente e sobretudo os Estados Unidos começaram por demonizar o governo de Putin. E quando a guerra finalmente começou, bloquearam as emissões dos principais meios de comunicação russos, apresentando os russos como os “maus da fita”, selvagens e seres inferiores.
Depois do colapso da União Soviética, os Estados Unidos ficaram sem vilão que justificasse e incentivasse o desenvolvimento da indústria de guerra e parte da cinematografia de Hollywood. Voltaram-se então para os árabes, inventando a denominada Primavera árabe; depois, para a China. Ultimamente, recuperaram a Rússia como inimigo principal. A OTAN serve-se de várias estratégias, designadamente o aparecimento diário de Zelenski na televisão, sempre em traje de campanha. Por outro lado, a guerra é noticiada como mera invasão, esquecendo-se o papel da OTAN neste processo que desde 2014 tem treinado o exército ucraniano.
O objetivo é desestabilizar a Rússia, obrigando-a a estender-se para o exterior. Os sketchs televisivos e as redes sociais espalham a ideia de que os russos são animais, e têm de ser derrotados.
Em conclusão, estamos longe da propaganda tradicional que visava convencer os adversários da sua opinião. Também estamos longe das fake news, pois o que está em causa não são notícias falsas, mas controlar o pensamento, de forma amestrar os cidadãos.

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