‘Spoofing’ e a Vulnerabilidade das Comunicações
Voz à Saúde
2021-12-18 às 06h00
A Pandemia que vivemos nos últimos 2 anos, veio alterar o modo de vida, a socialização das pessoas e das Sociedades e a forma de trabalhar a todos os níveis. Emergiu o teletrabalho, com todas as consequências daí decorrentes, como recurso das Empresas e Instituições, graças também às comunicações e evolução tecnológica, para que o mundo não parasse.
As pessoas não poderam viajar. Os aviões ficaram em terra durante muitos meses do confinamento. Os comboios circularam de forma limitada. As viagens de carros tiveram controle e limitação de circulação. Chegou a não se poder circular entre Concelhos. Não se podia sair de casa. Enfim, uma série de limitações que as Sociedades Modernas viveram, de uma forma nunca antes visto, nem sentido. A economia portuguesa e mundial sofreu um grande revés!
Nos Hospitais avolumaram-se os doentes infectados com Sars-Cov-2. Os óbitos subiram exponencialmente. Muitas populações e comunidades, por esse mundo fora, foram “dizimadas”. A vida das aldeias, vilas e cidades estagnou. Muitos entes queridos partiram, sem sequer haver a oportunidade dos seus familiares se despedirem.
Os doentes Covid levaram a que as taxas de ocupação de camas, nos Hospitais, chegasse ao limite. A resposta dos serviços para outras patologias começou a diminuir porque não havia capacidade de resposta e passou a não ser essa a prioridade, com grande prejuízo para os doentes oncológicos. Tudo se concentrou na resposta aos doentes Covid. Um drama global, afectando pessoas, famílias e economias. A Sociedade moderna não sabia o que isso era! Os serviços hospitalares, viviam dias difíceis. Em muitos casos a rotura era eminente, ou até aconteceu! Havia guerreiros e heróis, dentro de fatos bancos e atrás das mascaras apertadas que marcaram e magoaram os rostos cansados e exaustos, mas que tratavam afincadamente destes doentes. Quando não se sabia quase nada, desta infecção, não havia equipamentos disponíveis, e quando os havia, não era na quantidade necessária. Era um sufoco vestir um fato EPI, blindar o mesmo, e só ser possível tirá-lo várias horas depois, com todo o incômodo da limitação de movimentos, respiração, transpiração, necessidades fisiológicas, etc.
Muitos destes guerreiros e heróis eram/foram/são Enfermeiros! Viveram dias muito difíceis. Viveram dias e semanas, sem irem a casa, sem folgas, sem férias e a trabalhar na exaustão, com o risco acrescido de se infectarem por não haver material de protecção adequado. Em Portugal, foram infectados milhares de Enfermeiros! Eu fui um destes milhares! No mundo foram também largos milhares de Enfermeiros infectados, e óbitos registados. O Mundo estava/está apavorado!
Foram muitos dramas familiares vividos entre os Enfermeiros. Em muitos casos, o casal era de Enfermeiros e tiveram que colocar os filhos em casa dos Avós/familiares, para não correrem o risco de os infectar. Foram privações imensas de convívio e partilha familiar. Ninguém ficou igual, depois da vivência da fase aguda desta “Pandemia”.
Vieram as vacinas. Com elas renascia a esperança do combate ao vírus. Mas para que essa “guerra, com batalha atrás de batalha” fosse ganha, era preciso vacinar as populações. Quem vacinou estes milhões de Cidadãos, FORAM OS ENFERMEIROS! Planeia-se tudo, monta-se a task-force, e aí estão novamente os Enfermeiros, sem folgas, sem dias de descanso, com horas extraordinárias a assegurarem o funcionamento dos centros de vacinação. Tudo perfeito! Quase 90% de taxa de cobertura! Infelizmente, só uma individualidade, publicamente e sem filtros, reconheceu este esforço e sacrifício, foi o Vice-Almirante Gouveia e Melo, que na cerimónia dos “Globos de Ouro da SIC” proferiu: “… não posso deixar em especial destes profissionais, realçar os Enfermeiros. Fantásticos. Nós devemos muito a essa Classe”..., Infelizmente o Governo do Dr. António Costa e a Srª. Ministra da Saúde, Doutora Marta Temido tem-se recusado sempre a reconhecer a dedicação, a entrega e o espírito de missão, agravando este comportamento cínico com a realidade de se furtarem a pronunciar a palavra ENFERMEIROS, substituindo-a por “Profissionais de Saúde”. A dura e efectiva realidade para alguns, é que estes Profissionais têm nome próprio – ENFERMEIROS!
Na realidade, por muito má que fosse esta “Pandemia” e infelizmente não há dúvidas nenhumas que foi, também demonstrou que qualquer sistema de saúde, seja privado ou público, nada conseguirá fazer sem os Enfermeiros, com toda a competência que lhes é reconhecida por pessoas e governantes isentos. É mais uma vez a afirmação da Enfermagem na gestão e prestação de cuidados de saúde às populações. Resta apenas ao futuro Governo e Ministro da Saúde Português, fazerem esse reconhecimento, através de uma Carreira digna e remuneração à altura das responsabilidades e exigências que os Enfermeiros têm e assumem, sempre, para bem dos Cidadãos doentes.
Por tudo o vivido e sentido anteriormente, temos a certeza que os actuais candidatos do Partido Socialista não vão merecer os votos dos Enfermeiros, no próximo dia 30 de Janeiro.
Boas Festas a Todos, com prevenção e riscos controlados. Usem, PF, a máscara! Feliz passagem de ano e Bom 2022.
01 Outubro 2024
17 Setembro 2024
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