Regressámos
Ensino
2023-05-24 às 06h00
A proposta de hoje é sobre um livro intemporal, escrito há mais de 2 mil anos, mas ainda muito atual. Trata-se d´ “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu, escrito como um manual de estratégia militar, mas o seu alcance expandiu-se para diversas áreas aplicando-se, também, nas organizações (públicas e privadas), na formação de equipas, na gestão e na liderança, passando pela delegação de competências (empowerment), no espírito de corpo e no poder de lutar por um objetivo comum.
A “arma” principal de Sun Tzu é a surpresa, nunca revelando os seus verdadeiros propósitos (princípio do contrário, induzindo o contrário do que se pretende), com vista a uma vitória rápida. As operações militares trabalham para a dissimulação (engano) onde e quando atacam ou usam alguém, fingem não o fazer, agindo a curta distância, fingem estar longe e vice-versa. Aproveita o caos do “inimigo” para atacar e mantém atenção reforçada aos adversários mais forte, sem receios, e distância dos adversários poderosos. Procura cansar o(a) adversário(a) e provocar a discórdia de quem goza de harmonia. Aproveita a oportunidade e ataca quando o(a) adversário(a) não está preparado, repentino e inesperadamente.
O primeiro capítulo do livro sugere que seja desenvolvida a capacidade de avaliação da situação, considerando que é necessário “estudar bem para reunir as melhores condições de vitória”. A partir da consideração das condições dos dois lados do conflito (partindo do princípio que estamos sempre em “guerra” com o mundo), enumera 5 aspetos: (1) a doutrina, fazendo com que as pessoas partilhem os ideias do líder; (2) o tempo, considerando que esta gestão deve ponderar na escolha do momento de agir; (3) conhecer o terreno, referindo-se ao espaço de ação que poderá potenciar a opção de ofensiva ou defensiva, o avanço ou recuo; (4) a liderança e o talento do líder para recompensar ou punir com justiça, sendo responsável pela disciplina rigorosa, e (5) a disciplina, associada à organização, à divisão de responsabilidades, ao respeito pelas hierarquias e à gestão dos fluxos de receita e despesa. O líder deve conhecer estes aspetos, profundamente, e estudar as melhores condições para ganhar. Refere que quem faz muitos cálculos ganha e quem faz poucos perde. O segundo capítulo foca-se na capacidade de comando da batalha, direcionado para a vitória e não concentrado no tempo necessário. Qualquer batalha acarreta custos, sendo necessário despachar o quanto antes (reduzir custos). Um longo período desgasta e abala a confiança da equipa, esgotando a disposição para a batalha. Um líder competente não necessita recrutar duas vezes. É necessário passar a mensagem da partilha dos despojos entre a equipa, como motivação para a vitória. O principal objetivo é vencer e tornar-se líder efetivo(a) e reconhecido(a) por todos como tal. O terceiro capítulo direciona à vitória, onde a melhor estratégia é promover a rendição inimiga sem luta (efeito provocado). A melhor tática é (1) impedir a estratégia do inimigo, (2) promover o colapso entre os aliados do(a) adversário(a) e (3) usar a força para atacar. Numa equipa confusa e descrente, o(s) adversário usam a oportunidade para tacar, provocando a rutura da equipa e a derrota. Deve-se compreender o(a) adversário(a) e quem não o faz perde. O quarto capítulo considera que o uso das tropas e a garantia da vitória depende de nós. Se não se consegue derrotar o(a) adversário(a), deve-se fortalecer a defesa. O bom líder mantém o domínio do poder decisivo, da vitória ou da derrota. O quinto capítulo é sobre a robustez das tropas e gestão do caos, sendo necessário organizar e comandar. O caos organiza-se muitas vezes na própria gestão, não esquecendo que o cobarde sai de dentro do valente e o fraco pode ser transformado em forte. Para gerir o caos é necessário organizar e comandar. O sexto capítulo defende o direto e o indireto, uma vez que é necessário mobilizar o(a) adversário(a) e não permitir que este nos mobilize. Quem luta contra o atraso estará cansado e perderá, sendo necessário ser subtil e atacar sem deixar que o inimigo saiba onde fazer a defesa, ou defender sem deixar vestígios onde possa ser feito o ataque. Induza a exposição do inimigo e não revele a sua posição. O sétimo capítulo é sobre a luta e oportunidade de enfrentar a confusão do inimigo e o ruído dele, com a sua calma. A dificuldade está em transformar as dificuldades em oportunidades. O oitavo capítulo debruça-se sobre a necessidade da mudança de táticas. O capítulo nono refere que, na guerra, a dimensão do exército não condiciona o sentido de vitória e quem não prevê ou subestima o inimigo, torna-se seu “prisioneiro”. O décimo capítulo refere a necessidade de conhecer tanto o seu potencial como o do inimigo. É necessário identificar a situação do(a) adversário(a), desenvolver um plano vencedor, estudar o terreno e calcular as distâncias, sendo estas as funções do(a) líder. A indisciplina implica punição. O capítulo décimo primeiro sugere a necessidade de conhecer o terreno, procurar deixar o adversário surpreso, indo por caminhos desconhecidos e aproveitar a desorientação do adversário para o(a) derrotar. O décimo segundo capítulo indica que, se não houver oportunidade de vitória, não use a sua equipa de forma gratuita. Deve estar atento a esta, evitar chegar à exaustão e permitir o descanso para recuperar forças (conciliação profissional com vida pessoal). A liderança deve conduzir a sua equipa como se fosse alguém que se conduz pela mão, deve implementar sistema de recompensas e quebrar a ordem convencional. Só se deve iniciar um estado de guerrilha quando houver proveito ou mais-valia da situação. No décimo terceiro capítulo (e último), recomenda-se o recurso a infiltrados (espionagem) para conhecer o(a) adversário(a) para entender a situação real deste(a), evitando a exposição excessiva.
Fica a proposta e o desafio de leitura, para repensar as prioridades, ajustadas às nossas necessidades.?
27 Setembro 2023
14 Setembro 2023
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