‘Spoofing’ e a Vulnerabilidade das Comunicações
Escreve quem sabe
2022-06-18 às 06h00
As notícias dos últimos dias vieram trazer ao presente e à espuma destes dias, “velhos” problemas com as escalas de médicos nos Serviços de Urgência e o encerramento das urgências de algumas especialidades, neste caso concreto, as urgências de obstetrícia.
“Velhos problemas” porque se relacionam com a degradação acelerada que o Serviço Nacional de Saúde (SNS), às mãos de Governos Socialistas, tem sofrido. E ainda mais triste e degradante é, que o seu “fundador” de seu nome António Arnaut, Socialista, tenha pedido pouco antes de falecer, ao actual Primeiro-Ministro Socialista, Dr. António Costa, para preservar e salvar o SNS. E o que tem acontecido, é precisamente o contrário!
Hoje são as urgências de Obstetrícia encerradas com o alarme, infelizmente, motivado pela Mãe/Casal que perdeu o seu bebé, no Hospital das Caldas da Rainha!
Este caso ocorre por, alegadamente, faltarem obstetras no Hospital das Caldas da Rainha! Mas desde já colocamos uma questão: E é só no Hospital das Caldas da Rainha? E só faltam Obstetras? Não faltam “Enfermeiras Parteiras”/Enfermeiras Especialistas em Saúde Materna e Obstétrica? As dotações seguras estão correctas e preenchidas por forma a não pôr em causa os cuidados prestados às grávidas e Cidadãos? E nos outros hospitais como é? É certo que este caso, de triste dimensão, mas que já não é o único, fez tocar os alarmes e campainhas.
Mas numa outra leitura, mais fria, sem juízos de valor, temos hoje na agenda do dia e de intervenção política, o problema das urgências de obstétricia. E a falta de anestesistas? E as listas de espera de cirurgia geral, especialidades como oftalmologia e otorrino? E as cirurgias oncológicas? E as consultas de especialidades, como por exemplo Saúde Mental e Psiquiatria, Psicologia, etc? E a par de todos estes problemas e questões, perguntar: E os rácios de Enfermagem? E as dotações seguras dos serviços? Os serviços estão “presos por arames!”
Numa reflexão mais profunda: os planos de férias foram planeados? Houve repartição das férias, por forma a ser assegurado o Serviço de Urgência pelos respectivos Médicos? Foram acauteladas as escalas de serviço e de fins-de-semana? E porque é que no público, chega-se ao Verão e começam a faltar Médicos nas escalas de serviço e de urgência, no entanto no privado, não há faltas, nem carências, nem encerramento de urgências ou serviços? Por onde param os administradores hospitalares e gestores destes Hospitais públicos? O Presidente da Associação de Administradores Hospitalares Dr. Alexandre Lourenço, que tanto se insurgiu com a “Greve Cirúrgica” e outras greves dos Enfermeiros, nada tem a dizer sobre estes planeamentos ou falta deles? Ou então os recursos humanos estão mesmo em falta! Importa dizer também, que a Gestão em Saúde é muito complexa. A existência de lóbis fortes dificulta toda esta gestão. Mas também sabemos que nos Hospitais e Cuidados de Saúdes Primários há gestores de muita fraca qualidade, que muitas vezes chegam/estão na Saúde, sem nunca perceberem nada de saúde, dos seus serviços e departamentos!
Durante o tempo adequado e com antecedência, não se preparam intervenções e não se fazem planeamentos, nem se escutam as contribuições das Ordens e Sindicatos dos Enfermeiros e Médicos. Depois, perante os acontecimentos e o tempo perdido, à boa maneira socialista, são os “Planos de Contingência” a resposta para tudo! É deficitária esta gestão!
Não pode haver desculpa com a “pandemia”! A “pandemia” só veio encobrir e atrasar o que poderia e poderá acontecer no SNS. A degradação é evidente e está num plano inclinado e acelerado. Não há medidas de fundo, planeamento estruturado, uma gestão criteriosa de utilização de blocos operatórios e consultas externas ao longo dos turnos da manhã e da tarde. Tudo está concentrado nas manhãs dos Hospitais. Não há estímulos aos profissionais, não há carreiras dignas, não há preenchimento de vagas dos quadros, não há remunerações adequadas às funções e responsabilidade face às exigentes profissões que cuidam de pessoas.
Acresce perguntar: E os “quadros de pessoal/mapas” das instituições estão actualizados com os necessários recursos humanos e especialidades cuja área geográfica servem? E se não estão, os Conselhos de Administração não fazem/propõem as correcções e actualizações necessárias? E o Governo não autoriza?
Numa outra dimensão: os Cidadãos de aldeias, vilas e cidades e áreas metropolitanas estão a ser mal servidos, atendidos e cuidados nos cuidados de saúde e na resposta que as instituições têm que dar e por ao seu serviço. As Juntas de Freguesia e Assembleias Municipais não se manifestam? Os Presidentes de Câmara respectivos não se manifestam? As Comunidades Inter-Municipais não se manifestam? A Associação de Freguesias e a Associação de Municípios não se manifestam? A Associação de utentes e Cidadãos não se manifestam?
Toda esta grave situação de há vários anos para cá, atravessando vários governos socialistas, tem sido e é um problema político. E perante tal desmantelamento, decadência, lacunas e carências que o SNS apresenta, temos um Presidente da República que se transforma num porta-voz do Governo, com toda a subserviência, parecendo-me, eventualmente, que não defende nem o Cidadão, nem faz cumprir a Constituição! Enfim… levanta-te POVO, que o rei vai nu!
06 Outubro 2024
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