Correio do Minho

Braga, quinta-feira

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Demagogia, mentira e outras falsidades

Os bobos

Ideias Políticas

2014-12-23 às 06h00

Carlos Almeida Carlos Almeida

Na passada semana, foi discutido e votado na Assembleia da República um projecto de resolução, apresentado em conjunto pelo PSD e CDS, recomendando a classificação do Mosteiro de Tibães, em Braga, como Imóvel de Interesse Nacional, ou seja, como Monumento Nacional.

De acordo com o Decreto-lei 309/2009, “um bem imóvel pode ser classificado como de interesse nacional, de interesse público ou de interesse municipal” e segundo as informações constantes na Direcção-Geral do Património Cultural, a Igreja e o Mosteiro de Tibães, as fontes e demais construções arquitectónicas da respectiva quinta encontram-se classificadas como bem Imóvel de Interesse Público, assim como o Cruzeiro de Tibães está já classificado como Monumento Nacional.

Mais: consultando a informação do organismo responsável pela gestão do património cultural em Portugal, podemos confirmar que, por sugestão deste enviada à Direcção Regional de Cultura do Norte, está já em curso o processo de reclassificação de todo o Mosteiro de Tibães. Como se pode ler no despacho de 04-06-2013 pretende-se “devolver o processo à DRC do Norte, para reanálise, atendendo a que não faz sentido manter classificados apenas os elementos dispersos, procedendo à reclassificação (alteração da categoria) e redenominação, pelo que deverá ser ponderado elaborar igualmente proposta de ampliação da classificação a todo o Mosteiro, incluindo a cerca, (…) para a reclassificação como Monumento Nacional, com a designação de 'Mosteiro de Tibães''.

É legítimo, pois então, que nos questionemos sobre o que estará aqui a travar a dita classificação do Mosteiro. Apurados os factos, sabendo que tal decisão cabe ao Conselho de Ministros (composto, precisamente, pela coligação PSD/CDS), pergunto: porque não publica o governo o decreto com a classificação do Mosteiro de Tibães como Monumento Nacional? O que vem afinal acrescentar o Projecto de Resolução?

Dito isto, penso estar explicado por que é que acuso os deputados do PSD e do CDS de demagogia.
Vamos agora à parte da mentira e outras falsidades. Na discussão do Projecto de Resolução, o deputado Altino Bessa, que é também vereador na Câmara de Braga, mostrou-se indignado com a postura do PCP relativamente a esta matéria. Disse, entre outras atrapalhações, que o PCP “criticou e gozou através do seu vereador na Câmara” (quanta honra Sr. Deputado, lembrar-se de mim em pleno debate no plenário da Assembleia da República!), rematando com a afirmação de que [eu] teria dito que o Mosteiro de Tibães já teria a classificação de Monumento Nacional.

Ora, a única referência que fiz sobre o assunto está, ainda hoje, plasmada na minha página pessoal numa rede social (mais uma vez, quanta honra tê-lo como leitor atento dos meus comentários, Sr. Deputado) e diz o seguinte: [o Mosteiro] “quer esteja classificado, em parte ou no seu todo, como Monumento Nacional, quer esteja apenas classificado como Monumento de Interesse Publico, a verdade é que tem já uma das possíveis classificações do património nacional, não sendo verdade, portanto, que nunca foi classificado. Em todo o caso, venha lá essa classificação de todo o Mosteiro como Monumento Nacional, sendo certo que essa proposta de classificação já existe.” Fica claro que eu não só não disse que o Mosteiro era já Monumento Nacional, como se torna evidente que o que pretendia era desmascarar a “jogada” pouco séria de quem, fazendo-se passar por sensível às questões patrimoniais e culturais, mais não queria, como se veio a provar, do que fazer política-espectáculo.

Resultado: mais um número de circo, no qual os deputados do PSD e CDS quiseram assumir-se como protagonistas.

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