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Mais recursos humanos e meios aéreos de combate a incêndios

Entrevistas

2019-06-15 às 06h00

Rui Alberto Sequeira Rui Alberto Sequeira

No distrito de Braga o SIRESP não provocou constrangimentos. Hermenegildo Abreu é desde 1 de janeiro de 2017 comandante distrital da protecção civil de Braga. Entrevistado na radio Antena Minho e no Correio do Minho sublinha a capacidade de intervenção rápida e musculada dos bombeiros no ataque aos incêndios florestais no distrito de Braga com o reforço de meios humanos e aéreos. O funcionamento do SIRESP e o projecto ‘aldeias seguras, pessoas seguras’ são também temas da entrevista.

Citação

P - Esta semana o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) divulgava que a área ardida em Portugal aumentou 51% entre 1 de janeiro e 5 de junho deste ano, comparativamente com o mesmo período de tempo em 2018.O ICNF referia ainda que o distrito de Braga era o segundo atrás do Porto em número de fogos (434) e o que apresentava mais área ardida (1254 hectares). Estes dados relativos ao distrito de Braga, preocupam-no?
R - Claro que sim. O elevado número de ignições preocupa-nos bastante. No histórico que temos, Braga é um dos distritos sempre com um número elevado de ignições. Na última década, os anos de 2014 e 2018 registam menos incêndios e menos área ardida. Nos outros anos os dados são idênticos aos verificados até agora.

P - O número de incêndios já registados em Braga não são preocupantes á luz do histórico do distrito?
R - Preocupa sempre e a intenção é reduzir o numero de ignições. O nosso empenhamento é para salvaguardar pessoas e bens, reduzir a área ardida e o número de incêndios.

P- No diz respeito á área ardida o distrito de Braga é o primeiro, entre janeiro e junho deste ano.
R - O distrito tem uma cultura de queimas e queimadas. Se verificarmos o registo do ICNF, constatamos que em maio tivemos cerca 1744 queimas. A nossa cultura é muito rural e utiliza-se muito o fogo. Pode acontecer que num ou noutro caso devido às condições meteorológicas se transformem em incêndios. O que pedimos é sempre que façam as queimas tenham cuidados redobrados.

P - Essa característica de Braga ter sempre um número mais elevado de ignições, só ultrapassado pelo distrito do Porto, terá outras explicações mais objectivas?
R - Os hábitos enraizados no mundo rural de se usar o fogo para queimar os sobrantes agrícolas, faz com que por vezes também aconteçam descuidos e depois dão-se os incêndios. Nós temos tido efecti- vamente bastantes ignições mas também temos resolvido rapidamente essas situações. Tivemos março com condições meteorológicas adversas, houve incêndios em Esposende, Vila Verde e Cabeceiras de Basto que arderam bastante.

P - Vem aí o período de festas populares e sabemos que os minhotos gostam dos foguetes, há uma preocupação especial?
R - A nível de licenciamento para os foguetórios são os Municípios que têm a responsabilidade de autorizar o fogo-de-artifício assim como as queimas e queimadas. Decorre da lei.
P - Nessas duas situações deveria existir uma maior fiscalização?
R - Já há bastante fiscalização. A GNR e a PSP estão sempre atentas e houve nos últimos anos uma melhoria por causa da fiscalização, quer das forças policiais, quer dos próprios municípios. Quando nós alertamos as autarquias sobre a ocorrência de condições meteorológicas adversas e emitimos o comunicado técnico/operacional, são os Municípios que não autorizam o fogo-de-artifício ou actividades que envolvam a utilização de fogo.

P - Braga foi um dos distritos que apresentou o plano operacional distrital de combate a incêndios rurais dentro do prazo previsto por lei. Que tipo de abordagem faz este documento?
R - O plano foi apresentado em Barcelos no início de maio para todos os agentes de protecção civil. É um plano que faz o enquadramento do distrito, dos níveis de empenhamento, do dispositivo terrestre e aéreo, dos meios complementares e realça a sensibilização.

P - Este plano faz a actualização de anteriores?
R - O plano é ajustado a nível distrital a partir de uma Directiva Operacional Nacional.

P - Esse Plano identifica todos os meios que estão disponíveis nos diversos níveis de empenhamento? Há um reforço em 2019?
R - Temos um reforço no nível empenhamento em que nos encontramos agora, o "nível III". O ano passado tínhamos oito equipas de combate a incêndios, este ano temos doze. Tínhamos quatro equipas de apoio, temos seis. Aumentou consideravelmente o número de recursos humanos e de meios neste nível de empenho que depois se vai repetir entre 1 e 15 de outubro. O mais crítico será o "nível IV" entre 1 de julho e 30 de setembro. Vamos ter 26 equipas de combate a incêndios, 12 equipas de apoio. Será a primeira vez que teremos no distrito quatro elementos de comando das operações em permanência.

Projecto ‘aldeias seguras, pessoas seguras’ acolhido pelas populações

P - Essas equipas compensam uma quebra de pessoal voluntário? A maior parte das corporações queixa-se da falta de bombeiros.
R - Essas equipas provêm dos bombeiros voluntários e sabemos das dificuldades das corporações em matéria de recursos humanos. Dou o exemplo: nós nunca tivemos duas equipas de combate no ‘nível III’ em Cabeceiras e Celorico e agora passámos a ter duas em cada um destes concelhos. Conseguimos fazer um esforço e neste caso aumentar os meios em zonas críticas, mais florestais.

P - A opinião pública é sempre muito sensível à existência de meios aéreos de combate a fogos. Eles estão presentes no dispositivo do distrito de Braga?
R - No distrito temos dois Centros de Meios Aéreos (CMA).Um CMA em Fafe e outro em Palmeira/Braga. Desde um de junho temos um meio aéreo ligeiro de ataque inicial em Braga e outro em Fafe. O de Braga mantêm-se até 15 de outubro e o de Fafe até 31 de dezembro. Já assim foi no ano passado e este ano será igual. Temos de perceber que os meios aéreos de ataque inicial têm um raio de acção até 40 quilómetros. Se tiver um fogo em Celorico e se apenas tiver disponível o de Braga, eu sei que dificilmente ele vai lá chegar, mas se tiver um meio aéreo em Vila Real, ele poderá atuar nessa zona. Existem helicópteros que estão adjacentes ao distrito de Braga que - desde que não estejam ocupados - eu posso ir buscar e coloca-los em modo de ataque inicial ao incêndio. Nós temos um programa que dá-nos o meio aéreo mais próximo, o rumo e a distância ao local da ignição. Tentamos fazer um ‘ataque musculado’. Muitas vezes as condições meteorológicas não permitem a utilização dos aviões ou dos helicópteros. Mediante as informações que vão chegando dos operacionais no terreno, ajustamos os meios mais eficazes.

P - Para além desta complementaridade dos meios aéreos, incêndios de maiores proporções levam à chamada de meios terrestres de outras zonas do território nacional.
R - Quando verificamos que temos um incêndio já com alguma dimensão, feita a análise e o planeamento, podemos pedir apoio ao comando nacional para a intervenção de grupos terrestres, meios aéreos pesados. Em Vila Real temos dois aviões ligeiros que têm ultimamente trabalhado muito no distrito de Braga. Desde que quem está no planeamento e nas operações de socorro diga que é necessário, nós projectamos os meios para o terreno.

P - A percepção que tem dos meios que existem, principalmente para combate a fogos rurais no distrito de Braga, são suficientes?
R - Todos gostamos de ter mais e melhor. Quem é que não gostaria de ter em vez de dois, dez aviões; em vez de 1500 bombeiros ter 7000. Sabemos qual é a nossa realidade e os recursos que temos e é mediante esses recursos e o planeamento atempado que fazemos o combate aos incêndios. No distrito de Braga temos desde 2018 a Força Especial de Protecção Civil - sedeada em Guimarães - com cerca de 30 elementos; com veículos de combate a incêndios e que nos tem dado uma grande ajuda.

P - Independentemente dos meios disponíveis pode afirmar-se que hoje há uma capacidade de intervenção mais célere?
R - Tentamos sempre dar a resposta o mais rápido possível. Se houver um incêndio em Palmeira, os meios terrestres de Braga ao fim de dez minutos estão no local. Se tiver um incêndio em Gondiães (Cabeceiras de Basto) do quartel até lá, o carro vai demorar 50 minutos. Se tiver de deslocar meios de Braga ou de Barcelos o tempo de viagem será de hora e meia. Gondiães é uma zona de risco, de pinhal adulto e é por isso que num incêndio nessa zona, quando é possível, colocamos dois meios aéreos ate que os terrestres cheguem.

P - O que aconteceu no país e na região com os incêndios em 2017 veio, na sua opinião, alterar comportamentos e a abordagem á prevenção dos fogos florestais?
R - Todos nós aprendemos com os nossos erros, com as nossas omissões e pretendemos sempre melhorar, corrigir o que ficou menos bem feito. Tentamos todos os anos reforçar os meios de combate aos incêndios.

P - Tendo em conta as diferentes variáveis que entram num combate a um incêndio, aquilo que sucedeu em meados de outubro de 2017, bem próximo de Braga é passível de voltar a acontecer?
R - Temos de perceber que esse incêndio aconteceu em condições meteorológicas muito adversas. No dia 15 de outubro desse ano, com 60 fogos em 24 horas no distrito de Braga, os recursos não eram suficientes e combatíamos incêndios muito complicados em Vieira do Minho, em Vila Verde, em Cabeceiras de Basto. Em Braga pela proximidade á cidade a situação apresentava uma dimensão diferente.

P - Nesse incêndio de outubro de 2017, em Braga e Guimarães, tiveram de lutar contra algum desordenamento florestal?
R - A nossa acção está assente em três pilares: a prevenção, a fiscalização e o combate. O combate só entra quando falha a prevenção e a fiscalização.

P - Quando olha para a encosta da Falperra não fica preocupado com o que poderá acontecer no futuro?
R - Claro que sim mas a limpeza não se faz de um dia para o outro. Houve um trabalho muito grande na prevenção e na fiscalização por parte da GNR, com a colaboração dos Municípios.

O distrito de Braga tem uma cultura de queimas e queimadas

P - Depois dos incêndios de 2017 o governo fez aplicar uma lei que já existia de obrigatoriedade da limpeza das matas e das florestas. No distrito de Braga houve diferenças visíveis?
R - Nota-se que houve trabalho feito no terreno. As pessoas perceberam o alcance da medida e a GNR fez um trabalho importante de sensibilização e de informação junto das populações através do ‘floresta segura 2019’. Nós também pusemos em prática o programa ‘aldeias seguras, pessoas seguras’.

P - O comandante Hermenegildo Abreu tem também responsabilidades na área do PNPG que se encontra no distrito de Braga. O que é que está no terreno neste ano?
R - No Gerês há sempre um plano operacional que entra em vigor a 1 de julho e termina a 30 de setembro. Estão equipas do parque nacional, do grupo de intervenção da GNR, com uma vigilância activa nas 24 horas do dia. Há patrulhamentos dissuasores por parte dos militares do RC6 de Braga.

P - Há muita pressão sobre o PNPG devido aos milhares de visitantes que se deslocam para este território. Isso levanta dificuldades?
R - O parque é um daqueles sítios em que quando é detectado um incêndio fazemos avançar os meios aéreos disponíveis para um ataque inicial, até que cheguem os meios terrestres. Há zonas onde os bombeiros demoram pelo menos meia hora a chegar e depois andam outro tanto tempo a pé até ao local do fogo. Tenho a vantagem da minha 2.ª comandante ser uma geresiana e conhecer bem o terreno.

P - Para além da área do Parque Nacional da Peneda Gerês que está no distrito de Braga, existem outras de risco elevado?
R - Temos zonas em Cabeceiras, Celorico, Vieira do Minho, Terras de Bouro. Eu diria que os Municípios a Este e a Norte do distrito são os que nos preocupam mais pela sua mancha florestal.

P - O projecto ‘Aldeias Seguras, Pessoas Seguras’ teve resultados muito positivos no distrito de Braga?
R - Iniciámos esse projecto em 2018. Nós e os Municípios fizemos acções em freguesias de primeira ou segunda prioridade e consistiu em ter um ‘oficial de segurança’ - alguém que conhece bem a zona e as pessoas - nas aldeias isoladas e criar um local de abrigo em que as populações, mediante um sinal de alarme, sabem onde se dirigir, em caso de estarem ameaçadas pelos incêndios, para uma eventual evacuação.

P - Já houve situações reais em que foi necessário pôr em prática esse dispositivo.
R - Felizmente não, apenas em simulacros.

P- Considera que este dispositivo deveria ser ainda mais abrangente?
R - As autarquias têm consciência da vantagem deste dispositivo e estão a trabalhar nesse sentido.

P - Há razões de preocupação em relação ao funcionamento da rede de comunicações SIRESP?
R - Só posso pronunciar-me sobre o distrito de Braga. Foi realizado um apanhado no distrito para perceber com os comandantes se existiam zonas negras por parte do SIRESP. Não tivemos informações relevantes sobre zonas negras. No distrito de Braga a rede SIRESP sempre funcionou bem, mesmo no pico de ocorrências. A rede SIRESP é recente e antes de ser implementada já existiam outras possibilidades de comunicação: a rede estratégica da protecção civil e a rede operacional dos bombeiros. Se o SIRESP falhar nós temos redundância. Quando se projectam meios para o terreno é atribuído um canal de comunicação SIRESP e um canal de uma das outras duas re- des. Desde que sou comandante distrital, no distrito de Braga nunca tivemos problemas com o funcionamento do SIRESP.

P - O mediatismo que envolveu os incêndios em 2017 e as circunstâncias trágicas desses fogos ajudou as populações a terem uma outra sensibilidade para a protecção civil?
R - Sim. As pessoas perceberam que têm de se salvaguardar, colaborar e seguir as informações.

P - Reportando-se à sua experiência como bombeiro e como comandante, nota-se actualmente da parte das edilidades uma sensibilidade também acrescida para a protecção civil?
R - Nitidamente. Hoje as câmaras municipais têm a sua divisão da protecção civil a funcionarem em pleno ou quase. Era uma realidade que há uns anos atras não existia. Houve uma evolução e bem neste domínio.

P - Além dos incêndios florestais há ainda aqueles que acontecem em meios urbanos e em pólos industriais ou em fábricas isoladas. Existe um levanta- mento feito dessas indústrias que podem ser de maior risco pelos produtos que usam?
R - Qualquer industria, qualquer fabrica que esteja a ser construída tem um projecto de segurança contra incêndios que passa pelo crivo da protecção civil. Os nossos técnicos vão ao terreno inspeccionar se as medidas de auto protecção estão a ser cumpridas. Sabemos os parques industriais que temos no distrito, as industrias mais complexas e outras que têm uma carga de incêndio elevada.

Bombeiros voluntários têm hoje melhor formação


P - Temos estado centrados nos fogos mas o âmbito de intervenção da protecção civil distrital é mais alargada estendendo-se também à segurança rodoviária. Qual é a capacidade de resposta?
R - Os bombeiros têm hoje muita formação na área do socorro em especial no salvamento, desencarceramento de vítimas de acidentes e veículos bem equipados para essas ocorrências.

P - Houve uma melhoria qualitativa de resposta?
R - Sem dúvida. Quer nível da formação dos bombeiros no pré-hospitalar, quer de equipamentos.

P - Esta é uma área em que as pessoas muitas vezes, quando há acidentes, questionam a gestão dos meios.
R - Quando alguém faz uma chamada para o 112 e a situação é pré-hospitalar, o encaminhamento da chamada é feita para o CODU e o INEM é quem projecta os meios para a assistência. Se o alerta é para um acidente de viação, em simultâneo o 112 dispara o alarme para o INEM para pôr em marcha as ambulâncias de socorro e dispara o alarme para nós - comando distrital de operações - e forças de segurança, para fazer avançar os carros de desencarceramento e salvamento no local.

P - O distrito de Braga apresenta outras vulnerabilidades, eventualmente situações de cheias.
R - Nós sabemos no comando distrital quais são as zonas que apresentam mais riscos de inundação. Através do programa ‘Rios’ recebemos os alertas com os coeficientes de entrada e saída das águas das barragens e as descargas efectuadas para os rios, mediante esse registo que fazemos avisamos os serviços municipais de protecção civil, bombeiros e força de segurança, para situações que coloquem em risco pessoas e bens nas zonas ribeirinhas.

P - As alterações climáticas estão a ser o principal adversário da protecção civil?
R - Qualquer fenómeno meteorológico adverso preocupa-nos. São cada vez mais incertos. Procuramos fazer um pré posicionamento dos meios quando se perspectiva incêndios ou cheias e ter sempre uma resposta rápida e musculada. Um dos factores que influencia muito o combate ao incêndio florestal é o vento. Se estiver muito vento não conseguimos colocar o avião ou o helicóptero no ar e é menos um recurso que dispomos. No distrito de Braga vamos ficar, dentro de mais ou menos um mês, com 20 equipas de intervenção permanente nas duas dezenas de corporações de bombeiros voluntários, durante todo o ano. Essas equipas de cinco elementos são comparticipadas em 50% pelas autarquias e a outra metade pela Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil.

P - No que diz respeito à estrutura da protecção civil no distrito de Braga - localizada no antigo Governo Civil e na rua D. Afonso Henriques em Braga - estará para breve uma mudança de instalações?
R - Essa possibilidade de mudança surgiu em 2017. O nosso comando distrital está dividido em dois espaços físicos: a parte operacional e uma mais administrativa. Ter toda estrutura num mesmo edifício será uma mais-valia. Penso que o processo está bem encaminhado e que será para breve a mudança. Mas essa é uma matéria do comando nacional.

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