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(Des)igualdade do género preocupa deputados do distrito de Braga
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As Nossas Escolas

2018-02-28 às 06h00

Patrícia Sousa Patrícia Sousa

Trinta e cinco escolas do secundário estiveram representadas ontem na sessão do Parlamento dos Jovens. Quatro vão representar o distrito.

Citação

Uns assistiram pela primeira vez, outros já são veteranos nestas andanças e outros ainda experimentaram subir ao púlpito e vestir a pele de um verdadeiro deputado. Projectos não faltaram para combater a Igualdade de Género, o tema escolhido para a edição deste ano do Parlamento dos Jovens - Secundário, que teve ontem a final distrital no Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ).
Entre as dezenas de alunos e professores que representaram as 35 escolas do distrito que participaram, o Correio do Minho falou com os três representantes da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, de Vila Nova de Famalicão. Francisca Silva, do 11.º ano, Manuel Bahia e Paulo Figueiredo, do 12.º ano, estão habituados a estas experiências, tendo já representado o distrito. A criação do Programa de Sensibilização para a Igualdade de Género (PSIG), leccionado desde o ensino primário até ao final do ensino básico, com o objectivo de promover o debate e o esclarecimento das desigualdades de género, atribuir um selo de boas práticas em igualdade de género às empresas e a criação de uma lei que estabeleça um aumento gradual da representação mandatária do género minoritário nas listas para a Assembleia da República, para o Parla- mento Europeu e para as autarquias de modo a que esta atinja valores superiores a 45 por cento foram as propostas apresentadas por estes deputados.

Pela primeira vez, a pisar o palco do Parlamento dos Jovens, os representantes da Escola Secundária Vale dEste, de Viatodos, no concelho de Barcelos, defenderam que é sempre importante falar do tema para se conseguir uma efectiva igualdade de género. Por isso, Manuel Guimarães e Manuel Moreira, alunos do 12.º ano, colocaram em cima da mesa as propostas para igualar os direitos relacionados com as licenças de maternidade/paternidade, integrar no currículo escolar a disciplina de economia doméstica e promover uma fiscalização eficaz no sentido de evitar situações de descriminação de género no local de trabalho.

Veteranos neste programa, para Erica Pereira, Beatriz Figueiredo, Mariana Lopes e Hélder Silva, da Escola Secundária de Barcelos, foi fácil abordar este tema. A (des)igualdade de género é tema de conversa e somos um grupo integrado e consciente, admitiram. Promover a igualdade de género nas empresas, criar e difundir o conteúdos direccionados às crianças e financiar instituições de apoio à vítima de violência doméstica foram as propostas defendidas.
Introduzir a temática no currículo lectivo, promover actividades e sessões de esclarecimento sobre o tema e fazer um inquérito aos alunos foram, entretanto, as propostas apresentadas pelas três alunas do 10.º ano da Escola Secundária Henrique Medina, em Esposende, que já participaram na sessão distrital direccionada ao ensino básico. Todos aqueles que participam no Parlamento dos Jovens ficam pessoas mais experientes e serão adultos mais abertos e responsáveis, defenderam as alunas.

Apesar do caminho feito “ainda há muito por fazer”

Quando se fala de igualdade de género a opinião é unânime: apesar do caminho que se tem feito, “ainda há muito por fazer” no nosso país. As vozes defensoras por mais direitos fizeram-se ouvir, durante o dia de ontem, no Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ). E na sessão de abertura do Parlamento dos Jovens, dedicado ao secundário, a mensagem também foi a mesma.
O Parlamento dos Jovens, iniciativa cuja origem remonta a 1995, é uma organização que envolve o IPDJ, o Ministério da Educação e a Assembleia da República. Numa sessão em que a presidente da mesa foi a ‘deputada’ Emília Pinho, aluna da Escola Secundária de Fafe, o director regional do Norte do IPDJ, Vítor Dias, começou por considerar o programa Parlamento dos Jovens “muitíssimo importante para os jovens começar a lidar com o mecanismo da democracia”. E ao contrário do que se pensa, “deve ser algo consolidado e discutido todos os dias”. E Vítor Dias aplaudiu o tema escolhido este ano para se discutir no Parlamento dos Jovens - Básico e Secundário - até porque “apesar de se terem dado passos importantes a nível de legislação, há ainda muito a fazer”.

“É preciso discutir cada vez mais esta temática, que começa em cada um de nós nas atitudes do dia-a-dia, por exemplo, nas simples actividades domésticas”, defendeu, entretanto, o deputado do PSD, Joel Sá, acreditando que “a mudança começa na atitude e comportamento da nova geração, porque quando forem adultos, empresários, pais e mães já não se terá que discutir este assunto”.
Confiante que os jovens do distrito iriam apresentar “propostas úteis” que pudessem vir a ser discutidas no Parlamento, o deputado social-democrata admitiu que “há muito por fazer e é preciso continuar a lutar”. E Joel Sá foi peremptório: “hoje o acesso às profissões já está assegurado, mas falta mudar de mentalidades e as questões salariais entre géneros também não foram conquistadas”.

Também Olga Pereira, em representação do presidente da Câmara Municipal de Braga, destacou a importância deste programa para os jovens “ganharem maior consciência cívica dos valores de democracia”. Acreditando que os alunos apresentam propostas “muito interessantes”, Olga Pereira espera que “daqui a uns anos este não seja um tema na ordem do dia”.
Convidada para a sessão de abertura esteve também a presidente da Assembleia Municipal de Braga. Hortense dos Santos lembrou que foi a primeira mulher a ser eleita para liderar aquele órgão autárquico, admitindo que “foi uma preocupação, que já não haveria de existir”. O tratamento igual para todos é algo que “preocupa” a presidente, defendendo “as mesmas oportunidades para homens e mulheres”.
A assessorar a ‘deputada’ Emília Pinho estiveram ainda Maria do Carmo Costa, da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, como vice-presidente, e Sofia Afonso, aluna da Escola Secundária Carlos Amarante, como secretária da mesa.

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