“O favoritismo é 50/50”
2015-07-06 às 14h20
Este sábado, 11 de julho, às 22h00, o Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, é palco para um espetáculo que desconstrói o próprio circo, para a seguir o construir novamente numa soma mágica a que se junta a dança, o teatro e a música.
Este sábado, 11 de julho, às 22h00, o Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, é palco para um espetáculo que desconstrói o próprio circo, para a seguir o construir novamente numa soma mágica a que se junta a dança, o teatro e a música.
Aqui, fundem-se as visões de duas companhias. A companhia de novo circo Radar 360º junta-se a Clara Andermatt para fazer nascer um espetáculo que pretende abalar os alicerces da perceção, fazendo o público espreitar com curiosidade para o universo infinito da fantasia e da ilusão.
A peça encontra inspiração no livro “As Portas da Perceção” de Aldous Huxley que, movido a LSD e mescalina, viu abrir diante de si novos mundos até aqui fechados pelos filtros que a própria mente constrói para se defender da infinidade de impressões a que estamos sujeitos, tornando conceitos como o espaço e o tempo irrelevantes.
Aqui, explora-se o avesso da história. A subversão da própria realidade será, então, tão real como o mundo que surge perante os nossos olhos. O esforço será tentar explicar o inexplicável e fazer dele tão lógico como todo o resto. Temos perante nós algo “completamente fora do âmbito da razão e do óbvio”, como explica Clara Andermatt, mas isso terá, contudo, exatamente a mesma validade daquilo que entendemos como coerente.
Assim começa a desenhar-se este delicioso espetáculo que levará o público para uma viagem sem se sair do lugar, uma viagem que acontece dentro de cada um, mas sempre a olhar para fora. António Oliveira, um dos diretores da Radar 360º, explica: “Se havia alguma coisa em particular que nos interessava nesta fase era um trabalho de desconstrução da linguagem do circo em paralelo com um investimento na composição coreográfica e na criação de objetos que são mais orgânicos do que mecânicos. Ao mesmo tempo, queríamos encontrar um novo olhar sobre as matérias e os materiais do circo - um olhar que a Clara, com o seu percurso transdisciplinar na dança, no teatro e na música, podia acrescentar às artes do circo.”.
“Novo-Velho Circo” é um espetáculo multidisciplinar, com alicerces nas técnicas circenses e na dança contemporânea. Ao longo de milénios de evolução, os nossos cérebros aprenderam a marginalizar as perceções e os estímulos aparentemente desnecessários à sobrevivência, uma aprendizagem feita sob o estigma da Razão, responsável pelo sacrifício da faculdade de nos maravilharmos. O circo abre portas à fantasia e à ilusão. Ele exige de nós essa sensibilidade humana que permite a suspensão do que é lógico e credível, para libertar a imaginação e o encantamento. Neste espetáculo, o objetivo é brincar com a perceção, subverter as estruturas da racionalidade e libertar o espetador das cadeias do “princípio da realidade”.
27 Março 2024
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