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Barreiras à Igualdade de género estão enraizadas em questões culturais
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Barreiras à Igualdade de género  estão enraizadas em questões culturais

Ensino

2019-01-16 às 06h00

Paula Maia Paula Maia

Isabel Ramos, docente da UMinho, conduziu um trabalho de investigação no contexto da universidade sobre a Igualdade de Género. Concluiu que as principais barreiras entre homens e mulheres são “invisíveis”, assentes em pilares culturais.

Citação

Foi da constatação de que o número de mulheres presentes nas Tecnologias e Sistemas de Informação é muito inferior comparativamente aos homens a nível das estruturas e organizações mundiais que vários investigadores nacionais e internacionais decidiram aprofundar a temática e encetar várias investigações. Foi também nesta base que nasceu o projecto SAGE, financiado pela Comissão Europeia, e que reúne um conjunto de universidades com o objectivo de implementar planos de intervenção para a igualdade de género nas instituições de ensino superior.

Na UMinho, que integra este consórcio, a docente Isabel Ramos, professora associada com agregação no Departamento de Sistema de Informação na Escola de Engenharia, promoveu um trabalho cujo objectivo passa pelo desenvolvimento de Planos de Igualdades de Género nas Universidades. “Não é nossa conclusão de que haja alguma barreira conscientemente definida, mas sim muitas barreiras invisíveis, essencialmente culturais”, revela a docente que ontem apresentou as conclusões deste projecto de investigação no Seminário Permanente de Comunicação e Diversidade do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da UMinho.
Isabel Ramos explicou que muitos dos materiais usados para o marketing dos cursos “são enviesados”, fazendo com que, por exemplo, os cursos mais ligados às ciências sociais sejam mais direccionados às mulheres. “Encontrámos mesmo alguns panfletos que têm a silhueta da mulher, enquanto outros aprecem a silhueta dos homens. São pequenas coisas que ninguém tinha pensado de forma consciente”, afirma.

O estudo desenvolvido pela docente no contexto da UMinho demonstra outras dificuldades que se colocam à carreira docente com claras diferenças entre géneros. “Culturalmente as mulheres estão mais ligadas ao apoio à família. Há também uma certa tendência para as mulheres se dedicarem a tarefas de comunidade, como organização de eventos, apoio ou coordenação administrativa. O?resultado é que quando existem concursos para progressão de carreira, embora se promova a igualdade de género, o que verifica é que os currículos - que têm de ser hoje muito ricos em termos de publicações e projectos - as mulheres acabam por ter deficiências e isso reflecte-se no conjunto que atinge o topo de carreira na UMinho”, explica ainda a investigadora.

O objectivo da equipa de investigação é “alargar estas discussões, criar uma consciencialização e trazer os homens para o centro da análise e entendimento de que uma maior igualdade também lhes permite maior participação na família, maior divisão de tarefas”, continua Isabel Ramos.
Sendo este um trabalho que bebe da realidade vivida na universidade minhota, a docente afirma a necessidade de extravasar os muros académicos e levar estas discussões para o seio da comunidade, numa lógica de que as universidades são o espelho da sociedade onde estão inseridas.
Nesse sentido, a equipa liderada por Isabel Ramos vai promover acções de discussão e análise sobre a Igualdade de Género na Câmara Municipal de Guimarães.

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