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Síndrome de Burnout

A responsabilidade de todos

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Síndrome de Burnout

Voz à Saúde

2019-09-10 às 06h00

Ana Catarina Guimarães Ana Catarina Guimarães

Segundo um estudo realizado em Portugal, cerca de 66% dos médicos estão em exaustão emocional, 30% referem uma acentuada diminuição da realização profissional e quase 40% demonstram níveis elevados de despersonalização.
Estes sintomas estão fortemente associados ao Síndrome de Burnout, cada vez mais presente no contexto dos médicos portugueses. Burnout é proveniente do inglês e significa “queimar até a exaustão”.
E que motivos podem explicar o Burnout Médico?

Como médica interna de Medicina Geral e Familiar, a resposta à pergunta não é difícil. Deparamo-nos cada vez mais com tempos de consulta reduzidos que não nos permitem responder às necessidades dos utentes.
Associado às burocracias informáticas que nos levam a abrir, por vezes, três aplicações diferentes, retirando tempo à consulta do doente, sobretudo quando as aplicações não funcionam, o que não é infre- quente.
Os inúmeros “clicks” para satisfazer as codificações que nos são exigidas, que desviam o nosso olhar do doente para o ecrã do computador, reduzindo a empatia e a proximidade. As listas extensas de utentes que levam a uma carga diária enorme de consultas e dificultam a acessibilidade dos mesmos ao seu próprio médico de família.

Se todos estes fatores já não fossem suficientes, a violência contra profissionais de saúde, que tem vindo a aumentar, veio agravar ainda mais todo o sentimento de insatisfação e desmotivação.
O ano de 2018 foi o ano em que mais casos foram notificados, mais de 950, sendo que a violência foi verbal mas também física.
O burnout vai condicionar a redução da qualidade do desempenho dos profissionais de saúde, a maior probabilidade de erro médico, maiores taxas de absentismo com maior ocorrência de baixas médicas. No fim, perde o médico e perde o doente.
Deste modo, melhores condições de trabalho são necessárias, assim como, uma diminuição da burocracia e pressão informática.
Era importante diminuir as listas de utentes e aumentar o tempo de consulta, de forma a que o médico de família pudesse exercer a sua profissão em pleno. Assim, combateríamos o Síndrome de Burnout. Ganhava o médico e o doente.

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