A responsabilidade de todos
Voz às Bibliotecas
2018-05-10 às 06h00
As bibliotecas são guardiãs de diversos tesouros, de material livro e não livro, entre os quais, livros, cartazes, panfletos, desdobráveis, fotografias, postais ilustrados, etc.
Constituem, no plano do património bibliográfico, a salvaguarda e defesa do valor documental e patrimonial das localidades e regiões e da produção editorial. Por isso, constituem autênticos baluartes da história, da literatura e da antropologia cultural dos sítios e dos povos.
Vem isto a propósito, das diversas e variadas solicitações a que uma Biblioteca, enquanto centro de documentação e informação, está sujeita, devendo cumprir as suas obrigações plasmadas no Manifesto da Unesco.
Um dileto amigo e distinto intelectual procurava um texto que tinha lido num livro de leitura do antigo ensino primário, que falava de um pedreiro galego que, embora chacoteado por fazer obras mais baratas, salvou o filho de um seu colega português, cuja casa ardeu, depositando-o nos braços da mãe, desaparecendo imediatamente Extraído do livro O Amigo dos Meninos, de Coelho da Rocha, tinha o seguinte comentário: O galego soube vingar-se com nobreza.
Fazendo parte do espólio antigo da Biblioteca Municipal de Barcelos, identificado no catálogo com a cota EST. I (S2), PRAT. 2, L.N. 2, isto é, de acordo com a sala onde se encontrava, o lugar que ocupava na estante e na prateleira, foi fácil de localizar o livro, depois de sabermos, por pessoa amiga, antigo professor do ensino primário e nosso grande amigo, que era de um Pires de Lima.
Na verdade, o livro intitula-se Leituras para o Ensino Primário para a quarta classe, da autoria de Augusto C. Pires de Lima e de Américo Pires de Lima, na sua quadragésima edição, datado de 1968, e que custava 11 escudos. Tinha sido o meu livro da quarta classe que frequentei no Colégio D. António Barroso, em Barcelos e que concluí em 1964.
Logo ali ao lado do conto Nobre Vingança, adaptado de Os Contos da Avozinha, de Travaços Lopes, um famoso texto, que me recordava com pormenor: O lobo, o cabrito e a couve, que fala de um barqueiro que, com um barco pequeno, tinha de atravessar o rio com um lobo, um cabrito e uma couve.
Eis o dilema do barqueiro: Se passo primeiro o lobo, o cabrito come a couve; se começo pela couve, o maroto do lobo papa-me o cabrito; se levo o cabrito, aí fico sobre brasas, pois não sei o que transportar em seguida
Mas, cheio de determinação e vontade, fez-se luz, provando que querer é poder; quem porfia mata caça, tendo procedido do seguinte modo:
Passou primeiro o cabrito, deixando sem receio o lobo e a couve; depois, levou a couve, mas trouxe o cabrito; em seguida, transportou o lobo, que ficou esperando na outra margem, ao pé da couve; finalmente, passou o cabrito.
Belíssimas histórias, plenas de conteúdo vivencial e moral!
Outra solicitação teve a ver com a procura de fotografias alusivas a uma parada na Festa das Cruzes, nos finais da década de 1980. Tal busca tinha a ver com o facto de uma determinada freguesia ter-se feito representar, no carro alegórico, por uma enorme junta de bois e um galo, em barro.
Deu-se o caso que, falecido o presidente da Junta de Freguesia da altura, a viúva vendeu este património e o morador queria repor a verdade, pois aquele património pertencia à freguesia.
Dois casos diferentes, mas demonstrativos do interesse e da curiosidade dos leitores e do valor e probidade da documentação existente nas bibliotecas.
Além do valor da nossa procura e busca, a manifesta satisfação dos nossos utentes, e a certeza de que dispomos de mais dois aliados na optimização do serviço público, de dois arautos que anunciarão bem alto o nome da Biblioteca Municipal de Barcelos e dos seus responsáveis e colaboradores, num tempo de inveja e de malquerença.
07 Março 2024
29 Fevereiro 2024
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