Matheus vezes 400
2017-07-20 às 06h00
A Universidade do Minho (UMinho) vai receber donativos de mecenas no valor de 10 milhões de euros nos próximos cinco anos. O recurso ao ‘fundraising’ foi apontado ontem pelo reitor António Cunha num encontro com jornalistas que serviu para um balanço dos últimos oito anos de funções. O reitor, que cessa funções no próximo Outono, adiantou que parte significativa daquele montante está garantido, estando previsto para Outubro a revelação dos dez mecenas que assumirão doações a favor da UMinho.
A Universidade do Minho (UMinho) vai receber donativos de mecenas no valor de 10 milhões de euros nos próximos cinco anos. O recurso ao ‘fundraising’ foi apontado ontem pelo reitor António Cunha num encontro com jornalistas que serviu para um balanço dos últimos oito anos de funções.
O reitor, que cessa funções no próximo Outono, adiantou que parte significativa daquele montante está garantido, estando previsto para Outubro a revelação dos dez mecenas que assumirão doações a favor da UMinho.
Com a passagem ao regime de fundação pública em regime privado, a UMinho dá garantias a potenciais mecenas de que as suas contribuições para projectos de ensino e investigação ficam mais “resguardados” de eventuais decisões de controlo orçamental por parte do poder político.
António Cunha avisou, no entanto, que as contribuições de privados representam mais dois milhões de euros anuais, ou seja, um acréscimo de apenas 1,5 por cento do orçamento da UMinho, longe da realidade do ‘fundraising’ em universidades norte americanas, por exemplo, em que os mecenas chegam a ser a principal fonte de financiamento.
Sobre os dois mandatos cumpridos na reitoria da UMinho, António Cunha elegeu a passagem ao regime fundacional como uma das decisões estratégicas, concluindo que as vantagens da opção tomada revelam-se também ao nível da gestão de pessoal.
Nesta altura estão a fechar concursos para admissão de 50 funcionários, estando previstos outros tantos até ao final do ano, medidas que permitem regularizar situações de vínculos contratuais precários na instituição de ensino superior, as quais seriam mais difíceis de resolver com as regras da contratação pública.
António Cunha considerou ontem que o regime fundacional, em prática desde o início de 2016, permitirá também ultrapassar dificuldades de contratação de pessoal investigador, contornando condicionalismos do diploma do emprego científico.
Universidades querem reforço orçamental no próximo ano
Na qualidade de presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António Cunha defendeu ontem um reforço do Orçamento de Estado em pelo menos 100 milhões de euros no ano de 2018 para estas instituições de ensino voltarem a ter um “funcionamento normal”.
Num encontro com jornalistas, António Cunha justificou que aquele montante é o mínimo para restituir às universidades “níveis de investimento nas infraestruturas adequadas a um ensino universitário de qualidade”, depois dos cortes orçamentais dos últimos anos.
O reitor da Universidade do Minho adiantou que ainda não discutiu com o Ministério da Ciência e Ensino Superior os valores do próximo Orçamento do Estado para o ensino superior, mas argumentou, desde já, que é “largamente aceite quer no sector universitário, quer fora dele, nos meios governamentais” o subfinanciamento público do sector universitário.
“Esperamos que o novo Orçamento do Estado, que está agora a ser discutido e preparado, possa inverter uma situação de cortes significativos que aconteceram nos últimos anos”, declarou António Cunha.
Segundo o presidente do CRUP, as conversações com o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, ainda estão em fase embrionária.
“Nós certamente falaremos muito proximamente com o senhor ministro e só partir daí terei alguma ideia”, acrescentou. António Cunha.
Reitor cauteloso quanto a novos cursos
O reitor da Universidade do Minho (UMinho) garantiu ontem que não deixa “dossiês preparados” para o sucessor no que respeita ao alargamento da oferta educativa da instituição. António Cunha apontou o Desporto, Farmácia, Veterinária e Agricultura como formações de base não cobertas pela UMinho, reconhecendo que não será fácil, num futuro próximo, lançar novos cursos nestas áreas.
No que respeita ao Desporto, o reitor reconhece que a UMinho e a região reúnem condições “muito boas para fazer formação”, que a academia minhota “tem uma experiência enorme” ao nível do desporto universitário, mas que esta é uma formação “muito saturada” em termos de oferta do ensino politécnico, pelo que entende “questionável” avançar nesta área.
No que respeita à eventual criação de uma licenciatura em Veterinária, considerou que se trata de um “curso fantástico na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, que pode crescer”, mas que se trata de uma formação “muito cara”, pelo que um investimento nesta área do saber é também vista com reservas pelo reitor que se prepara para encerrar o segundo e último mandato.
Farmácia e Agricultura, as outras duas áreas que não fazem do portefólio de 54 licenciaturas e mestrados integrados da Universidade do Minho, também não deverão constar dos planos da próxima equipa reitoral.
No corrente ano lectivo, a UMinho aumentou em 40 vagas a oferta nos cursos na área informática à custa de outras formações.
No balanço aos últimos oito anos, o reitor António Cunha destacou o “sucesso” do programa de doutoramentos conjuntos com as universidades de Aveiro e do Porto e a procura da oferta de ensino à distância.
“O futuro da educação na UMinho passa pela internacionalização, pela ligação mais forte à investigação e pelo reforço da oferta de pós-graduação”, concluiu.
17 Março 2024
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