É preciso respeitar os agricultores
Voz às Escolas
2023-05-24 às 06h00
Após 48 anos de regime autoritário, é instituída a democracia em Portugal na madrugada do dia 25 de abril de 1974. O período revolucionário que se lhe seguiu é considerado um dos mais conturbados da história mais recente. A população que tinha vivido todos aqueles anos subjugada por um regime castrador e ditatorial vai inundar de alegria as ruas do país. Todos querem participar na construção de um país mais igualitário, com menos assimetrias socio- económicas e onde cada um tivesse voz.
Segundo Stephen Stoer (in Educação e Mudança Social em Portugal: 1970-1980 uma década de transição) podemos encontrar, neste período, duas correntes principais de mobilização da população: uma a que ele chamou de “alfabetização” e outra a que chamou de “poder popular”. A de “alfabetização” era mais centralista, mais ligada ao Estado e consequentemente ligada a atitudes de “pedagogia esclarecida”. A de “poder popular” mais ligada às iniciativas de base e de “educação popular”, mas também ligada à gestão democrática das escolas. Augusto Santos Silva (in Educação de Adultos. Educação para o Desenvolvimento), classificando diversas iniciativas e programas ligados à educação, nesta fase da nossa história, colocou dentro do âmbito da “alfabetização” as Campanhas de Dinamização Cultural lançadas pela 5ª divisão do MFA, o Plano Nacional de Alfabetização e as Campanhas de Alfabetização ligadas a iniciativas de estudantes universitários (conhecidas mais tarde por Serviço Cívico Estudantil). No âmbito da “educação popular” refere-se ao conceito da UNESCO sobre “animação sociocultural” para caracterizar as práticas de associações, comissões de trabalhadores e de moradores, e de alguns sindicatos com apoio por parte da DGEP entre 1975-76.
As Campanhas de Dinamização Cultural, levadas a cabo pela 5ª Divisão do MFA, aglutinavam numa comissão (CODICE) militares, organismos de Estado e a sociedade civil que partilhavam a responsabilidade das ações a realizar. A CODICE foi constituída em outubro de 1974, tendo feito uma reunião preparatória em 20 de outubro, na Cooperativa Árvore, no Porto. As Campanhas de Dinamização só se organizaram, então, depois da tentativa de golpe de estado de 28 de setembro. Os objetivos destas campanhas passavam essencialmente pelo esclarecimento do Programa do MFA, divulgação da luta antifascista e análise e discussão dos pro- blemas nacionais. O seu modo de atuação consistia em deslocações itinerantes até diversos locais onde, através de projeção de um filme ou através de representações teatrais, se promovia o esclarecimento à população. Desta forma, realizaram-se mais de duas mil sessões culturais. Para além disso, publicava-se, quinzenalmente, o “Boletim do MFA” que permitia o esclarecimento político e ideológico das campanhas. Esta forma de sessão de esclarecimento terá durado até 11 de março de 1975, após o que se acrescentou o objetivo de ação cívica, com esclarecimentos ligados a cuidados médico-sanitários, na área das infraestruturas ou da veterinária. Nesta segunda fase das campanhas de dinamização cultural e ação cívica, acontecem deslocações a variados pontos do nosso país, mas também ao estrangeiro (França e Bélgica) para contacto com os emigrantes portugueses.
Em 22 de Novembro de 1975 há uma conferência de imprensa da CODICE onde esta assume estar ao serviço do Comando Operacional do Continente (COPCON – criado em 8 de julho de 1974). A CODICE será extinta a 26 de novembro do mesmo ano, embora algumas forças fiquem ainda no terreno até janeiro de 1976.
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