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Braga, segunda-feira

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3.º Congresso das Escolas

“Portanto, saibamos caminhar e …caminhemos!”

3.º Congresso das Escolas

Voz às Escolas

2023-03-13 às 06h00

Jorge Saleiro Jorge Saleiro

Realizou-se nos passados dias 3 e 4 de março, o 3º Congresso das Escolas, subordinado, como tem sido desde a primeira edição, à Pedagogia das Escolas.
Este ano, o Congresso foi marcado por se ter realizado, pela primeira vez, fora da capital. Em boa hora a cidade de Braga acolheu este evento, que teve um interregno em 2021, em consequência do período de pandemia. Esta descentralização fica muito a dever-se ao apoio imediato que a Câmara Municipal de Braga concedeu ao Congresso, percebendo claramente a importância que este tem vindo a assumir no mundo da Educação. Esta iniciativa, é bom lembrar, resulta de uma organização conjunta das quatro associações nacionais que representam os responsáveis pela gestão de todos os estabelecimentos de educação, públicos e privados (ANDE, ANDAEP, AEEP e ANESPO). Talvez por ter esta transversalidade, o Congresso das Escolas tem tido, desde a primeira edição, o Alto Patrocínio do Presidente da República.
Com uma estrutura semelhante à de edições anteriores, entre a cerimónia de abertura, com a presença do Ministro da Educação, e a de encerramento, que contou com a presença do Secretário de Estado da Educação, o Congresso acolheu 3 Conferências principais, permeadas por 12 painéis divididos por três momentos diferentes. Os painéis, sempre muito participados, revelaram, na sua diversidade, pertinência e atualidade nos temas trazidos a debate: Perfil Docente para a escolaridade obrigatória; A educação nos media; A arte como impulso para as Aprendizagens; Autonomia e inovação pedagógica; Literacia: Livros e tweets; Usar o que sabemos para melhorar a aprendizagem de todos; A Inspeção que temos e a Inspeção que queremos; Qualidade: 3 anos de EQAVET. E agora?; (Novos) Migrantes nas escolas portuguesas; Níveis de bem-estar em contexto escolar; Que futuro para a Escola Pública?; Professores e formadores: que qualificações hoje para os desafios de amanhã?.
As três Conferências, no grande auditório, tiveram o mesmo sentido de oportunidade e atualidade.
Licínio Lima abriu o Congresso com (mais) uma intervenção brilhante, subordinada ao tema “A ‘Pedagogia das Escolas’: entre a heteronomia e o autogoverno democrático”, e cativou os congressistas com a sua comunicação, sinalizando os imensos equívocos do sistema educativo e desafiando os presentes com questões que relevam para o futuro da educação em Portugal.
A segunda conferência, “A Educação – um olhar dos media”, da responsabilidade de Paulo Baldaia e Pedro Araújo, ambos jornalistas, trouxe a lume algumas questões sobre eventuais afinidades e afastamentos entre a profissão de ensinar/educar e a de informar, provocando o pri- meiro momento de debate mais aceso quando foram abordadas alegadas diferenças entre ensino público e privado.
A terceira e última Conferência, “Fim da Educação”, por Henrique Leitão, foi um momento inspirador para todos os que são ou pretendem vir a ser professores, explorando a questão da finalidade de educar e o encantamento que o processo deve provocar em todos os envolvidos.
Um dos momentos mais significativos deste 3º Congresso ficou para a cerimónia de encerramento. O Presidente da ANDE, Manuel Pereira, no seu discurso de encerramento, decidiu, e muito bem, não ignorar o que se está a passar nas escolas portuguesas e que tem marcado a atualidade já há alguns meses. Na sua intervenção foram identificados os muitos constrangimentos que assolam a vida nas escolas portuguesas e o sentimento de injustiça, desconsideração e revolta que têm provocado nos professores e também nos não docentes. Relembrou, também, que a ANDE tinha feito contas e que estas revelam uma via para resolver os verdadeiros problemas de fundo que perturbam as escolas. Foi um momento de alguma tensão, mas que provocou a única reação espontânea dos congressistas, com palmas para as palavras e para a coragem de dizer o que tem de ser dito, quando tem de ser dito. Ignorar as suas palavras e o que tem sido o contributo da ANDE neste processo poderá indiciar que os caminhos e pontes necessários para trazer a paz às escolas estão, afinal, bloqueados.

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