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Resultados do PISA e prova de professores

Os bobos

Voz às Escolas

2013-12-11 às 06h00

Fausto Farinha Fausto Farinha

Começámos a crónica do mês outubro com os rankings das escolas, divulgados pelos diferentes órgãos de comunicação social durante esse fim de semana.
Agora, foram apresentados os resultados do PISA (Programa internacional de avaliação do nível de literacia matemática, científica e de leitura dos alunos com 15 anos). Se medir é salutar e natural, mesmo em domínios de elevada complexidade como a educação, parece-nos que se produz, também, muito ruído e crenças nos gráficos que a realidade não comporta. Tomo emprestada a expressão de um professor da UM que dizia que “não é por se medir todos os dias o porco que ele cresce mais depressa”.

A análise dos resultados do PISA e respetivos relatórios mostram uma evolução positiva alcançada pelos alunos portugueses ao longo dos últimos anos, apesar de, ainda, nos situarmos aquém da média. Como sabemos, em educação os resultados refletem as políticas definidas e implementadas alguns anos atrás e as alterações recentes têm sempre um efeito marginal sobre os resultados apurados. No entanto, não deixamos de nos espantar quando se afirma que daqui a dez anos os dados irão refletir a política atual.

Claro que daqui a dez anos, os jovens que responderão aos inquéritos serão as crianças que hoje têm 5 anos. Mas acreditamos que a forma como daqui a sete será organizado o 3.º ciclo do ensino básico será determinante nos resultados do PISA. Como educadores, não podemos aceitar um determinismo das circunstâncias, mas aceitamos o seu peso e, com as políticas certas, sabemos que melhoramos os resultados.

O outro assunto que necessariamente prende a nossa atenção é a prova que os professores contratados, com menos de cinco anos de serviço, serão chamados, na próxima semana, a realizar: a PACC (prova de avaliação de conhecimentos e capacidades). Para a maioria não dará acesso a uma contratação ou a um lugar do quadro.

Ou seja, é uma prova para continuarem na situação em que já estão. Aqui reside alguma da dificuldade na sua justificação. Por outro lado, desnuda o problema como se procede ao recrutamento dos professores e à avaliação de desempenho. Mas estes dois problemas não me parecem que se resolvam por esta via. Com o atual quadro de recrutamento, é compreensível que no ano de aquisição da habilitação profissional se realize uma prova com um determinado peso, para efeitos exclusivos de concurso. Como a PACC está desenhada, para que servem os resultados? Para um professor desempregado dizer que teve bons resultados, ou um professor a exercer e que esteve a fazer o seu trabalho de preparação da avaliação dos seus alunos e realizou a prova cansado ter um mau resultado e, consequentemente, diminuir a sua auto estima e influenciar negativamente a sua ação de professor?

Independentemente de todas as razões a favor e contra a PACC, a sua calendarização a obrigar a alterações no calendário das reuniões de avaliação dos alunos, que entretanto já tinha sido divulgado, denota o efetivo domínio dos gabinetes nas decisões sobre o quotidiano das escolas.
Terminamos, desejando as boas festas a toda a comunidade escolar e a todos os leitores do Correio do Minho.

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