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A gestão de uma Escola: estabelecendo pontes nas fronteiras do quotidiano educativo

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A gestão de uma Escola: estabelecendo pontes nas fronteiras do quotidiano educativo

Voz às Escolas

2024-10-31 às 06h00

Ângelo Miguel Pereira Dias Ângelo Miguel Pereira Dias

Gerir uma Escola é um exercício diário de responsabilidade e compromisso. No meio dos desafios da sua função, o Diretor, juntamente com a sua equipa e lideranças intermédias, atuam como construtores de pontes, promovendo a colaboração e o diálogo entre as diversas fronteiras do universo escolar. Essas fronteiras refletem as múltiplas perspetivas e interações de alunos, professores, assistentes, técnicos, famílias, autoridades educativas e agentes da comunidade, cada um com suas identidades e expectativas. Nesse contexto, as pontes surgem como caminhos de integração, compreensão e ação entre  limites.
Os alunos trazem uma bagagem diversa, composta por experiências, valores e aspirações. Não são apenas aprendizes, mas seres únicos que transportam influências do mundo exterior, desafiando a Escola a reconhecê-los como indivíduos em formação. A responsabilidade da Escola é apoiá-los na integração dessas influências, ajudando-os a distinguir e incorporar informações essenciais para os seus percursos de vida. As fronteiras que cercam a complexidade do mundo do aluno refletem, assim, o cruzamento de diversas realidades.
Cada professor entra na sala de aula com as suas expectativas, experiências e convicções sobre o ato de ensinar. A fronteira docente é composta pela capacidade de guiar, inspirar e ensinar – habilidades moldadas por características pessoais e interesses. O professor, como mediador do conhecimento, carrega a responsabilidade de adaptar-se a diferentes abordagens pedagógicas para  facilitar a aprendizagem dos alunos. A ponte aqui reside no respeito mútuo e na construção de um espaço colaborativo, onde direções e professores compartilham o compromisso com a formação integral do aluno.
Os assistentes operacionais e técnicos desempenham um papel fundamental, sustentando a infraestrutura da Escola e promovendo um bom ambiente escolar. Cada um possui as suas próprias fronteiras, compostas pela vontade de colaborar e pela necessidade de reconhecimento. É essencial que o Diretor e a equipa construam pontes para harmonizar o ambiente de trabalho, promovendo uma cultura de respeito e apoio entre todos.
As orientações da Tutela representam uma fronteira complexa, frequentemente marcada por interpretações nem sempre consensuais. Às direções cabe o desafio de interpretar e aplicar essas orientações de forma coerente, adaptando-as ao contexto específico da Escola e mitigando tensões entre normas e realidades práticas. Esta fronteira exige uma ponte de flexibilidade e diálogo, sustentada no papel de mediador do Diretor.
Os agentes locais: município, instituições e associações, veem a Escola como um ponto de apoio para metas sociais ou educativas. A gestão escolar deve, então, construir pontes para promover parcerias produtivas, sem perder de vista a missão e os valores consignados no seu Projeto Educativo.
As famílias, cada vez mais conscientes dos seus direitos, frequentemente esquecem os seus deveres como parceiras no processo educativo. Essas fronteiras exigem uma gestão que construa pontes entre a Escola e a família, incentivando uma colaboração equilibrada no desenvolvimento do aluno e fortalecendo o ambiente escolar como um espaço de apoio mútuo.
Os currículos, pela sua rigidez, representam um desafio, não correspondendo por vezes à diversidade dos alunos. Os responsáveis pedagógicos devem conceber estratégias flexíveis, adaptando o currículo às necessidades individuais. Assim, cria-se uma ponte entre o conteúdo formal e as realidades dos alunos, tornando a aprendizagem significativa.
A responsabilidade de gerir uma Escola envolve construir diariamente pontes que possibilitem  a todos os atores coexistir em harmonia, respeitando as suas fronteiras e promovendo o diálogo. É um desafio constante, que exige flexibilidade, empatia e visão integradora. A Escola torna-se assim um espaço dinâmico de trocas, onde as fronteiras não isolam, mas incentivam conexões que valorizam a diversidade e a aprendizagem. Por isso, enquanto Diretor, encaro cada dia orientado pelo  lema do nosso Projeto Educativo: “Uma escola de todos e para todos: uma identidade, diferentes realidades, múltiplas oportunidades”.

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