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Medicamento para a depressão trata doença de Machado-Joseph
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Medicamento para a depressão trata doença de Machado-Joseph

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Medicamento para a depressão trata doença de Machado-Joseph

Nacional

2018-09-14 às 06h00

Redacção Redacção

Medicamento para a depressão pode ser usado no tratamento sintomático da doença de Machado-Joseph. Revelação surge em dois estudos da Escola de Medicina e do ICVS da UMinho e do ICVS.

Citação

Ainda não existe tratamento para a doença de Machado-Joseph, mas a Escola de Medicina da UMinho e o Instituto de Investigação das Ciências da Vida e Saúde (ICVS) continuam a trabalhar na mitigação dos sintomas desta doença. Dois novos estudos, publicados este mês, mostram como um medicamento usado no tratamento da depressão pode ter efeitos positivos na doença de Machado-Joseph, contribuindo para a atenuação dos sintomas, mesmo num estado mais avançado da progressão da doença.
Em comunicado, a UMinho explica que esta descoberta traz grandes vantagens no tratamento dos sintomas, principalmente pela ausência de efeitos secundários do ‘Citalopram’ – o fármaco em questão. Assim, este será “um fármaco seguro para uso humano”, sendo o ensaio clínico em doentes de Machado-Joseph um dos passos seguintes desta equipa que trabalhou sob a alçada de Patrícia Maciel.
“No fundo, é muito importante validar em modelos diferentes se conseguimos reproduzir os mesmos resultados”, refere Andreia Teixeira-Castro, uma das autoras presentes em ambos os estudos, confirmando o sucesso do tratamento.

O processo começou em 2015, quando, noutra investigação, se testaram cerca de 1200 fármacos enquanto método de rastreio da doença de Machado-Joseph. “Verificámos então que este fármaco, amplamente usado na clínica para tratamento de depressão, tinha um efeito importante no contexto da neurodegeneração, especificamente em Machado-Joseph”, explica Andreia Teixeira-Castro.
No trabalho mais recente, feito exclusivamente na Escola de Medicina e no ICVS, os investigadores procuraram analisar o efeito do medicamento na menorização dos sintomas destes doentes – mas desta vez iniciaram o tratamento numa fase mais avançada da doença, quando os ratinhos já apresentavam defeitos motores e desequilíbrio, características que se assemelham aos sintomas em doentes de Machado-Joseph.

“As pessoas quanto têm familiares com esta doença podem, com antecedência, saber se são portadores do gene multado ou não”, mas, como reitera a investigadora, muitas vezes as pessoas não querem saber porque não existem até ao momento tratamentos disponíveis capazes de modificar o curso da doença. Assim, na maioria dos casos, o tratamento iniciar-se-á precisamente com o aparecimento dos primeiros sintomas.
Neste estudo, o tratamento só foi iniciado a seguir aos sintomas estarem estabelecidos (ou seja, para ser mais similar aos casos clínicos). “Reparámos que, apesar de não ser tão eficaz como quando iniciado pré-sintomaticamente, ainda vale a pena tratar para atenuar os sintomas”, revela.

O segundo artigo científico – um “estudo independente”, como apelida Teixeira-Castro – corrobora os resultados obtidos no ICVS. Num laboratório em Michigan (EUA), uma outra equipa – também liderada por uma portuguesa que passou pelo ICVS, Maria do Carmo Costa – foi feita a mesma análise usando um modelo animal diferente, que serviu de “prova dos nove” a este novo uso que a equipa da UMinho quer dar ao Citalopram.

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