Correio do Minho

Braga, terça-feira

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O Verão quente de 2017

O fim da alternância

O Verão quente de 2017

Ideias Políticas

2018-06-18 às 06h00

Francisco Mota Francisco Mota

Exmo. Sr. Ministro da Administração Interna
Dr. Eduardo Cabrita

O que aconteceu no Verão quente de 2017, cujas imagens jamais podem ser esquecidas ou apagadas da memória coletiva, devem mobilizar-nos em prol da sustentabilidade e na construção de um meio ambiente cada vez mais comprometido com as futuras geração. O choque que abalou o país levou os portugueses a perceber que nada poderia ficar como antes. Morreram 112 pessoas e arderam mais de 500 mil hectares.

Braga foi invadida pelo terrorismo desconhecido a 15 de Outubro. Num período em que já ninguém contava ser possível existir verão, o inferno desceu à terra e engoliu o orgulho, a vida e a esperança da mais antiga cidade de Portugal. A imagem que ficará na memória dos tempos da Roma Portuguesa está escrita nos livros da história da Roma Imperial, com o incêndio da antiguidade. Parecendo um paradoxo, a verdade é que o maior crime da antiguidade se equipara ao maior atentando ambiental e monumental de Braga. Foram 1200 hectares de terror e destruição, que acabaram por pintar um quadro nunca antes visto e manchando de cinzento aquilo que até então era verde. Tingindo de luto aquilo que até então era esperança. Arruinando aquilo que até então era vida.

A cada vez que passamos pelas áreas ardidas sentimos a impotência daquele dia e daquela noite, a tristeza é desoladora e o arrepio sentido no
corpo apenas nos dá vontade de chorar. Foi difícil erguer o orgulho feri- do, e o que as pessoas mais pedem é que a história não se volte a repetir e que o estado pugnasse pela defesa intransigente dos Portugueses.

Volvidos cerca de 7 meses, e estando próximos da fase mais crítica, começamos a constatar que tudo parece estar pior do que em 2017. A desorientação e desorganização na ANPC está ao rubro, os processos de programação de meios nunca estiveram tão atrasados, a falta de liderança no sector a nível nacional e a pouca experiência e demasiada incompetência nos comandos distritais de protecção civil antecipam dias difíceis na prevenção e combate a incêndios.

Dessa forma, dentro daquilo que é o respeito democrático na actividade política, que certamente sua excelência partilha, escrevemos a todos os deputado eleitos pelo distrito de Braga, enquanto legítimos representantes dos Portugueses, para que questionassem o Governo e a tutela sobre as seguintes matérias que muito afectam o nosso território, bem como toma- mos posições públicas e denunciamos aquilo que seriam as nossas preocupações.
A Juventude Popular questionou de uma forma objectiva e dentro do respeito democrático o que se passou em todo este processo:
1) De acordo com a Diretiva Operacional Nacional n 2- Dispositivo Especial de Combate de a Incêndios 2018 – por proposta da Autoridade Nacional de Protecção Civil - foi homologado a 13 de Abril pelo secretário de estado da protecção civil. Nessa mesma directiva, consta que a partir do dia 15 de Maio (Período Nível II) se situa em Braga, no aeródromo de Palmeira, um helicóptero de combate a incêndios. Mas esse meio nunca chegou a estar ao dispor das entidades, onde se encontra? Porque foi anunciado?

2) No dia 15, na freguesia de Guisande, houve um incêndio de grandes dimensões, e teve que vir um helicóptero de Baltar – Porto - sendo que esse mesmo registo já aconteceu por mais duas vezes. Estará Braga entregue novamente à sorte?

3) No dia 17 de Maio, Hermenegildo Abreu CDOS de Braga, apresentou publicamente o Plano Operacional Distrital, mesmo sabendo que o helicóptero não se encontrava operacional porque assumiu precisamente o contrário?

4) No dia 1 de Junho iniciou-se a III fase, uma das mais importantes na prevenção e combate aos incêndios o porque de meio aéreo não esteve disponível desde esse data como indica- va a directiva operacional?

5) Porque assume com naturalidade, Hermenegildo Abreu - CODIS de Braga - a deslocalização de meios de Braga para outras regiões, sem que questione esta falta de respeito para com as nossas populações?

6) Foi noticiado o reforço de meios na Região, e de acordo com o Dispositivo Especial de Combate de Incêndios 2018 – volta a reconhecer o Minho e todo o Norte como uma das áreas com maior risco e probabilidade de ocorrências de incêndios. Tendo em conta que é nesta área que se encontra o Parque Nacional – Peneda/Gerês - o porque de terem desmobilizado o KAMOV, que o ano passado se encontrava no aeródromo de palmeira, para uma área de ocorrência muito inferior em Loulé?

7) Desafiamos todos os presidentes de câmara a questionar a tutela a solicitar o regresso do KAMOV ao aérodromo de Braga.

8) O porque de existir uma base de apoio, oficial em Famalicão, e o CODIS de Braga optar por Guimarães para instalar os FEB (força especiais de bombeiros? será mais uma guerra politica partidária, promovida por Hermenegildo Abreu, entre o PS, governando o município de Guimarães e a coligação de direita que governa o município de Famalicão?
Muita da falta de comunicação e desorientação no território se deveu à falta de capacidade de organização e comunicação do CDOS de Braga liderado por Hermenegildo Abreu. Não soube estar à altura do lugar que ocu- pa em nome do País e da Região. As- sim sendo questionamos a sua excelência:

1) Porque de Hermenegildo Abreu se dirigiu aos autarcas publicamente “não respondo a "miúdos", mas reconhece a falta de meios no terreno? Quem permite que o CODIS de Braga insulte de uma forma pouco democrática os autarcas eleitos que apenas procura defender a sua região e as suas populações? Demonstra assim uma falta de compromisso democrático e de respeito pelo lugar de serviço público que ocupa.

Exmo. Sr. Ministro da Administração Interna DR. Eduardo Cabrita
Lamentamos atitude do CODIS de Braga que passou para o insulto aos autarcas de forma a substituir os argumentos perante a sua incompetência, inoperância e capacidade de defesa da região. Contamos com o seu bom senso, para compreender que Só há uma solução: a sua demissão!
Fica o pedido e a reflexão de uns miúdos que não necessitam de um cartão de cidadão para poderem de- fender de uma forma intransigente os interesses da nossa região.
Sem mais de momento, subscrevo- me com os melhores cumprimentos.

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