Maximinos: Educação Projetada para o Futuro
Ideias
2024-02-23 às 06h00
Apetecia-me escrever mais uma vez sobre o sistema judicial, mas não vale a pena. O sistema bateu no fundo. E, de duas uma: ou o sistema vigente é inadequado e substitua-se por outro, ou precisa de ser completamente reformulado. De outro modo, o regime cai na rua e aproxima-se rapidamente o fim da democracia que só aproveitará ao populismo.
Mas prefiro escrever sobre a campanha eleitoral. Ora, neste ponto, a teoria política tem defendido que os cidadãos votam de acordo com a sua identificação partidária, sendo certo que o papel dos partidos políticos está em declínio, assim como tem aumentado a erosão da fidelidade partidária. Em segundo lugar, supõe-se que nas campanhas eleitorais se discutem as políticas e os programas eleitorais. A escolha implica que os eleitores são racionais. A escolha assume, porém, políticas alternativas e diferentes. Mas, nem sempre assim acontece porque dois candidatos em competição pelo mesmo lugar tendem a convergir para posições políticas semelhantes. É o fenómeno do “median voter”. O terceiro fator explicativo das eleições é a personalidade do candidato, sendo que a identificação partidária e a escolha racional podem ser manipuladas pelo carismo do candidato e pelos media. Assim se explica a vitória de Kennedy sobre Nixon, explicada pelo carismo e juventude de Kennedy.
Quanto ao papel dos media está hoje demonstrado que os debates televisivos têm pouca influência nos resultados eleitorais. Solidificam apenas o ponto de vista sobre os candidatos e galvanizam os seus fiéis. Mas, os candidatos não se vendem como qualquer pasta dentífrica.
Questão diferente é constituída pelos comentários que se seguem aos debates. Em todos os canais de televisão a AD é levada ao colo. Depois do “tiro ao Costa”, do empolamento dos casos e casinhos, as televisões, no seu conjunto têm um candidato para Primeiro-Ministro: Luís Montenegro.
Mas, será tão simples assim? Não, não é. Os eleitores não são estúpidos e não consomem todas as ideias que lhes querem meter na cabeça. Reagem, quando se sentem enganados e ludibriados.
Por outro lado, o PSD, é um partido catch-all, ou apanha tudo, isto é, um partido que não tem uma matriz definida. Composto por uma clientela socialmente diversificada e multiplicidade de interesses, não tem base ideológica. E, porque não tem balizas, quando em dificuldade, recorre aos seus antigos líderes, a Sá Carneiro e Cavaco Silva.
Todavia, o tempo atual não é a época de 80 e 90 do século passado, já que os conflitos se agudizaram e o PSD perdeu o papel de coordenador e árbitro de diferentes grupos de interesses. Além disso, alguns dos interesses que integravam o PSD, hoje são representados por outros partidos; a Iniciativa Liberal e o Chega. Quanto ao primeiro, fez renascer o neoliberalismo, o Estado mínimo e o choque fiscal. Por sua vez, o Chega é um partido populista que foi buscar ao PSD votos conservadores.
Quer dizer, o PSD é um partido esvaziado que só existe porque visto como uma marca, ou clube de futebol. E, se porventura, ganhar as eleições, ficará nas mãos da comunicação social que recriou a criatura, como forma de substituir o Partido Socialista que detesta.
Mas, apesar das sondagens, estou certo de que se os outros partidos afirmarem a sua identidade, o Partido Socialista ganhará novamente as eleições. Para isso terá de afirmar a sua raiz social-democrata, a defesa do Estado social e a definição de políticas de bom senso. Somos um país pobre, sem recursos naturais, com dois milhões e meio de reformados que não se compadece com choques fiscais e entrega de bens públicos a fundos abutres e ao capital estrangeiro, como aconteceu no passado recente.
18 Janeiro 2025
18 Janeiro 2025
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