Não chegou a uma centena o número de estudantes que ontem participou na manifestação convocada pelas associações de estudantes das escolas secundárias da cidade, uma iniciativa que visou reclamar mais investimento para a educação e solução para questões que afectam o quotidiano dos alunos.
Oriundos das escolas Sá de Miranda, D. Maria I, Alberto Sampaio e Carlos Amarante, os estudantes marcharam pela cidade ostentando cartazes onde exigiam uma escola pública de qualidade e entoando palavras de ordem que reavivaram um grito de luta: Governo, escuta, os estudantes estão em luta.
A manifestação culminou na praça do Município, onde os estudantes partilharam as suas principais reivindicações e com Luís Marques, presidente da Escola Secundária D. Maria II a explicar aos jornalistas o que levou esta centena de estudantes a sair à rua.
As nossas escolas têm excelentes infra-estruturas, mas sentimos que falta algo. Falta, desde logo, motivação aos professores, o que, em alguns casos prejudica a qualidade do ensino. Estamos aqui também a chamar a atenção para a qualidade das refeições que nos são servidas na cantina, que é pouca, tal como é a quantidade. E não podemos esquecer que os funcionários também são poucos para o número de alunos e dimensão das escolas, sintetizou Luís Marques.
O objectivo é que a manifestação em Braga levante uma onda de manifestações dos alunos do secundário a nível nacional, pois a luta é pelos que estão agora no secundário, mas também para os alunos do futuro.
Num universo de seis mil alunos, terão sido entre 80 a 100 aqueles que ontem aderiram à manifestação. Luís Marques justifica a pouca adesão com o facto de algumas escolas, como a Sá de Miranda, não ter autorizado a justificação das faltas. Ou seja, os alunos que participaram tiveram falta injustificada. Também estamos no final do ano lectivo e há alunos que estão em avaliação e outros estão a participar em torneios que estão a decorrer. O importante é que estamos cá nós para fazer ouvir a nossa voz e lutar pelas exigências de todos, acrescentou.
Numa manifestação por melhores condições para o ensino foi de estranhar a ausência da Secundária de Maximinos no protesto, sendo que é a única secundária que ainda não foi requalificada e será, por isso, a que terá mais argumentos para reivindicar. Luís Marques admitiu que Maximinos é a que tem mais motivos de queixas, explicando a ausência do estabelecimento de ensino com a falta de oportunidade para contactar a respectiva associação de estudantes. De qualquer forma, estamos cá também para reivindicar por eles, disse.
Entre os manifestantes, Ricardo Duarte, explicou ao CM que aderiu à manifestação porque está em causa a luta por melhores condições para o ensino. Este aluno frequenta a Escola Carlos Amarante.
Já Bruna Martins, aluna do Sá de Miranda, num discurso bem estruturado explicou que aderiu à manifestação porque considera que a Direcção da sua escola é muito burocrática e que há muitas situações por resolver naquele estabelecimento de ensino, a começar pela escassez de funcionários.