1.758.035 votos de confiança
Ideias
2021-07-01 às 06h00
Omodelo social europeu é um ativo que nos diferencia do resto do mundo e que temos de proteger. Está intimamente ligado aos valores europeus, como democracia, estado de direito, liberdade, defesa e proteção da dignidade humana. Prova da singularidade europeia e do nosso modelo social é o facto da UE representar menos de 6% da população mundial, mas ter quase metade da despesa social do planeta. Contudo, existem desafios sociais que têm sido ignorados, como é o caso da baixa natalidade, que trará graves consequências económicas e sociais.
Só temos desenvolvimento social se tivermos desenvolvimento económico, e vice-versa. A esquerda radical não valoriza a competitividade, a produtividade, as PME, as condições para a criação de riqueza. Para a esquerda socialista e radical, a agenda é clara: aumentar o peso do Estado, na tentativa de todos dependerem dele. As provas são evidentes e penalizam os mais pobres:
. acabaram com a gestão privada de hospitais que funcionavam muito bem, a preços mais baixos e trabalhavam exclusivamente para o Serviço Nacional de Saúde, como é exemplo o Hospital de Braga;
. acabaram com dezenas de contratos de associação com escolas privadas que prestavam um serviço público de grande qualidade a todos os alunos, independentemente das suas condições económicas.
O Estado é essencial, nomeadamente, na educação e na saúde. No entanto, a concorrência nestas áreas é útil, positiva e favorece o utente. Favorece os portugueses, a sua liberdade de escolha e a igualdade de oportunidades. Também na área social não podemos nem devemos ter o Estado em todo o lado. Qual seria o custo económico e social se não tivéssemos as instituições da economia social?
Em Portugal, a primeira instituição da economia social remonta a 1498 com a primeira Misericórdia fundada pela Rainha D. Leonor. Desde a sua fundação, estas organizações expandiram-se, tendo chegado a terras remotas da Ásia, Brasil e a todo o Ocidente e Oriente (à época) português. Temos tradição, fomos pioneiros e “exportadores” na economia social.
Atualmente existem em Portugal mais de 70 mil entidades da Economia Social, que prestam auxílio a centenas de milhares de portugueses. Existem sob as mais diversas formas, desde Cooperativas a Mutualistas, passando pelas Misericórdias, Fundações, Associações com Fins Altruístas e os subsetores comunitário e autogestionário. Em comum, partilham o facto de se regerem, não pelo lucro, mas pela primazia do indivíduo, do objetivo social sobre o capital e pelo desenvolvimento sustentável. Diariamente, apoiam centenas de milhares de portugueses e intervêm nas mais diversas áreas, demonstrando a sua importância em diferentes setores da sociedade portuguesa. Contribuem para o desenvolvimento humano de quem nelas é voluntário e para a dignidade de quem é por elas servido.
A Economia Social é fundamental para a coesão e o crescimento da economia nacional, representando 5,3% das remunerações e do emprego total e 6,1% do emprego remunerado.
Por todas estas razões, o setor da economia social é fundamental para a sociedade portuguesa e europeia. É essencial para a defesa dos nossos valores, a inclusão e a qualidade de vida das pessoas. Presta serviços de grande qualidade. Por regra, os dirigentes das IPSS, Misericórdias e Cooperativas trabalham voluntariamente. O dar-se ao outro, o fazer-se bem ao próximo e as nossas raízes cristãs estão bem presentes na generosidade dos dirigentes destas instituições e naqueles que nelas fazem voluntariado. Ao contrário do que afirmou a dirigente do Bloco de Esquerda Catarina Martins, o voluntariado não é uma treta!
Temos de reconhecer e valorizar estas instituições. É inaceitável que o governo de António Costa não as tenha envolvido na construção do Plano de Recuperação e Resiliência. Aliás, as medidas de combate à pobreza deste plano só serão para as grandes áreas de Lisboa e do Porto, o que demonstra uma governação egoísta e desprovida de um pingo de solidariedade - uma vez que só privilegia as áreas onde há muitos votos.
O Portugal 2030 já está a ser negociado e, mais uma vez, as instituições da economia social estão a ser desprezadas e não estão a ser ouvidas e envolvidas. Há muitos fundos quem têm de ser articulados. As doenças mentais estão a aumentar. Precisamos de utilizar o programa de investigação Horizonte Europa, que é gerido pela Comissão Europeia e tem mais de 95.5 mil milhões de euros. Há a necessidade de novos edifícios, remodelações, equipamentos.
Temos de apostar no reforço das competências dos trabalhadores deste setor. Para tudo isto, temos o Portugal 2030 com mais de 30 mil milhões de euros. Há que reforçar e encorajar a inovação social, utilizando o programa inovação social, que está incluído no Fundo Social Europeu e que a nível da UE terá uma dotação financeira específica de 762 milhões de euros.
Os governos socialistas, por regra, são fortes nas proclamações que, no entanto, desmentem pelas suas ações.
19 Março 2024
18 Março 2024
Com a sessão iniciada poderá fazer download do jornal e poderá escolher a frequência com que recebe a nossa newsletter.
Escolha as categorias que farão parte da sua página inicial.
Continuará a ver as manchetes com maior destaque.
Faça login para uma melhor experiência no site Correio do Minho. O Correio do Minho tem mais a oferecer quando efectuar o login da sua conta.
Se ainda não é um utilizador do Correio do Minho:
RegistoRegiste-se gratuitamente no "Correio Do Minho online" para poder desfrutar de todas as potencialidades do site!
Se já é um utilizador do Correio do Minho:
LoginSe esqueceu da palavra-passe de acesso, introduza o endereço de e-mail que escolheu no registo e clique em "Recuperar".
Receberá uma mensagem de e-mail com as instruções para criar uma nova palavra-passe. Poderá alterá-la posteriormente na sua área de utilizador.
Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos.
Deixa o teu comentário