O fim da alternância
Ideias Políticas
2019-06-25 às 06h00
O Partido Socialista é conhecido pela sua grande capacidade de comunicação, de um controle nato sobre a informação e uma influência de mestre nos órgãos de comunicação social penhados de uma esquerda radical. Não bastasse esta dura realidade e ainda veem a sua propaganda facilitada quando nos deparamos com uma memória demasiado curta do nosso povo.
Em ano de eleições, e porque nos dizem os registos, que são mais propícios a incêndios, vemos o CODIS de Braga a dar uma grande entrevista a um órgão de comunicação social regional, configurando esta, a primeira vez que fala desde que Braga foi invadida pelo terrorismo desconhecido a 15 de Outubro de 2017. Num período em que já ninguém contava ser possível existir verão, o inferno desceu à terra e engoliu o orgulho, a vida e a esperança da mais antiga cidade de Portugal. A imagem que ficara na me- mória dos tempos da Roma Portuguesa está escrita nos livros da história da Roma Imperial, com o incêndio da antiguidade. Parecendo um paradoxo, a verdade é que o maior crime da antiguidade equipara-se ao maior atentando ambiental e monumental de Braga. Foram 1200 hectares de terror e destruição, que acabaram por pintar um quadro nunca antes visto e manchando de cinzento aquilo que até então era verde. Tingindo de luto aquilo que até então era esperança. Arruinando aquilo que até então era vida.
Volvidos mais de um ano e meio, nunca obtivemos respostas, após publicação do relatório da comissão técnica, demasiado leviano, pouco rigoroso e, em algumas opções, tendenciosas, nunca o CODIS fez considerações ou tomou alguma posição pública. Dessa forma é incompreensível que a primeira entrevista pública após o período da rolha não verta uma palavra sobre o que se passou em 2017, nem haja uma única pergunta sobre o sucedido. Como nunca me esqueço de onde venho, volto a formular as mesmas questões, para as quais nunca houve tempo, vontade ou autorização para as ver respondidas. Com o prolongamento do período crítico até 31 de Outubro 2017, por que razão os meios aéreos alocados ao distrito foram desmobilizados? “Recorda-se que para a fase Delta foram retirados os meios aéreos previstos na Diretiva Operacional n.o 02/2017 e posicionados noutra zona do País”, lê-se no relatório, o que demonstra a responsabilidade clara do governo e dos seus responsáveis políticos sobre a forma como esta catástrofe aconteceu. Desafiei o CDOS para que viesse a público explicar as opções que efetuou no domingo (15 de outubro 2017), nomeadamente o porquê do comandante distrital se ter deslocalizado de Vieira do Minho, incêndio do qual estava afeto, para vir a Braga passar um atestado de incompetência à 2ª CODIS e redistribuir os meios com franco prejuízo para Braga e benefício para Guimarães. “Pelas 17:17 horas são solicitados meios de reforço para proteção das casas, já o incêndio tinha duas frentes muito extensas sentindo-se muito vento. A esta hora o COS passa a ser o 2.o Comandante do CB de Guimarães e às 20:41 horas o COS é a 2. a CODIS de Braga”. Ficou assim demostrado que Hermenegildo Abreu nunca foi responsável pelo teatro de operações em Braga. Como não há registo da sua vinda ao comando operacional na Morreira e que veio lá fazer?
Mais ainda, como é que um relatório que faz considerações como: “Incêndio bastante ativo, arde com muita intensidade, 75% do incêndio dirige-se para a cidade de Braga e 25% dirige-se para as Taipas”, não ouve qualquer interveniente do território mais afetado? Bombeiros Voluntários de Braga, Bombeiros Sapadores de Braga, PSP, GNR, Proteção Civil Municipal de Braga nunca foram chamados para qualquer audiência, mas depois esse mesmo relatório escreve e indica que “Os SMPC, ou seja, o patamar Municipal necessita de mais e melhor formação, de acordo com as audições efetuadas”. Com que base e informação recolhida? Porque foram ouvidos apenas operacionais de Guimarães quando foi Braga que ativou o seu Plano de Emergência Municipal? E o porquê do incêndio com maior impacto urbano do país se resumir a pouco mais de uma página, sem que tenha a descrição e audição de outras ocorrências descritas nesse mesmo relatório?
?Passado todo este tempo, não desisto da verdade e a entrevista promovida há pouco tempo, ao CODIS de Braga só reforça a notória falta de capacidade do comando distrital - administrado e orientado por pessoas incapazes e de ligações diretas ao partido socialista -, que, por indicação e nomeação da secretaria de estado, tomaram de assalto os lugares que eram ocupados por técnicos de valor e com provas dadas.
Durante quatro páginas é apresentado uma mão cheia de nada, refletindo números e dados que são um vazio e não correspondem a uma visão estruturada para o território. Refere os municípios como plataformas estratégicas, mas não consegue concretizar como pretende articular. Sobre a nova reorganização operacional nacional de combate a incêndios em 2019 nem um compromisso. Fala em mais meios quando desde que está no comando perdemos períodos de acção e meios como foi o caso do Kamov.
Creio que continuarei à espera de respostas, mas nem que a voz me falte vou desistir, Por Braga!
19 Março 2024
19 Março 2024
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