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2019-07-23 às 06h00
Assembleia Municipal de Braga aprovou relatório sobre os grandes incêndios registados no concelho em Outubro de 2017. Passados quase dois anos, grande parte dos terrenos consumidos pelo fogo continuam abandonados pelos proprietários.
O relatório da Comissão Permamente de Urbanismo, Planeamento, Ambiente, Trânsito e Protecção Civil da Assembleia Municipal sobre os grandes incêndios registados no concelho de Braga nos dias 14, 15 e 16 de Outubro conclui que “ha? um grande abandono dos terrenos, por parte dos privados e, por isso, ficara? muita madeira por cortar e muitos terrenos por limpar”. O documento, apresentado na última sessão do plenário municipal, refere que “muitos eucaliptos ira?o regenerar por si e isso podera?, daqui a uns anos, ser um problema”.
O vereador do Ambiente, Altino Bessa, citado no relatório, constata que “em a?reas privadas ardidas, o Município na?o tem mecanismos legais para actuar”.
O relatório daquela comissão permamente da Assembleia Municipal foi elaborado na se- que?ncia da aprovac?a?o de uma recomendac?a?o do Partido Socialista, tendo sido realizadas, durante o ano de 2018, três reuniões de trabalho com os vereadores da Protecção Civil e do Ambiente, Firmino Marques e Altino Bessa, com o chefe da Divisão de Protecção Civil, Vítor Azevedo, e com o comandante e 2.ª comandante Distrital de Operac?o?es e Socorro de Braga, Hermenegildo Abreu e Marinha Isabel Esteves.
O Chefe da Divisão da Protecção Civil testemunhou que, o ince?ndio iniciado a 15 de Outubro, em S. Martinho de Leito?es, no concelho de Guimara?es, que acabou por atravessar para o concelho de Braga, destruiu em cinco horas, uma área que, em condic?o?es normais, corresponderia a um dia inteiro de consumo. No relatório que teve como relator José Silva, presidente da Junta de Freguesia de Cabreiros, alega-se que “houve condic?o?es meteorolo?gicas verdadeiramente excepcionais, quer pelas elevadas temperaturas, quer pela baixa humidade do ar, quer pelo vento forte, que se fizeram sentir”, um cenário que motivou a emissa?o do estado de alerta vermelho por parte da Autoridade Nacional de Protecção Civil, em Braga e no resto do país.
O vento muito forte produziu aquilo a que se chama um ‘ince?ndio de charuto’, estreito, mas comprido. O fogo foi conduzido pelo vento, que o fez projectar desde Leito?es para a freguesia da Morreira e seguir, depois, a linha de cumeada, em direcc?a?o a? Falperra e Bom Jesus, lê-se no relatório aprovado por unanimidade na Comissão Permamente de Urbanismo, Planeamento, Ambiente, Trânsito e Protecção Civil da Assembleia Municipal de Braga. “Apesar disso, a mudanc?a na orientac?a?o do vento ocorrida acabou por salvaguardar as casas, o que tambe?m se revelou preponderante no combate”, lê-se no mesmo documento, citando ainda o Chefe de Divisa?o da Protecc?a?o Civil Municipal, o qual conclui que, “a determinada altura, era humanamente impossível fazer combate ao ince?ndio”, tendo-se optado pela protecção de casas e de outros bens.
Ainda de acordo com o mesmo responsável, na noite do dia 15 de Outubro, o incêndio encontrava-se “em copas”, cenário em que a única possibilidade de combate e? através de meios ae?reos, o que não é viável em período nocturno.
O grande incêndio que lavrou em 787 hectares, nos concelhos de Guimarães e Braga, não ocorreram mortes e, diz o relatório elaborado pelos eleitos da Assembleia Municipal de Braga “os danos materiais foram reduzidos, se comparados com o cena?rio observado no resto do país”, uma realidade para a qual “ foi importante o contributo das Juntas de Freguesia, da GNR, da PSP, dos Bombeiros e dos munícipes”.
De entre as 16ª recomendações inscritas no relatório da Comissão Permamente de Urbanismo, Planeamento, Ambiente, Trânsito e Protecção Civil consta a de de criação, ao “nível dos procedimentos de operac?o?es de combate a ince?ndios e de socorro da Protecc?a?o Civil Municipal”, de um “mecanismo obrigato?rio de envolvimento dos Presidentes de Junta de Freguesia dos territórios envolvidos”.
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